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Abençoados sejam todos!

5 de mar. de 2011

Deusa Iemanjá

TEXTO: VALÉRIA MARTINS-STYCER

Presente para Iemanjá
Iemanjá vive no rastro que a lua deixa no mar, contam os pescadores. Ela protege a maternidade, a família e os namorados. A deusa das águas, no candomblé e na umbanda, ultrapassou as fronteiras religiosas e conquistou o coração de brasileiros de todos os credos, que oferecem sua devoção atirando ao mar flores, espelhos e bijuterias, especialmente no dia consagrado a ela, 2 de fevereiro no Rio e Bahia e o dia 8 de dezembro  em São Paulo. Também chamada de Oloxum, Inayê ou Janaína, nos diferentes dialetos africanos, Iemanjá representa a força feminina da geração da vida. Em sua imagem mais popular, tem cabelos negros lisos e compridos, vestido azul, tiara dourada e mãos que derramam pérolas. No Brasil, a deusa mistura influências da cultura europeia – a associação com uma sereia – e da indígena – como o mito da Iara, mulher sedutora que vive nos rios. Também é associada à imagem de Maria, segundo cada região brasileira: Nossa Senhora da Glória, no Rio de Janeiro, Nossa Senhora da Conceição, em Salvador, e Nossa Senhora dos Navegantes, nas capitais e cidades ribeirinhas do Nordeste. É que, durante a escravidão, proibidos de cultuar seus deuses, os escravos criaram um mecanismo de correspondência entre os santos católicos e os orixás – entidades que intermediam a comunicação dos seres humanos com Olorum, a fonte da Graça.
“Iemanjá é a mãe de todos os orixás. Como muitos de seus filhos vivem na terra, ela passa seis meses do ano com eles e seis meses no mar”, explica Rui Silva Reis, estudioso da religião africana, do Rio de Janeiro. O dia 2 de fevereiro – data de festejos da deusa, principalmente em Salvador, na praia do Rio Vermelho – assinala sua chegada ao mar, de onde sairá novamente para a terra em 15 de agosto. A Mãe generosa
Iemanjá é evocada por seus fiéis quando é preciso reunir todas as forças para superar um grande sofrimento. “Ela também representa a energia feminina agressiva, não no sentido destrutivo, mas como uma mãe reage ao defender o filho”, explica Andréa Braga, historiadora e estudiosa das mitologias e religiões, do Rio de Janeiro. Como matriarca, Iemanjá gosta de ver as famílias unidas. “Ela abençoa os namorados, para que saiam bons casamentos, e aprecia os almoços de domingo, quando todos se reúnem em volta da mesa”, diz Rui Silva Reis. A orixá favorece a criatividade, protege os trabalhadores e traz vitórias e conquistas para quem obtém seus ganhos de forma honesta. “Ela odeia a traição”, afirma o estudioso. No campo da sexualidade, a deusa estimula o sexo prazeroso, com períodos de entusiasmo e de recolhimento, assim como as marés. Sua cor é o azul, e seu metal, a prata. Assim como as águas refletem imagens, Iemanjá é associada ao espelho, “no qual devemos nos olhar para refletir sobre o dia-a-dia”, ensina Rui Silva Reis. Daí vem a fama de vaidosa – seus devotos jogam ao mar espelhos, bijuterias e até joias como oferenda nos dias 31 de dezembro e 2 de fevereiro.
Para agradá-la, porém, bastam rosas brancas num vaso ou uma cesta com frutas sobre a mesa, dispostas com a intenção de pedir a saúde e a felicidade dos habitantes da casa. Ou ainda uma vela azul ou branca, acesa em um local especial. Sábado é o dia da semana consagrado a Iemanjá. Quem quiser homenageá-la pode vestir roupa branca ou azul-clara e usar joias feitas de prata, coral ou pérolas. Para fazer um pedido, vá para a beira do mar à noite, fixe o olhar numa estrela e peça a intercessão da orixá. Vale também ofertar rosas, atirando-as na água quando a onda estiver se afastando da praia.

(Fonte: magiabruxa.com)

Esta Deusa Lunar das Mudanças, é considerada Rainha dos Mares es dos mundos, a sua abrangência na Vida é bastante ampla.

Ela rege o destino das coisas que precisam ser modificadas, e traz novo alento a todos aqueles estão submergidos em problemas.

Iemanjá rege a mudança no ritmo da Vida, pois ela esta ligada ao Elemento Água.

Ela preside os rituais relacionados com o nascimento e a volta as origens, que é a morte, e também aos movimentos que se caracterizam pelo desenvolvimento das coisas, e dos projetos, assim como a expansão e a propagação de novas ideias.

Os rituais principais dedicados a Ela, celebram-se o dia 2 de Fevereiro.

O Arquétipo de Iemanjá

O arquétipo de Iemanjá, assim como o da Deusa Ártemis, é responsável pela identificação que as mulheres experimentam de si mesmas, e que as leva a sua própria individualidade.

Quando a Deusa Iemanjá dança, ela corta o ar com uma espada em sua mão, simbolizando com esse corte um ato psíquico que conduz a individualização, pois ao separar as coisas,deixa somente aquilo que é necessário para que a individualidade aconteça.

A Espada Dela, símbolo do Poder Cortante, que permite discriminar e ordenar os aspectos da psique, também pode levar ao abraço de sereia da Deusa, que é a morte.

Quando dança, a Deusa coloca a mão na cabeça, indicando assim a sua individualidade e por isso, é chamada de”Yá Ori”, ou “Mãe de Cabeça”.

No ritmo dos tambores, Ela toca a nuca com a mão esquerda, simbolizando o passado da humanidade, o “Mar do Inconsciente Cósmico”, a nossa origem eterna, a e a testa com a mão direita, significando o futuro em direção à consciência e a individualidade, de cada um de nós.

A Deusa Iemanjá dança o seu Poder representando a origem mitológica da humanidade, unindo o passado e o futuro, materializando um presente sempre eterno, através do despertar da consciência do que somos aqui e o agora, neste exato momento de nossa existência, pois sem passado não ha futuro, sem saber de onde viemos não sabemos o que somos, nem para onde vamos.

Sendo assim, Ela nos lembra em seus rítmicos passos, que a totalidade está na união dos opostos, do consciente com o inconsciente, do passado com o futuro, e dos aspectos masculinos com os femininos, que existem em todos nós.

As mulheres que estão em íntima conexão com esta Deusa, conhecem seus ciclos lunares, e como ele afeta suas vidas ao relacioná-las com as fases do astro prateado, aceitando em si mesmas a presença inegável do vai e vem das marés da Vida e do Amor, berço do rico psiquismo feminino.

Compreender e aceitar Iemanjá, equivale a compreender e aceitar a nós mesmas,por que este entendimento, nos encaminha à nossa individualidade, à descoberta dos Ser único que somos, como somos e porque de nossa existência.

O mito desta Deusa das Águas, é o mito de toda mulher, enquanto Criadora e força motriz de toda Vida, que não só começa na água, como depende dos ciclos da Lua, intensamente vividos por nós, e que propaga a existência, nas mudanças de todas as coisas, num interminável nascer, viver, morrer, e novamente renascer, nas “Águas da Mãe Iemanjá”.

SENHORA DAS ÁGUAS

Considerada a Rainha do Mar e a Mãe de quase todos os Orixás. Iemanjá é uma deusa abrasileirada, sendo resultado da miscigenação de elementos europeus, ameríndios e africanos.

É um mito de poder aglutinador, reforçado pelos cultos de que é objeto no candomblé, principalmente na Bahia. É também considerada a Rainha das Bruxas e de tudo que vem do mar, assim como é protetora dos pescadores e marinheiros. Governa os poderes de regeneração e pode ser comparada à deusa Ísis.

Os grandes seios ostentados por Iemanjá, deve-se à sua origem pela linha africana, aliás, ela já chegou ao Brasil como resultado da fusão de Kianda angolense (Deusa do Mar) e Iemanjá (Deusa dos Rios). Os cabelos longos e lisos prendem-se à sua linhagem ameríndia e é em homenagem à Iara dos tupis.

De acordo com cada região que a cultua recebe diversos nomes: Sereia do Mar, Princesa do Mar, Rainha do Mar, Inaê, Mucunã, Janaína. Sua identificação na liturgia católica é: Nossa Senhora de Candeias, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Piedade e Virgem Maria.

Do mesmo modo que varia seu nome, variam também suas formas de culto. A sua festa na Bahia, por exemplo é realizada no dia 2 de fevereiro, dia de Nossa Senhora das Candeias. Mas já no Rio de Janeiro é dia 31 de dezembro que se realiza suas festividades. As oferendas também diferem, mais a maioria delas consiste em pequenos presentes tais como: pentes, velas, sabonetes, espelhos, flores, etc. Na celebração do Solstício de Verão, seus filhos devotos vão às praias vestidos de branco e entregam ao mar barcos carregados de flores e presentes. Às vezes ela aceita as oferendas, mas algumas vezes manda-as de volta. Ela leva consigo para o fundo do mar todos os nossos problemas, aflições e nos trás sobre as ondas a esperança de um futuro melhor.

Grande foi o número de ondas que se quebrou na praia, mas maior ainda, foi o caminho percorrido pelo mito da divindade das águas. Das Sereias do Mediterrâneo, que tentaram seduzir Ulisses, às Mouras portuguesas, à Mãe D'água dos iorubanos, ao nosso primitivo Igpupiara, às Iaras, ao Boto, até Iemanjá. E, neste longo caminhar, a própria personalidade desta deusa, ligada anteriormente à morte, apresenta-se agora como protetora dos pescadores e garantidora de boa pesca, sempre evoluindo para transformar-se na deusa propiciadora de bom Ano Novo para os brasileiros e para todos que nesta terra de Sol e Mar habitam.

ARQUÉTIPO DA MATERNIDADE

Iemanjá é por excelência, arquétipo da maternidade. Casada com Oxalá, gerou quase todos os outros orixás. É tão generosa quanto as águas que representa e cobrem uma boa parte do planeta. Iemanjá é o útero de toda a vida, elevada à posição principal da figura materna no panteão de iorubá (Ymoja). Seu sincretismo com a Nossa Senhora e a Virgem Maria lhe conferem a supremacia hierárquica na função materna que representa. É a deusa da compaixão, do perdão e do amor incondicional. Ela é "toda ouvidos" para escutar seus filhos e os acalenta no doce balanço de suas ondas. Ela representa as profundezas do inconsciente, o movimento rítmico, tudo que é cíclico e repetitivo. A força e a determinação são suas características básicas, assim como o seu gratuito sentimento de amizade.

Deusa da fecundidade, da procriação, da fertilidade e do amor, Iemanjá é normalmente representada como uma mulher gorda, baixa, com proeminentes seios e grande ventre. Pode, também aparecer na forma de uma sereia. Mas, não importando suas características, ela sempre se apresentará vinculada ao simbolismo da maternidade.

Iemanjá surge nas espumas das ondas do mar para nos dizer que é tempo de "entrega". Você está carregando em seus ombros um fardo mais pesado do que possa carregar? Acha que deve realizar tudo sozinha(o) e não precisa de ninguém? Você é daquelas pessoas que "esmurra ponta de prego" e quer conseguir seu intento nem que tenha que usar à força? Pois saiba que a entrega não significa derrota. Pedir ajuda também não é humilhação, a vida tem mais significado quando compartilhamos nossos momentos com mais alguém. Geralmente esta entrega ocorre em nossas vidas forçosamente. Se dá naqueles momentos em que nos encontramos no "fundo do poço", sem mais alternativas de saída, então nos viramos e entregamos "à Deus" a solução. E, é exatamente nesta hora que encontramos respostas, que de maneira geral, eram mais simples do que imaginávamos. A totalidade é alimentada quando você compreende que o único modo de passar por algumas situações é entrega-se e abrir-se para algo maior.

Quando abrimos uma brecha em nosso coração e deixamos que a Deusa atue em nós, alcançamos o que almejamos. Entrega é confiança, mas tente pelo menos uma vez entregar-se, pois lhe asseguro que a confiança virá e será tão cega e profunda quando a sua desconfiança de agora. O seu desconhecimento destes valores, escondem a presença de quem pode lhe ajudar e provocam sentimentos de ausência e distância. Não somos deuses, mas não devemos nos permitir viver à sombra deles.

RITUAL DE ENTREGA (só mulheres)

Você deve fazer este ritual numa praia, em água corrente e até visualizando um destes ambientes. Primeiro mentalmente viaje até seu útero, no momento do encontro se concentre. Respire profundamente e leve novamente sua consciência para o útero. Agora respire pela vulva. Quando se achar pronta, com o mar a sua frente, entre nele. Sinta a água acariciando seus pés, ouça o barulho das ondas no seu eterno vai-e-vem. Chame então a Iemanjá para que venha encontrá-la. Escolha um lugar onde você puder boiar tranquilamente e com segurança. Sinta as mãos da Iemanjá acercando-se de você. Abandone-se em seu abraço, ela é mãe muito amorosa e espetacular ouvinte. Renda-se aos seus carinhos e entregue-se sem medo de ser feliz. Você está precisando revigorar sua vida amorosa, procura um emprego ou um novo amor? Faça seus pedidos e também lhe fale de todas suas angústias e aflições. Deixe que Iemanjá alivie os fardos que carrega. Ela carregará consigo para o fundo do mar todos os seus problemas e lhe trará sobre as ondas a certeza de dias melhores, portanto abandone-se à imensidão do mar e do seu amor.

Quando estiver pronta para voltar, agradeça a Iemanjá por estes doces momentos passados com ela. Então estará livre para voltar à praia, sentindo-se mais leve, viva e purificada.

texto de Rosane Volpatto

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