(autoria desconhecida)
Kuan Yin, é o "Bodhisattwa" Celestial da Compaixão, é a mestra da hierarquia divina que trabalha na frequência da Compaixão e Amor Incondicional.
Bodhisattwa é um ser humano que atingiu o estado de perfeição e ascensão, tendo se libertado da roda da reencarnação e do ciclo de samsara (ciclo de reencarnações sucessivas visando o aprendizado e ascensão do ser, relacionados a leia do karma- ação e reação).
Ela é a expressão de doçura e bondade para milhões de pessoas no mundo. Apoiada sobre uma pétala de flor de lótus, Kuan Yin é portadora do vaso com o néctar da felicidade, do rosário de cristal da purificação e da pedra que satisfaz todos os desejos. É assim, com tanta generosidade e presteza, que ela atende às demandas do mundo.
TEXTO: LIANE ALVES Para os chineses, a energia yin é associada ao feminino, à suavidade, aos sentimentos profundos. Também está ligada à água, à noite e ao silêncio. Todas essas qualidades ajudam a descrever Kuan Yin, ou Kuan Shih Yin, “aquela que ouve os lamentos do mundo”. Em muitos países da Ásia, é a amada mãe divina, que cura e alivia os sofrimentos, pois de seu coração transbordam amor e compaixão. Conhecida com Kuan Yin, na China, Kannon, no Japão, e Quan Am, no Vietnã, ela é cultuada no Ocidente até pelos não-budistas. Ex-prime o arquétipo da mãe que compreende os filhos e os ajuda sempre desde que o pedido seja justo. “A repetição de seus mantras é poderosa e eficaz”, afirma Anngela Marcondes Jabor, autora do livro Kuan Yin, a Deusa dos Milagres (ed. Angel Mystic), já na segunda edição. Muitas histórias sobre a deusa da compaixão falam dessa capacidade de compreensão da alma humana. Conta-se que a jovem segunda esposa de um comerciante chinês maltratou e humilhou a primeira mulher de seu marido (a cultura chinesa permitia vários casamentos), uma devota de Kuan Yin. O desgaste foi tanto que a primeira esposa morreu. Revoltado, seu filho jurou vingança. Anos mais tarde, viu diante de si a situação ideal para cometer o crime, pois a madrasta estava longe de casa e sua morte poderia facilmente ser atribuída a assaltantes. Quando se lançou sobre a mulher, esta murmurou o mantra de Kuan Yin, que tantas vezes escutou a primeira esposa proferir. Imediatamente, o filho foi imobilizado por uma força invisível. Sob o impacto do poder da deusa, o jovem saiu correndo e desistiu para sempre da ideia. E a madrasta, consciente de que não merecia ajuda, teve uma mudança radical de atitude, procurando reparar antigos erros e reconhecendo a grande generosidade da deidade. Diz-se que Kuan Yin já viveu na Terra. Era filha de um rei desejoso que ela se casasse com um príncipe para absorver mais poder. Mas Kuan Yin decidiu ir para um convento, onde aperfeiçoaria as práticas espirituais. Inconformado com a decisão da filha, o rei pediu às monjas que fossem duras com ela para ver se Kuan Yin desistiria do intento. A princesa não cedeu, e o rei jamais a perdoou. Já velho e doente, mandou chamar a filha. Generosa, ela o curou com um toque de mão (certas imagens de Kuan Yin tem a mão removível para ser colocada em cima dos doentes). Além disso, Kuan Yin fez o voto de não ingressar no Nirvana – lugar (ou estado) de suprema beatitude – enquanto um só ser do universo precisasse de sua ajuda.
VOTO PERENEÉ esse seu voto de ajuda incondicional que os fiéis lembram a ela quando pedem seu auxílio. Como um bodisatva (pessoa elevada que se sacrifica em benefício do mundo), ela sempre os atende. É bem provável que Kuan Yin seja a forma chinesa de uma divindade do Tibete: Tara, a tradução de “estrela”, a deidade da compaixão, que teria chegado à China com o budismo. Para os chineses, a representação tibetana (e indiana) de Avalokistevara, o Buda da Compaixão, era estranha: um ser com várias cabeças e braços, simbolizando a capacidade de ajudar. A doce Tara era mais aceitável como a imagem de amor e foi ela que se propagou sob a forma de Kuan Yin. Os símbolos mais associados a Kuan Yin são o lótus branco, o vaso de néctar da longa vida e da felicidade (ou orvalho doce), um alvo pássaro, o mar e os peixes, o salgueiro e a pedra (ou pérola) que realiza todos os desejos (chintâmani, no antigo idioma sânscrito). Muitas vezes, Kuan Yin é representada próxima a um dragão (símbolo da sabedoria celestial) ou acompanhada de dois serviçais. Seu mantra, repetido com a ajuda de um mala (rosário) de 108 contas, é: Namo Kuan Shih Yin P’u-Sa (“Me refugio na luz da bodisatva Kuan Yin”) ou Namo Kuan Yin Yju P’u- Sa. A pronúncia desse último mantra é “namo kuan yin irru pussá” e, em pedidos urgentes, deve ser repetido mil vezes ou mais.
PERFUMES E PURIFICAÇÃO Kuan Yin é uma representação visível da natureza iluminada. Isso significa, então, que ela não existe? Sim e não. No budismo, ela é considerada uma entidade real, um ser celestial que vive numa Terra Pura fora do samsara (ciclo de vida, sofrimento e morte a que estão sujeitos todos os seres). A ela são dedicados templos e cerimônias de purificação, cheios de incensos, flores e perfumes. John Blofeld, escritor inglês que viveu anos na China e escreveu o livro Kwan Yin, a Deusa do Amor e da Compaixão, compara a deidade com as bolas de marfim chinesas entalhadas que ficam umas dentro das outras. A cada olhar, surgem novos significados. Os ensinamentos budistas afirmam que nada existe em separado e que nossa vida é tão real quanto um sonho. De acordo com eles, temos uma visão da realidade turvada pela ilusão, que nos faz ver tudo separadamente. Paradoxal? Para a mente ocidental, sim, para a mente oriental, não. Isto é, Kuan Yin existe tanto fora de nós quanto dentro, como a expressão de nossa natureza profunda. Considerando essa natureza essencial, amorosa, compassiva e não individual, nós e Kwan Yin somos uma única realidade.
CURAS DE LUZ Muitos movimentos espirituais atribuem a Kuan Yin novas formas de cura. “O sistema Magnified Healing (Cura Magnificada) usa a visualização de luzes e mantras como uma forma de reequilíbrio energético e preparação para um novo tempo, mais pleno e amoroso”, diz Maria Helena Leite de Moraes, facilitadora do curso, realizado em três estágios. A artista plástica Nancy de Andrade Pinto, que costuma pintar telas de Kuan Yin, realiza as práticas do Magnified Healing diariamente. “Assim, me preparo para conectar essa energia tão amorosa e poder captála em quadros”, conta. Assim como para essa artista, o amor de Kuan Yin está cada vez mais presente e é sentido por mais pessoas a cada dia
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