Bloudeuwedd é a Deusa das Flores, da terra, da sabedoria, dos mistérios lunares e iniciações. Seu nome significa "Face de Flor" ou "Flor branca"
Esta Deusa está associada à madrugada e ao May Queen.
A fase da lua que representa Blodeuwedd é a Lua Escura, época de total introspecção. O vento frio carrega seu nome e suas cores são o branco e o preto.
Na Roda do Ano, Blodeuwedd associa-se as festividades de Samhaim. Em sua honra, deve-se nesta noite, acender tochas, escrever seus pedidos para o novo ano que se inicia e queimá-los nelas.
Blodeuwedd foi criada por Math e Gwydion, a partir da florescência de nove flores, portanto quando lhe fazemos uma oferenda esta deve conter 9 elementos, que podem ser: batatas, nabos, pimenta, sal, leite, cenouras, alho-porro, ervilha e milho.
Esta Deusa está associada à madrugada e ao May Queen.
A fase da lua que representa Blodeuwedd é a Lua Escura, época de total introspecção. O vento frio carrega seu nome e suas cores são o branco e o preto.
Na Roda do Ano, Blodeuwedd associa-se as festividades de Samhaim. Em sua honra, deve-se nesta noite, acender tochas, escrever seus pedidos para o novo ano que se inicia e queimá-los nelas.
Blodeuwedd foi criada por Math e Gwydion, a partir da florescência de nove flores, portanto quando lhe fazemos uma oferenda esta deve conter 9 elementos, que podem ser: batatas, nabos, pimenta, sal, leite, cenouras, alho-porro, ervilha e milho.
AS NOVE FLORES
Os celtas acreditavam que através de suas nove flores poderiam atrair as bênçãos da deusa, são elas:
1. Giesta - capaz de purificar e proteger;
2. Barbana - afasta os maus espíritos e energias negativas;
3. Flores do Prado - traziam gentileza e amor natural;
4. Prímula - que atraía o verdadeiro amor;
5. Urtiga - que estimula os desejos e as paixões;
6. Espinheiro - conduz a pureza de espírito;
7. Flores do carvalho - capazes de trazer mais vigor, força e aguçar os poderes da fertilidade;
8. Castanheiro - a permanência do amor;
9. Feijão - trazia as bênçãos da deusa sobre sua criação.
Seus símbolos mágicos são a coruja branca, a rainha-dos-prados, o carvalho, a vassoura, a primavera e o joio. Seu dia é sexta-feira e suas cores são o rosa, verde e marrom.
Arianrhod, filha de Don, tinha dado à luz a gêmeos, Dylan e Lleu, que não queria reconhecer. Dylan se lança no mar e se afoga. O outro menino foi criado pelo seu tio Gwydyon, filho de Don, irmão de Arianrhod e provavelmente seu amante. Mas a mãe lançou um encantamento à criança: que mesmo que ele tivesse nome e armas, jamais teria uma esposa. Aquele foi o pior dos encantamentos, já que Gwydyon não sabia como resolver o impasse e, desesperado buscou a ajuda do seu tio e mago Math.
Blodeuwedd foi criada por magia através de nove flores, mediante pedido de Gwydion, para se casar com Llew Llaw Gyffes, o Menino do Cabelo Brilhante e Boa Pontaria. Portanto, vê-se que não lhe deram opção, nem passou pela fase de crescimento e desenvolvimento que toda criatura humana passa para atingir a maturidade.
Ela vivia assim, como a esposa encantadora de Llew, se comportava, se vestia e estava muito feliz. Llew desejou então passar uns dias com Gwydion, seu pai de criação e Blodeuwedd resolveu alcançá-lo alguns dias mais tarde, levando consigo duas senhoras como acompanhantes.
Gronw Pedyr era o Senhor de Penllyn, proprietário de um castelo onde Blodeuwedd decidiu passar à noite, para na manhã seguinte seguir sua viagem. Na hora do jantar conversaram longamente e ela sentiu uma forte atração por aquele estranho charmoso. Gronw também ficou enfeitiçado com sua beleza e os acabaram passando a noite juntos.
Blodeuwedd deveria partir no outro dia, mas Gronw não deixou. Ela ficou mais um dia... mais um dia… mais outro. Finalmente os amantes buscaram uma maneira de permanecerem juntos para sempre. Blodeuwedd, entretanto, avisa a Gronw que seu marido é muito forte e possui poderes sobrenaturais que impedem qualquer um de matá-lo da maneira convencional. Gronw enviou-a de volta para casa, com o intuito de descobrir uma maneira de matar seu marido.
Tão logo chegou, Blodeuwedd manifestou para Llew, o seu receio pela sua segurança e solicitou a informação de como uma pessoa poderia matar-lhe. O deus Llew, divertiu-se com a preocupação da esposa para finalmente lhe informar que só poderia ser morto por uma lança que deveria ser trabalhada durante um ano e um dia. Também não poderia ser morto dentro de casa, nem fora dela, assim como cavalgando ou a pé.
- Então que maneira há para matá-lo? Pergunta ansiosa Blodeuwedd.
Suas preocupações são sanadas quando Gronw que só poderiam matá-lo ao banhar-se embaixo de um telhado de sapê, num caldeirão na margem do rio, em pé, com uma perna tocando um cervo.
- Agradeço aos céus, pois é bem fácil evitar isso. Falou ele.
Imediatamente após receber as informações enviadas por Blodeuwedd, o Gronw começou a trabalhar na lança. Depois de um ano e um dia, Blodeuwedd volta a ter nova conversa com seu marido sobre a maneira como poderia ser modo, mas desta vez, finge ela, que não poderia imaginar nenhum homem ficar parado com um pé na borda de uma caldeirão e outro em uma cabra, sem perder o equilíbrio.
Llew, riu da curiosidade de sua esposa e se dispôs a realizar o ritual. Colocou o pé direito no caldeirão e o outro na cabra e foi neste momento golpeado pela laça preparada por Gronw. Ferido, transformou-se em uma águia que voou para longe com gritos de dor.
Blodeuwedd e Gronw retornaram ao castelo, absolutamente certos que seriam felizes para sempre. Mas Gwydyon, seu pai de criação, muito triste e aborrecido com o que havia sucedido, foi em busca de Llew e quando finalmente o encontrou sob a forma de águia, tocou-o como sua vara mágica e então ele voltou a assumir a forma humana.
Llew pediu então, vingança para os dois traidores e Gwydyon concordou em ajudar-lhe. Foi assim que uma maldição foi lançada à Blodeuwedd e transformou-a em uma criatura da noite: uma coruja. Nunca mais ela veria a luz do Sol. Como a maioria dos pássaros nutrem inimizade pela coruja, ela jamais teria paz, pois eles iriam perturbá-la.
Gwydyon também designou que Blodeuwedd, mesmo assim, não perderia seu nome e é por isso que até hoje as corujas são chamadas de Blodeuwedd em galês.
Gronw foi morto pelas próprias mãos de Llew.
Esta história é encontrada no Mabinogion, o ciclo galês mitológico.
Nas principais fontes pesquisadas que nos chegou através de manuscritos dos séculos XII e XIV, registram Deuses e Deusas transformados em figuras humanas com poderes espirituais. Sempre é difícil deslindar os meandros de camadas míticas anteriores, em particular quando houve entrelaçamentos entre elas e contos de heróis de outras tradições para formar documentos como o Mabinogion. Acredito retirar algum conhecimento deste material através do estudo das Deusas e Deuses nele contidas.
Arianrhod, filha de Don, tinha dado à luz a gêmeos, Dylan e Lleu, que não queria reconhecer. Dylan se lança no mar e se afoga. O outro menino foi criado pelo seu tio Gwydyon, filho de Don, irmão de Arianrhod e provavelmente seu amante. Mas a mãe lançou um encantamento à criança: que mesmo que ele tivesse nome e armas, jamais teria uma esposa. Aquele foi o pior dos encantamentos, já que Gwydyon não sabia como resolver o impasse e, desesperado buscou a ajuda do seu tio e mago Math.
Blodeuwedd foi criada por magia através de nove flores, mediante pedido de Gwydion, para se casar com Llew Llaw Gyffes, o Menino do Cabelo Brilhante e Boa Pontaria. Portanto, vê-se que não lhe deram opção, nem passou pela fase de crescimento e desenvolvimento que toda criatura humana passa para atingir a maturidade.
Ela vivia assim, como a esposa encantadora de Llew, se comportava, se vestia e estava muito feliz. Llew desejou então passar uns dias com Gwydion, seu pai de criação e Blodeuwedd resolveu alcançá-lo alguns dias mais tarde, levando consigo duas senhoras como acompanhantes.
Gronw Pedyr era o Senhor de Penllyn, proprietário de um castelo onde Blodeuwedd decidiu passar à noite, para na manhã seguinte seguir sua viagem. Na hora do jantar conversaram longamente e ela sentiu uma forte atração por aquele estranho charmoso. Gronw também ficou enfeitiçado com sua beleza e os acabaram passando a noite juntos.
Blodeuwedd deveria partir no outro dia, mas Gronw não deixou. Ela ficou mais um dia... mais um dia… mais outro. Finalmente os amantes buscaram uma maneira de permanecerem juntos para sempre. Blodeuwedd, entretanto, avisa a Gronw que seu marido é muito forte e possui poderes sobrenaturais que impedem qualquer um de matá-lo da maneira convencional. Gronw enviou-a de volta para casa, com o intuito de descobrir uma maneira de matar seu marido.
Tão logo chegou, Blodeuwedd manifestou para Llew, o seu receio pela sua segurança e solicitou a informação de como uma pessoa poderia matar-lhe. O deus Llew, divertiu-se com a preocupação da esposa para finalmente lhe informar que só poderia ser morto por uma lança que deveria ser trabalhada durante um ano e um dia. Também não poderia ser morto dentro de casa, nem fora dela, assim como cavalgando ou a pé.
- Então que maneira há para matá-lo? Pergunta ansiosa Blodeuwedd.
Suas preocupações são sanadas quando Gronw que só poderiam matá-lo ao banhar-se embaixo de um telhado de sapê, num caldeirão na margem do rio, em pé, com uma perna tocando um cervo.
- Agradeço aos céus, pois é bem fácil evitar isso. Falou ele.
Imediatamente após receber as informações enviadas por Blodeuwedd, o Gronw começou a trabalhar na lança. Depois de um ano e um dia, Blodeuwedd volta a ter nova conversa com seu marido sobre a maneira como poderia ser modo, mas desta vez, finge ela, que não poderia imaginar nenhum homem ficar parado com um pé na borda de uma caldeirão e outro em uma cabra, sem perder o equilíbrio.
Llew, riu da curiosidade de sua esposa e se dispôs a realizar o ritual. Colocou o pé direito no caldeirão e o outro na cabra e foi neste momento golpeado pela laça preparada por Gronw. Ferido, transformou-se em uma águia que voou para longe com gritos de dor.
Blodeuwedd e Gronw retornaram ao castelo, absolutamente certos que seriam felizes para sempre. Mas Gwydyon, seu pai de criação, muito triste e aborrecido com o que havia sucedido, foi em busca de Llew e quando finalmente o encontrou sob a forma de águia, tocou-o como sua vara mágica e então ele voltou a assumir a forma humana.
Llew pediu então, vingança para os dois traidores e Gwydyon concordou em ajudar-lhe. Foi assim que uma maldição foi lançada à Blodeuwedd e transformou-a em uma criatura da noite: uma coruja. Nunca mais ela veria a luz do Sol. Como a maioria dos pássaros nutrem inimizade pela coruja, ela jamais teria paz, pois eles iriam perturbá-la.
Gwydyon também designou que Blodeuwedd, mesmo assim, não perderia seu nome e é por isso que até hoje as corujas são chamadas de Blodeuwedd em galês.
Gronw foi morto pelas próprias mãos de Llew.
Esta história é encontrada no Mabinogion, o ciclo galês mitológico.
Nas principais fontes pesquisadas que nos chegou através de manuscritos dos séculos XII e XIV, registram Deuses e Deusas transformados em figuras humanas com poderes espirituais. Sempre é difícil deslindar os meandros de camadas míticas anteriores, em particular quando houve entrelaçamentos entre elas e contos de heróis de outras tradições para formar documentos como o Mabinogion. Acredito retirar algum conhecimento deste material através do estudo das Deusas e Deuses nele contidas.
A MULHER IDEALIZADA PELO HOMEM
Mediante seus feitiços e a partir das flores, ou seja, da natureza em plena evolução, Math e Gwydyon "fabricam Blodeuwedd. Math é o Senhor da Magia e trabalha as forças da natureza, porém como ele é impotente, será Gwydyon quem desempenhará a função de pai.
Blodeuwedd nasce mediante a criação do homem, do mesmo modo que Zeus arrebatou o fogo do céu e criou Pandora. Desse modo, o homem quis arrebatar para si da o poder de criação, exclusivo da mulher, que para ele representava um inimigo indócil que intentava ante a lei paterna.
Math e Gwydyon, ao fabricarem Blodeuwedd fora do útero materno, negam a sexualidade e negam a mulher primitiva, criando uma outra mulher, formada a sua própria imagem masculina. O "Pai" havia vencido a "Mãe": acaba de modelar a sua filha segundo seus próprios desejos. A mulher passa a ser um "objeto manufaturado", que o homem poderá possuir e da qual poderá usar segundo seu próprio desejo. A civilização da "Razão"(que constrói, organiza, divide, legisla, geometriza) substitui a civilização do "Instinto" (essencialmente feminina, baseada na sensibilidade, na afetividade, na sexualidade).
Blodeuwedd foi criada com uma única finalidade: servir de companheira para Lleu, do mesmo modo como Lilith e depois Eva foram criadas com o único objetivo de serem companheiras para Adão. Ela é portanto, uma projeção da mente de Lleu, da mesma maneira que Eva era um Adão "castrado". Blodeuwedd não teve escolha, não podia decidir e seu pai, representante da Ordem Paternalista a entregou a Lleu, como ainda hoje, algumas mulheres são "prometidas", já ao nascer, para alguns homens, sem que ninguém se preocupe com seus sentimentos ou seu próprio "querer".
A REBELIÃO DE BLODEUWEDD
A situação de Blodeuwedd e Lleu é uma repetição da de Adão e Eva. Gwydyon e Math estabelecem um território para que o jovem casal fixe moradia, uma espécie de segundo paraíso terreno, longe de toda a preocupação ou penúria. O casal tinha tudo para ser completamente feliz, isso, segundo a concepção paternalista de felicidade.
Mas..., "o feitiço acabou virando contra o feiticeiro", pois Blodeuwedd rechaçou sua alienação e reivindicou seu direito de liberdade: escolhe outro homem a quem ama. O conflito entre o "Instinto" e "Razão" se estabelece e Blodeuwedd apaixonada por Gronw, escolhe o "Instinto" e não a "Razão".
Gronw, portanto, significa a rebelião da jovem, buscando o apoio do homem amado, para dirigir-se contra a autoridade paterna (Gwydyon) e contra a autoridade marital (Lleu).
Blodeuwedd e seu amante devem eliminar Lleu, porque ele representa todos os tabus da sociedade paternalista. Na verdade, os amantes não buscam como alvo Lleu, mas através dele, querem atingir a autoridade paterna representada por Gwydyon. Lleu é o principal atingido, porém é Gwydyon o escarnecido. Assim se explica sua obstinação de encontrar Lleu.
A tentativa de libertação de Blodeuwedd, entretanto, é efêmera. Gwydyon intervêm com sua magia para reestabelecer a ordem e castiga Gronw que havia se aliado com Blodeuwedd. Mas o mais importante: ele não pode desfazer-se de sua própria criação Então, limita-se a transformá-la em uma coruja.
Gwydyon, ao brincar de "Deus Criador" acabou num impasse: não pode negar Blodeuwedd, pois ela pertence ao seu pensamento, a sua memória. Se pode negar a matéria, porém o pensamento, ao negá-lo, ele se afirma. O Pai, agora, só poderá expulsar a filha que havia se rebelado, para as trevas do "Inconsciente". Porém, todo o pensamento é livre do seu autor.
Assim, Blodeuwedd, reprimida na "Inconsciente", pode ressurgir a qualquer momento na consciência. Isso quer dizer, que a "rebelião da filha" sempre amenizará as bases da sociedade paternalista, inclusive se não se falar dela, inclusive se a moral a condenar. Estamos diante de uma das causas do terror que a "Mulher" ou a "consciência feminina" inspira ao homem.
A rebelião de Blodeuwedd não foi uma rebelião egoísta, um capricho de uma jovem que queria casar-se contra a opinião do pai, ou o banal adultério de uma mulher insatisfeita com sua situação conjugal. Mas, vai muito além, até a reivindicação essencial da "Mulher": estar na possessão de sua identidade, ou seja, poder dispor a seu modo a inteligência (Razão) e a afetividade (Instinto).
Bloudeuwedd é o mito de todas nós mulheres!
Blodeuwedd é o símbolo das mulheres divorciadas, descasadas, daquelas que rompem definitivamente os laços com seus maridos. Esta Deusa e tida como uma mulher madura que recusa-se a aceitar o poder patriarcal.
A flor exótica, Protea, nativa da África do Sul foi associada a Blodeuwedd porque suas pétalas seriam semelhantes as penas de uma coruja.
Há uma tríade entre Arianrhod, Blodeuwedd e Rhiannon.
(texto pesquisado por" Rosane Volpatto")
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