Aine de Knockaine era, segundo a tradição da mitologia celta, uma deusa-fada que ajudava os viajantes perdidos nos bosques irlandeses.
Existem duas colinas, perto de Lough Gur, consagradas à Deusa, onde ainda hoje ocorrem ritos em honra a fada Aine. Uma, a três milhas a sudoeste, é chamada Knockaine, em homenagem a esta deusa. Nessa colina possui uma pedra que dá inspiração poética a seus devotos meritórios e a loucura à aqueles que são por Ela rejeitados.
Considerada também rainha das fadas dos povos pequenos da floresta,sua varinha é um galho de carvalho retorcido e chamada também de varinha de "Melindra". Atribuídos a ela poderes de transformar objetos e restaurar a vida de plantas e animais.
Para chamá-la existia o costume de bater três vezes no tronco de uma árvore e oferecer flores brancas.
Os antigos consagravam a essa deusa o dia 15 de Junho.
Seu ritual pode ser comemorado nesta data com uma bela festa ,onde se oferecem muitos doces e bolos bem açucarados,vinhos doces,leite,mel , muitas velas de cor rosa, azul e amarela,flores e figuras de fadas!
Há lendas que contam que Aine tinha o poder de se transformar tanto em um cisne branco quanto em uma égua vermelha de nome Lair Derg, e que ninguém conseguia alcançá-la. Se acreditava também, que na noite do Solstício de Verão, moças virgens, que pernoitassem na colina de Knocknaine, poderiam ver a Rainha das Fadas com toda a sua comitiva. O mundo das fadas só se tornava visível pelos portais mágicos, chamados anéis de fada, que eram indicados pela própria Aine.
Uma outra lenda faz referência a Aine como sendo uma mortal que foi transformada em fada. Três dias no ano são dedicados à ela. Seria a primeira sexta-feira, sábado e domingo após o dia de Lammas. É neste dias que ela reivindicaria seu retorno como mortal.
Nós podemos ver em Aine o aspecto triplo da Deusa. Como Deusa Donzela, apresenta a habilidade de recompensar seus devotos com o presente da inspiração poética. Como Deusa Mãe, está associada aos lagos e poços sagrados, cujos mananciais possuem poderes curativos. O simbolismo relacionado com a Deusa Mãe foi esquecido quase por completo, desde que começaram a ser realizados os ritos cristãos nas igrejas, mas o ato de invocação da vida nunca enfraqueceu. Já como Deusa Obscura, Aine aparecia para os homens mortais como uma mulher sábia de rara beleza, qualificada como "sidhe leannan", ou seja, uma amante-fada fatal. Sidh para os irlandeses, representa o estado intermediário entre um mundo e o seguinte. Os habitantes de Sidh são todos sobrenaturais e eram dificilmente visíveis, devido às impurezas do mundo. Dizia-se que estes seres podiam ser de dois tipos: os altos e brilhantes e os baços iluminados a partir do interior. Com o advento do cristianismo, estes seres se degradaram em todos os sentidos, tornando-se fadas, duendes e representações malignas do folclore, que viviam num estado intermediário. Contudo, seu fundamento psicológico nunca se perdeu e os terrores dos contos de fadas e fantasmas conservam os restos do culto religioso.
Acredita-se que a amante-fada fatal ainda hoje é encontrada e quando escolhe um homem mortal, este está fadado à morte certa, pois esta é a única maneira viável para que os dois possam ficar juntos e concretizar este grande amor.
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