Não se sabe ao certo em que momento o Budismo entrou em território chinês. Acredita-se que foram as missões enviadas pelo Rei Asoka os responsáveis pelo primeiro contato dessa doutrina com a China. Segundo outras tradições essa penetração se realizou sob o reinado de Ming-ti entre 58 e 76 de nossa era, da dinastia dos Han posteriores. A propagação do budismo foi a princípio, tímida e discreta; mas no terceiro século já estava bastante difundido. No século IV foi permitido aos chineses tornarem-se monges budistas e no início do século seguinte, um célebre peregrino budista Fa-Hien, introduziu na China uma grande quantidade de documentos búdicos que buscou diretamente na fonte, na Índia. O Budismo que chegou à China foi o mahãyãna.
O Budismo chinês, denominado foísmo ou Fo-Buda foi adquirindo um caráter próprio e pessoal. Uma das razões para isso ter acontecido foi a dificuldade encontrada pelos tradutores dos textos indianos. O idioma chinês não se presta muito à expressões abstratas de ideias e teorias. A solução encontrada foi o recurso às expressões usadas no Taoísmo e no confucionismo conforme as semelhanças que se apresentavam.
O Budismo chinês tornou-se então uma doutrina bem diferente do Budismo autêntico. Em lugar de nirvana, pregou a calma, a tranquilidade do espírito; em lugar da abolição do desejo, o não agir Taoísta ou entre os Confucionistas, o respeito às regras e às formas tradicionais.
A China dá ao Budismo uma atitude menos especulativa, menos interessada pelos problemas metafísicos e mais resolutamente orientada para os problemas da vida cotidiana. O Budismo, por seu lado, inculta à China uma atitude mais profundamente religiosa. A piedade filiar, que era sobretudo uma virtude de família, se transforma em um culto. Os antepassados passaram a ser olhados como habitantes de um mundo sobrenatural. E, o sentimento búdico da piedade para com todos os seres que sofrem, da bondade universal, foi para a China uma espécie de revelação. A Índia levou ao Celeste Império o sentido da caridade e da beneficência.
Texto: Lara Moncay
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