MONTANHAS E BOSQUES
Atlas (em grego, Άτλας) - também chamado Atlante - foi um dos titãs gregos, condenado por Zeus a suster o céu para sempre. Atlas foi o primeiro rei da mítica Atlântida. Era casado com Pleione e com quem teve sete filhas, as chamadas de Plêiades.
Origens
Atlas era filho do titã Jápeto e da oceânide Clímene, irmão de Prometeu, Epimeteu e Menécio. Pertencia à geração divina dos seres desproporcionados, violentos, monstruosos - encarnação das forças selvagens da natureza nascente, dos cataclismos iniciais, com que a terra se arrumava para poder receber, num regaço mais acalmado, a vida e a sua cúpula consciente: os humanos.
Atlas, com outros titãs, forças do caos e da desordem, pretenderam alcançar o poder supremo, pelo que atacaram o Olimpo e combateram ferozmente Zeus e aliados: as energias do espírito, da ordem, do Cosmos. (Ou, noutra versão, aliou-se aos demais titãs para resistir à revolta liderada por Zeus).
Zeus, triunfante, castigou seus inimigos - escravos da matéria e dos sentidos, inimigos da espiritualização harmonizadora - lançando-os no Tártaro, a região mais profunda do Hades, para que de lá nunca fugissem. Reservou para Atlas, porém, uma pena especial: pô-lo a sustentar, nos ombros e para sempre, o céu.
Atlas, assim punido, passou a morar no país das Hespérides (as três ninfas do Poente: Eagle, Eritia, Hesperatetusa).
O CASTIGO ETERNO:
Geralmente, Atlas é retratado sustentando um globo sobre os ombros. Esse fardo foi temporariamente aliviado por Héracles (Hércules) durante um de seus 12 trabalhos, mas Atlas foi enganado e voltou a carregar os céus sobre os ombros.
Consistiu este episódio no seguinte: tinha Hércules de apanhar algumas maçãs de ouro que nasciam no jardim das Hespérides (11º trabalho). Alertado por outro titã (Prometeu) de que apenas Atlas poderia fazê-lo impunemente, propôs a este que o fizesse, enquanto sustentava a abóboda celeste. Aliviado do grande peso, Atlas retorna, dizendo que ele mesmo faria a entrega das maçãs a Euristeu.
Percebendo o engodo, Hércules finge aquiescer e, pretextando colocar antes um anteparo sobre seus ombros, pede ao titã que sustente os céus por um momento - ao fazer isto, o herói parte, levando as maçãs, deixando a Atlas o seu eterno suplício.
Segundo uma das versões existentes, Atlas foi posteriormente libertado de seu fardo e tornou-se guardião dos Pilares de Hércules, sobre os quais os céus foram colocados, e que também eram a passagem para o lar oceânico de Atlântida (o Estreito de Gibraltar). Seu nome passou a significar "portador" ou "sofredor". Outra versão conta que Perseu o petrificou mostrando lhe a cabeça que havia arrancado da Medusa, transformando o titã Atlas no que hoje é o Monte Atlas.
São frequentemente associadas a deuses e deusas maiores, como a caçadora Ártemis, ao aspecto profético de Apolo, ao deus das árvores e da loucura Dionísio, ao aspecto pastoreador de Hermes.
Ninfa deriva do grego nimphe, que significa "noiva", "velado", "botão de rosa", dentre muitos outros significados. As ninfas são espíritos, geralmente alados, habitantes dos lagos e riachos, bosques, florestas, prados e montanhas.
Uma classe especial de ninfas, as Melíades, foram citadas por Homero como as mais ancestrais das ninfas. Enquanto as demais ninfas são normalmente filhas de Zeus, as Melíades descendem de Uranus.
Apesar de serem consideradas divindades menores, espíritos da natureza (ELEMENTAIS), as ninfas são divindades às quais todo o mundo Helénico prestava grande devoção e homenagem, e mesmo temor. Não podemos esquecer que,de acordo com a mitologia grega, Hérmia era a rainha das fadas e ninfas.
Classificação:
Encontramos vários tipos ou classes de Ninfas conforme o seu habitat, ou as diferentes esferas naturais a que estão associadas. Figura ao lado, mostra as Ninfas brincando com um Sátiro.
Entre as mais populares, classificamos:
Epigéias - Ninfas da terra:
Alseídes - associadas a flores
Auloníades - associadas a pastos
Dríades - associadas a florestas
Hamadríades - associadas a árvores
Leimáquides - associadas a campinas e peixes
Melíades - associadas ao freixo (uma árvore)
Oréades - associadas a montanhas
Napéias - associadas a vales
Efidríades - Ninfas da água:
Oceânidas - filhas de Oceanus, qualquer corpo de água, normalmente água salgada.
Nereidas - filhas de Nereu, associadas ao Mar Mediterrâneo, aos mares calmos e às águas litorâneas.
Náiades - associadas à água doce.
Crinéias ou Crinaias- associadas a fontes.
Limnátides ou Limneidas - associadas a lagos perigosos e pântanos.
Pegéias - associadas a mananciais.
Potâmides - associadas a rios.
NINFAS DAS MONTANHAS E BOSQUES:
OREADES E NAPÉIAS:
OROS = "montanha", as ninfas das montanhas chamavam-se OREADES, NAPO= "Vale", povoavam as montanhas e vales, , saiam das grutas, vivazes, risonhas, faceiras a percorrer com rapidez, os picos, morros, montanhas.
Segundo a Mitologia Grega, as oréades eram um tipo específico de ninfas que habitavam e protegiam as montanhas, as cavernas e as grutas. Elas não eram imortais, porém tinham vida muito longa e não envelheciam. Tinham ainda o dom de curar, profetizar e nutrir. Em geral, não se destacavam individualmente.
ECO:
Era uma oréade filha do AR e da TERRA, por favorecer as infidelidades de Zeus (Júpiter), e por não falar para a esposa Hera (Juno) quando foi interrogada, foi privada do dom da fala pela deusa Hera e, desde então, foi condenada a repetir os sons que são produzidos em montanhas e grutas.
Eco, a ninfa que pertencia as Oréades, as ninfas que protegiam as montanhas e grutas, apaixonou-se pelo belo jovem Narciso, seguiu-o por muito tempo, mas no entanto jamais foi percebida por este. Triste então, refugiou-se nas entranhas dos vales e em meio as montanhas. (Figura ao lado)
Outra versão: Segundo outras fontes, Eco era uma ninfa que tinha maravilhosos dons de canto e dança, que desprezava os amores de qualquer homem. O deus Pã dela se enamora, mas obtém-lhe apenas o desdém. Tolhido em sua lascívia, Pan se enfurece, ordenando aos seus seguidores que a matem. Eco foi então estripada, e seus pedaços espalhados por toda a Terra.
A deusa Gaia incorporou os pedaços da ninfa, com os restos de sua voz, que repetem as últimas palavras que os outros dizem.
Nalgumas variantes dessa versão, Eco e Pan chegaram a ter uma filha, chamada Iambe.
Eram as ninfas protetores das florestas e Bosques, das árvores grandes protegiam os carvalhos, não eram imortais, mas viviam longos anos, os mesmos que as árvores que protegiam.
A dríade ou dríada, na mitologia grega, era uma ninfa associada aos carvalhos. De acordo com uma antiga lenda, cada dríade nascia junto com uma determinada árvore, da qual ela exalava. A dríade vivia na árvore ou próxima a ela. Quando a sua árvore era cortada ou morta, a divindade também morria. Os deuses frequentemente puniam quem destruía uma árvore. A palavra dríade era também usada num sentido geral para as ninfas que viviam na floresta.
As ninfas de outras árvores são chamadas de hamadríade.
Aparecem no livro As Crônicas de Nárnia, de C.S. Lewis
As dríades também eram consideradas feiticeiras na mitologia nórdica. Mas há outras fontes que apontam que elas eram criaturas mitológicas que habitavam as florestas e bosques e davam presentes aos homens que as protegiam de lenhadores e quando ficavam furiosas elas engoliam os homens e eles nunca mais eram vistos outra vez.
Na mitologia grega, Hamadríades são ninfas que nascem com as árvores, devendo protegê-las, e com as quais partilham o destino.
Calímaco, conta no seu Hino a Delos, que a disposição e temperamento destas deidades variava em conformidade com a das suas protegidas (árvores), dispensando-se em prantos aquando da queda das folhas ou da estridente alegria à chegada das chuvas da primavera sobre a juventude das verdes folhagens.
E se em algumas lendas poderia viver durante “cerca de dez vidas de palmeiras” ou 9720 anos, em outras versões, a morte anunciava-se-lhes com as das suas árvores.
Existem lendas que descrevem o poder vingativo de que estas Ninfas eram capazes sobre aqueles que ameaçavam as suas árvores (Chrysopelia), outras histórias falam-nos dos castigos que caíam sobre aqueles que as cortassem ou desdenhassem das orações atribuídas as estas deidades (Erysichthon) consideradas como intermediárias entre mortais e imortais.
E se na generalidade dos casos estas Ninfas nasciam com as suas árvores; conta a lenda que Oxylus, filho de Oreius casa com Hamadryads, sua própria irmã, e que desta união nasceram uma série de ninfas protectoras de árvores: Carya, Balanus, Crania, Morea, Aeigirus, Ptelea, Ampelus, e Syce. Cada uma destas seria protectora de um espécie diferente de árvore, entre estas a Vinha, a Figueira, Aveleira.
Melíades são um tipo especial de ninfas, nascidas do freixo - árvore que simboliza a durabilidade e a firmeza. Essas ninfas eram belicosas, isto é, tinham uma vontade nata de guerrear. Nasceram do esperma de Urano, juntamente com Afrodite, as Erínias e os gigantes quando o filho de Urano, Cronos, castrou seu pai e jogou seus genitais ao mar.
Na mitologia greco-romana, Narciso ou O Auto-Admirador (Língua grega: Νάρκισσος), era um herói do território de Téspias, Beócia, famoso pela sua beleza e orgulho. Várias versões do seu mito sobreviveram: a de Ovídio, das suas Metamorfoses; a de Pausânias, do seu Guia para a Grécia (9.31.7); e uma encontrada entre os papiros encontrados em Nag Hammadi, ou Chenoboskion, também chamada Oxyrhynchus. Era filho do deus-rio Cefiso e da ninfa Liríope. No dia do seu nascimento, o adivinho Tirésias vaticinou que Narciso teria vida longa desde que jamais contemplasse a própria figura.
Pausânias localiza a fonte de Narciso na "cama de juncos" em Donacon, no território dos Téspios. Pausânias acha incrível que alguém não conseguisse distinguir um reflexo de uma pessoa verdadeira, e cita uma variante menos conhecida da história, na qual Narciso tinha uma irmã gémea. Ambos se vestiam da mesma forma e usavam o mesmo tipo de roupas e caçavam juntos. Narciso apaixonou-se por ela.
Quando ela morreu, Narciso consumiu-se de desgosto por ela, e fingiu que o reflexo que via na água era a sua irmã. Onde o seu corpo se encontrava, apenas restou uma flor: o narciso.
Como Pausânias também nota, outra história conta que a flor narciso foi criada para atrair Perséfone, filha de Deméter, para longe das suas companheiras e permitir que Hades a raptasse.
Versão de Ovídio:
Em Metamorfoses, Ovídio conta a história de uma ninfa bela e graciosa tão jovem quanto Narciso,chamada Eco e que amava o rapaz em vão. A beleza de Narciso era tão incomparável que ele pensava que era semelhante a um deus, comparável à beleza de Dionísio e Apolo. Como resultado disso, Narciso rejeitou a afeição de Eco até que esta, desesperada, definhou, deixando apenas um sussurro débil e melancólico. Para dar uma lição ao rapaz frívolo, a deusa Nêmeses condenou Narciso a apaixonar-se pelo seu próprio reflexo na lagoa de Eco. Encantado pela sua própria beleza, Narciso deitou-se no banco do rio e definhou, olhando-se na água e se embelezando.
As ninfas construíram-lhe uma pira, mas quando foram buscar o corpo, apenas encontraram uma flor no seu lugar: o narciso.
Versão arcaica
Esta, uma versão mais arcaica do que a contada por Ovídio nas suas Metamorfoses, é um conto moral no qual o orgulhoso e insensível Narciso é punido por ter desprezado todos os seus pretendentes masculinos. Pensa-se que era um conto de aviso dirigido aos rapazes adolescentes. Até recentemente, a única fonte desta versão era um segmento em Pausânias (9.31.7), cerca de 150 anos após Ovídio. Contudo, um relato muito parecido foi descoberto entre os papiros de Oxyrhynchus em 2004, um relato que antecede a versão de Ovídio por pelo menos quinze anos.
Nesta história, Amantis, um jovem, amava Narciso mas era desprezado. Para se livrar do chato Amantis, Narciso deu-lhe uma espada de presente. Amantis usou essa espada para se matar à porta de Narciso e rogou a Nêmeses que Narciso conhecesse um dia a dor do amor não correspondido. Esta maldição foi cumprida quando Narciso ficou encantado pelo seu reflexo na lagoa e tentou seduzir o belo rapaz, não se apercebendo de que aquele que ele olhava era ele próprio. Completando a simetria do conto, Narciso toma a sua espada e mata-se por desgosto
Diferentes versões da história dizem que Narciso, após desdenhar os seus pretendentes masculinos, foi amaldiçoado pelos deuses para amar o primeiro homem em que pousasse os olhos. Enquanto caminhava pelos jardins de Eco, descobriu a lagoa de Eco e viu o seu reflexo na água. Apaixonando-se profundamente por si próprio, inclinou-se cada vez mais para o seu reflexo na água, acabando por cair na lagoa e se afogar.
Narcisismo
O narcisismo tem o seu nome derivado de Narciso, e ambos derivam da palavra Grega narke, "entorpecido" de onde também vem a palavra narcótico. Assim, para os gregos, Narciso simbolizava a vaidade e a insensibilidade, visto que ele era emocionalmente entorpecido às solicitações daqueles que se apaixonaram pela sua beleza.
PÃ, FAUNO, SILVANO E SÁTIRO:
- PÃ:
Pã (Lupércio ou Lupercus em Roma) era o DEUS dos bosques, dos campos, dos rebanhos e dos pastores na mitologia grega. Era segundo alguns estudiosos filho de Júpiter com a ninfa Timbres ou Calixto, outros atribuem ser filho de Mercúrio com Penélope, também encontra-se em poemas filho de Ar com uma Nereida e finalmente poderia ser filho do Céu e da Terra.
Residia em grutas e vagava pelos vales e pelas montanhas, caçando ou dançando com as ninfas. Era representado com orelhas,chifres e pernas de bode. Amante da música, trazia sempre consigo uma flauta. Era temido por todos aqueles que necessitavam atravessar as florestas à noite, pois as trevas e a solidão da travessia os predispunham a pavores súbitos, desprovidos de qualquer causa aparente e que eram atribuídos a Pã; daí o nome pânico.
Os latinos chamavam-no também de Fauno e Silvano.
Tornou-se símbolo do mundo por ser associado à natureza e simbolizar o universo. Em Roma, chamado de Lupércio, era o deus dos pastores e de seu festival, celebrado no aniversário da fundação de seu templo, denominado de Lupercália, nos dias 15, 16 e 17 de fevereiro. Pã foi associado com a caverna onde Rômulo e Remo foram amamentados por uma loba. Os sacerdotes que o cultuavam vestiam-se de pele de bode.
Nos últimos dias de Roma, os lobos ferozes vagavam próximos às casas. Os romanos então convidavam Lupercus para manter os lobos afastados.
Pã apaixonou-se pela ninfa Arcadiana Syrinx, que rejeitou com desdém o seu amor, recusando-se a aceitá-lo como seu amante pelo fato de ele não ser nem homem, nem bode.
Pã então perseguiu-a, mas Syrinx, ao chegar à margem do rio Ladon e vendo que já não tinha possibilidade de fuga, pediu às ninfas dos rios, as náiades, que mudassem a sua forma. Estas, ouvindo as suas preces, atendem o seu pedido a transformando em bambu. Quando Pã a alcançou e a quis agarrar, não havia nada, exceto o bambu e o som que o ar produzia ao atravessá-lo.
Quando, ao ouvir este som, Pã ficou encantado, e resolveu então juntar bambus de diferentes tamanhos, inventando um instrumento musical ao qual chamou syrinx, em honra àninfa. Este instrumento musical é conhecido mais pelo nome de Flauta de Pã, em honra ao próprio deus.
Pã teria sido um dos filhos de Zeus com sua ama de leite, a cabra Amaltéia. Seu grande amor no entanto foi Selene (Diana), a Lua. Em uma versão egípcia, Pã estava com outros deuses nas margens do Rio Nilo e surgiu Tífon, inimigo dos deuses. O medo transformou cada um dos deuses em animais e Pã, assustado, mergulhou num rio e disfarçou assim metade de seu corpo, sobrando apenas a cabeça e a parte superior do corpo, que se assemelhava a uma cabra; a parte submersa adotou uma aparência aquática. Zeus considerou este estratagema de Pã muito esperto e, como homenagem, transformou-o em uma constelação, a que seria Cápricórnio.
Egipã (Aigipan em grego, Aegipan em latim) é o nome de um pã que assumiu a forma de um bode com cauda de peixe. Ele ajudou Zeus em sua batalha com Tifão, recuperando os tendões de Zeus que haviam sido retirados pelo monstro. Como recompensa, o rei dos deuses o colocou no céu como a constelação do Capricórnio. Foi o inventor da trombeta, feita com uma concha marinha.
Os Egipãs são descendentes diretos do deus Pã. São pequenos homens peludos, com chifres e pés de cabras, trazendo o corpo terminado em cauda de peixe. Egipã seria filho de Pã e da ninfa Ega. Foi concebido numa noite de embriaguez dos pais.
Atribui-lhe o som que se ouve nas conchas, tornando-a um instrumento de sopro. Egipã, assim como os seus descendentes, repetem o próprio Pã.
- FAUNOS:
Fauno (do latim Faunus, "favorável"[2] ou também Fatuus, "destino"[3] ou ainda "profeta"[4]) é nome exclusivo da mitologia romana, de onde o mito originou-se, como um rei do Lácio que foi transmutado em deus e, a seguir, sofreu diversas modificações, sincretismo com seres da religião grega ou mesmo da própria romana, causando grande confusão entre mitos variados, ora tão mesclados ao mito original que muitos não lhes distinguem diferenças (como, por exemplo, entre as criaturas chamadas de faunos – em Roma – e os sátiros, gregos).
Assim, para compreender a figura de Fauno, é preciso inicialmente saber que o nome era usado para denominar, essencialmente, três figuras distintas: Fauno, rei mítico do Lácio, deificado pelos romanos,[2] muitas vezes confundido com Pã, com Silvano e/ou com Lupércio (como deus, era imortal); Faunos (no plural, embora possa ser usado no singular, quando individuado o ser) – criaturas que, tal como os sátiros gregos,[5] possuíam um corpo meio humano, meio bode, e que seriam descendentes do rei Fauno.[6] (Eram semideuses e, portanto, mortais); ou ainda, Fauno, um marinheiro que, tendo se apaixonado por Safo, obteve de Afrodite beleza e sedução a fim de que pudesse conquistar a poetisa.[2]
Desde a Antiguidade, em muitos festivais de Atenas, a maioria dedicados a Dionísio, diversas tragédias eram representadas antes de uma peça chamada "satírica", onde os atores, em coro, se fantasiavam de faunos, realizando danças e cantos em flautas, para cortejar o deus.[7] Desde então, a obra satírica foi aproveitada pelo Renascimento e em alguns Classicismos, ficando vigorizada na Europa, e na poesia de Gregório de Mattos.[8]
Devido suas sincrônancias, o mito do fauno fundiu-se com muitas outras culturas e, passando pelos séculos, adquiriu muitas representações artísticas.[7] Na representação da escultura, Praxíteles talvez tenha sido o primeiro a retratar a figura como jovem e bela, conservando seu lado físico humano e obscurecendo seus traços animais.[7] Além de ser trabalhada em obras literárias (notavelmente na poesia), o mito do fauno atravessou os tempos e atingiu também a arte barroca e também a arte renascentista, onde seus artistas o retratavam de formas diferentes.[7]
Rei e Deus:
A primitiva imagem de Fauno na mitologia romana diz respeito ao terceiro[6] rei da Itália (Lácio), e que segundo Virgílio, na Eneida, teria recebido o troiano Evandro, quando este se instalou no monte Palatino; Fauno seria filho de Pico, que era por sua vez filho de Saturno.[2] Trazia, assim, a condição divina por seu antepassado avoengo.[5] Já Hacquard diz que Fauno seria filho de Júpiter com Circe[2], ao passo que Murray aponta versões de que seria filho de Marte.[3]
Segundo Murray, teria sido um rei que, em virtude dos bens feitos ao seu povo, civilizando-os e introduzindo no país a agricultura, foi alçado à divindade após sua morte, sendo adorado como representante das matas e dos campos, sob o nome de Fatuus (ou Destino, Fatalidade).[3] Já Hacquard reputa a deificação do rei por este haver criado as leis e inventado a flauta. Para este autor, Luperco era seu outro nome, sendo um deus agrícola que garantia a fertilidade do gado e sua proteção, especialmente contra os lobos, e que tinha prazer em ficar junto às fontes e passear pelos montes e florestas.[2]
Descendência
Fauno seria o pai de Latino, que o sucedera no trono itálico e que, já velho e sem sucessor homem, foi advertido num sonho por Fauno de que a neta Lavínia deveria casar-se com um estrangeiro – e não com um dos muitos pretendentes vizinhos que a cortejavam. O estrangeiro, então, seria o herói Enéias.[5] Hacquard confirma esta versão, mas questiona se Latino não seria, talvez, filho de Hércules, em vez de Fauno.[2] Da união de Enéias e Lavínia, profetizara Fauno no sonho, adviria uma raça que iria dominar o mundo: os romanos.[5] Essa versão é confirmada por Nennius, que narra a ida de Enéias para o Lácio, onde derrota Turno, um dos pretendentes de Lavínia.[9]
Algumas versões do mito apresentam Fauna como filha do rei, e que este a teria embriagado e, assumindo a forma de uma serpente, a violentara.[2]
Desenho de Fauno, por Caracci.No mito de Ácis e Galatéia, esta declara que ele seria filho de Fauno com uma náiade.[5]
Representação
A representação de Fauno, nas pinturas e esculturas antigas, é feita retratando-o como um homem de barbas, uma coroa de folhas sobre a cabeça e vestindo somente uma pele de cabras, segurando a cornucópia.[2]Ovídio nos diz que tinha chifres na cabeça, e sua coroa era feita de pinus.[4]
Já para os faunos, Dillaway diz que “Os romanos os chamavam Fauni e Ficarii. A denominação Ficarii não deriva do latim ficus que significa figo, como alguns imaginaram, mas de ficus, fici, uma espécie de tumor ou excrescência que cresce nas pálpebras e outras partes do corpo, que os faunos eram representados como possuidores.”[4]
Tendências sincronatórias:
Fauno e Fauna:
Fauna, além da variante que a toma por filha de Fauno, teria sido noutras versões sua esposa, de cuja união advieram os faunos,[4] e segundo algumas fontes esta teria se embriagado com vinho e, então, surrada pelo esposo até a morte, apesar de seus hábitos comedidos; seria, também, uma irmã de Fauno.[2]
Fauna, por sua vez, era também associada, pelos romanos, à Boa Deusa.[2][5] Assim como Fauno, ela também possuía dons oraculares, embora no seu caso voltado apenas às mulheres.[3]
Fauno e Pã
Sendo uma antiga divindade da Itália, nos tempos romanos Fauno adquiriu características que o tornaram similar ao deus Pã, grego.[10] Entretanto, os romanos não fizeram a assimilação direta de Pã a Fauno: ora suas características estão unidas, ora está relacionado ao deus Silvano.[2]
Segundo Menard, os mitos gregos, ao se espalharem pela Itália fizeram com que se confundissem as relações entre Pã e Fauno, embora suas lendas fossem distintas.[11]
Fauno e Silvano:
Para Bulfinch, Silvano e Fauno eram deuses romanos tão similares a Pã, que os considera a mesma personagem com nomes distintos.[5] A diferença, tênue, quando existente, é indicada por Dillaway, dizendo que “os faunos eram uma espécie de semi-deuses, que quando habitando as florestas eram também chamados Silvanos.”[4]
Fauno e/ou Lupércio:
Fauno, como protetor do gado, recebe o nome de Lupercus (ou Lupércio: "aquele que repele os lobos)[12] Estes nomes teriam sido aqueles com os quais Pã fora identificado, em Roma[13] Já a associação dos nomes - Faunus Lupercus - parece comum.[14]
Culto:
Segundo Bailey, os mitos como o de Fauno, associados aos seres do campo ou silvestres apresentam um caráter menos digno do que o devotado aos deuses Lares. A Fauno, bem como ao seu companheiro Inuus (um dos di indigetes), associavam os romanos um caráter de selvageria e travessura, a refletir uma convicção animista da maldade e hostilidade como algo natural nestes espíritos.[15]
O culto a Fauno dava-se em santuários, dos quais o principal era o Lupercal, localizado no monte Palatino, na gruta de Rômulo e Remo. Seus sacerdotes eram chamados Lupercos que usavam chicotes feitos com couro de cabra. Sua finalidade era atender aqueles que buscavam a fertilidade.[2] Menard acentua que essa característica de fecundidade nos rebanhos era caráter comum a todos os primitivos deuses itálicos, donde receber Fauno as honras dos pastores.[11]
Fauno era cultuado especialmente por seus dons oraculares. Suas previsões se davam nas matas e eram comunicadas aos que as desejavam por meio de sonhos. Para isto, era necessário o consulente dormir nos lugares sagrados ao deus, sobre peles de animais adrede sacrificados a ele.[3]
A caverna de Fauno:
A gruta mitológica em que a Loba de Marte teria alimentado os gêmeos Rômulo e Remo, chamada de Lupercal, teria o mesmo nome que o lugar de adoração a Fauno (em sua variante devocional de Faunus Lupercus); para Hacquard, por exemplo, tratava-se apenas de uma coincidência de nomes.[2].
Em 2007, entretanto, o Ministro da Cultura italiano, Francesco Rutelli, anunciou a localização, em Roma, deste santuário. Possui adornos em suas paredes, teto em abóbada e suas dimensões são de 6,5 metros de altura e 7 metros de diâmetro. A caverna, agora lugar real e não fantástico, foi datada como sendo da Idade do Bronze.[14]
Profecias:
Na caverna, segundo a história, os romanos obtinham as profecias de Fauno. Gibbon narra a ascensão de Carus ao domínio de Roma, sem a aprovação do Senado. Uma écloga, então composta, lisonjeava o novo imperador: dois pastores, evitando a canícula do meio-dia, descansam na caverna de Fauno. Sob uma faia frondosa, descobrem recentes escritos; a divindade rural descrevia, em versos proféticos, a felicidade do império sob o reinado de tão grande príncipe. Fauno saudava a chegada daquele herói que, recebendo nos ombros o peso do mundo romano, vai extinguir as guerras e as facções, e mais uma vez irá restaurar a inocência e segurança da idade de ouro.[16]
Hacquard lembra, ainda, o episódio onde Numa Pompílio – um dos reis míticos de Roma – teve de acorrentar sua efígie a fim de obter seus préstimos oraculares.[2]
Lupercais e Faunália:
As festas dedicadas a Fauno (Lupércio) ocorriam a 15 de fevereiro,[17] que teria sido a data da fundação do seu templo, o Lupercal. Essa festa era essencialmente rural, uma vez que Fauno Lupércio tinha a precípua função de proteger os rebanhos (‘’Lupercius’’ seria, assim, “que repele os lobos”)[12] Eram uma forma de purificação, com fito de obter grande produtividade na agricultura e na criação. Teria sido iniciada por Evandro e persistiu até o século V quando a Igreja a incorporou, transformando-a, segundo Georges Hacquard, na festa da Purificação da Virgem.[2]
Bailey ressalta que a notoriedade dessa festa chegou até a atualidade graças ao uso político que dela fez Marco Antônio, em 44 a.C..[15]
Em 5 de dezembro outro festival se realizava, a Faunália, similar às Lupercais. Neles os sacerdotes de Fauno, chamados Luperci, andavam pelas ruas, ministrando chibatadas nas pessoas com açoites feitos com pele de cabra.[12]
Os faunos:
Divindades do campo teriam vida bastante longa, embora não fossem imortais; similares aos silvanos de Roma e aos sátiros gregos.[6]
Também se diferem pouco dos pãs e dos egipãs, sendo pequenas divindades que desempenhariam papel análogo ao dos heróis míticos, que são intermediários entre os deuses e os homens, segundo Menard, sendo, portanto, intermediários entre os animais, de vida puramente instintiva – neste caso o bode – e as divindades. Segundo este autor, sua criação deve-se apenas à escultura, pois nada há nos filósofos referentes a eles.[11]
Dillaway assim define os faunos, bem como aos pãs (sátiros): “Eles eram os filhos de Fauno e Fauna, ou Fátua, rei e rainha dos latinos, e embora considerados semideuses, era provável que morriam depois de uma vida longa. Realmente, Arnóbio mostrou que o pai deles, ou chefe, viveu apenas cento e vinte anos. Os faunos eram deidades romanas, desconhecidos para os gregos. O Fauno romano era o mesmo que o Pã grego; e, como nos poetas, nós achamos menções frequentes de faunos, Pãs, ou Panes, no número plural, mais provável que os faunos fossem os mesmos pãs, e todos descendem de um só progenitor.”[4]
Natureza animal dos faunos:
Menard traz uma importante citação, em seus estudos sobre as obras de arte que retratam faunos e sátiros, que reporta à natureza distinta de sátiros e faunos, apesar de ele próprio confundir a ambos nas descrições que faz, tratando-os por sinônimos. Reproduz a seguinte passagem do crítico Clarac, que diz:
"(..) Chamei Fauno a essa estátua, com os escritores que me precederam, mas o seu verdadeiro nome deve ser Sátiro. Não se pode duvidar de que Fauno seja apenas uma divindade da mitologia romana, e o belo mármore é indubitavelmente ou uma estátua grega, ou cópia de uma estátua grega. É sabido que os sátiros, na antiga mitologia, tinham formas humanas com exceção das orelhas e da cauda de cavalo. Os faunos se lhe assemelhavam, mas, depois de Zêuxis, passaram a ter cauda de bode."[11]
Influência e representações artísticas:
A fusão da imagem de faunos com sátiros tem produzido, nos últimos séculos, a representação destes seres nos cenários retratados pelos artistas.[18]
Referências:
1. Duriez, Colin. Manual Prático de Nárnia. (Trad. de Celso Roberto Paschoa.) Osasco: Novo Século, 2005
2. HACQUARD, Georges, Guide Mythologique de la Grécie et de Rome, 1990, Hachette, Paris – (versão em português pode ser encontrada sob título Dicionário de Mitologia Greco-Romana)
3. MURRAY, Alexander. Quién es Quién en la Mitología (Who’s Who in Mythology), trad. Cristina María Borrego, M. E. Editores, Madri, 1997, ISBN 84-495-0421-X (em espanhol)
4. Roman Antiquities, and Ancient Mythology (For Classical Schools) (2ª ed) Charles K. Dillaway, Projeto Gutenberg (em inglês) (página acessada em novembro de 2008).
5. O livro de ouro da mitologia: (a idade da fábula): histórias de deuses e heróis (The age of fable) Bulfinch, Thomas ; trad. David Jardim Júnior, 26ª ed. Rio de janeiro, 2002 ISBN 85-00-00671-4.
6. As 100 melhores histórias da mitologia: deuses, heróis, monstros e guerras da tradição greco-romana A. S. Franchini, Carmen Seganfredo. 9ª ed. Porto Alegre, L&PM, 2007. ISBN 85.254.1316-X
7. Furtado Rodrigues, Jerusa Helena; Pedro da Silveira, Dionísio: Sarcasmo em Gregório de Mattos e Guerra, p. 4.
8. Furtado Rodrigues, Jerusa Helena; Pedro da Silveira, Dionísio: Sarcasmo em Gregório de Mattos e Guerra, p. 3.
9. Nennius, Historia Brittonum, Projeto Gutenberg (em inglês) (página obtida em novembro de 2008).
10. Mitologias – Deuses, heróis e xamãs nas tradições e lendas de todo o mundo. Roy Willis, coord., (trad. Thaís Costa e Luiz Roberto Mendes Gonçalves) Publifolha, 2006, ISBN 978-85-7402-777-7
11. MENARD, René. La Mythologie dans l’Art Ancien et Moderne – Mitologia Greco-Romana, vol. 3, trad. Aldo della Nina, Opus, São Paulo, 1985.
12. Encyclopedia Mythica por Micha F. Lindemans (acessada em novembro de 2008).
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14. Notícia, BBC-Brasil, página acessada em novembro de 2008.
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17. dicionário Aurélio verbete lupercais
18. MENARD, René. La Mythologie dans l’Art Ancien et Moderne – Mitologia Greco-Romana, vol. 1, trad. Aldo della Nina, Opus, São Paulo, 1985.
19. 19,0 19,1 19,2 19,3 Obras completas de Horácio, Projeto Gutenberg (em inglês) (página acessada em novembro de 2008).
20. MILTON, John. Paraíso Perdido, Livro IV
21. Íntegra de "The Marble Faun", segundo o original (em inglês) (acesso em novembro de 2008)
22. Weinfield, Henry. Stephane Mallarme, Collected Poems. Translated with commentary. 1994, University of California Press. Pg. 179. (em inglês)
23. resumo biográfico, UFRGS (acessado em novembro de 2008).
24. 24,0 24,1 Análise da vida de Mallarmé e do poema L'Après-midi d'un faune, por Luiz Alberto Sanz (página acessada em novembro de 2008).
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26. Poema, no Wikisource
27. MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através dos textos" Cultrix, 2000, ISBN 8531602297, p. 323
28. Cruz e Souza, "O novo círculo intelectual", PAULI, Evaldo. (acessada em novembro de 2008)
29. LEWIS, C.S., As Crônicas de Nárnia (volume único – tradução até o livro 6 de Paulo Mendes Campos), Martins Fontes, São Paulo, 2005, ISBN 8533622104
30. Análise da composição, Pierre Boulez, Encyclopédie de la Musique. Fasquelle, 1958 (em francês) (página acessada em novembro de 2008).
31. BNB, Balé Nacional do Brasil, repertório, página acessada em 24 de novembro de 2008.
32. História do cinema na Madeira, página acessada em novembro de 2008
33. Página de James McAvoy no IMDb (em inglês)
34. Crítica, yahoo movies (acesso em novembro de 2008)
- SILVANOS:
Silvano (no latim Silvanus), era uma deus da Roma Antiga, das florestas (no latim silva – donde vem-lhe o nome) que mais tarde passou a ser identificado com o deus Fauno ou com o Pã grego.[1] Alguns autores o descrevem como filho de Saturno [2], outros ainda de Fauno. [3]
Mito:
Sua origem é bastante obscura. [3] Assim como Fauno, era deus puramente romano e, também como ele, tinha por atribuição proteger as atividades pastoris. Entretanto Silvano guardava os bosques e se dizia que foi o primeiro a separar as propriedades nos campos. Apaixonara-se pelo belo Cipariso que, convertido num cipreste, fez com que o deus passasse a andar com um ramo dessa árvore. Era, ainda, músico assim como os demais deuses pastoris.[2]
Silvano gosta de assustar os viajantes que andam solitários.[4]
Representação:
Segundo Murray, era representado como um homem jovem, totalmente humano (ao contrário de Fauno, que muitas vezes era representado caprípede), usando uma flauta pastoril e com um galho de árvore. Esse galho assinalava sua condição de deus das matas; nalgumas versões, entretanto, lembraria seu amor a Cipariso. Uma imagem sua estava no templo de Saturno, em Roma.[2] Para Dillaway, entretanto, as imagens que o representavam mostravam um homem baixo, com face de homem e pernas de cabra; este autor confirma a presença do galho de cipreste, em lembrança a Cyparissus – característica acentuada por Virgílio. Ainda segundo este autor, Silvano trazia um podão e frutas relativas ao bosque.[3]
Culto:
Em Roma havia dois santuários dedicados a Silvano.[2] Seus sacerdotes formavam um dos principais colégios da cidade-estado e gozavam de grande reputação, o que evidencia a fama de sua adoração, segundo Dillaway. Este autor reporta que os romanos receberam seu culto dos pelasgos, quando este povo migrou para a Itália; este povo consagrou-lhe os arvoredos, como a demonstrar que não havia lugar em que não houvesse a presença divina, estabelecendo ainda festivais em sua homenagem; neles, oferendas de porco e leite eram as que agradavam ao deus. Um monumento em Laches lhe dá o epíteto de Littoralis, o que faz depreender que fosse adorado nas regiões costeiras. Por vezes aparece nu, noutras é vestido com uma roupa rústica, que lhe alcança os joelhos.[3]
Silvanos:
Assim como Fauno, que derivou nas entidades menores dos faunos, também há os silvanos, habitantes das florestas. Muitos autores confundem os silvanos, faunos, sátiros e silenos com Pã. Plínio parece adotar a visão ao compará-lo aos egipãs.[3]
Referências:
1. HACQUARD, Georges, Guide Mythologique de la Grécie et de Rome, 1990, Hachette, Paris - (versão em Português pode ser encontrada sob título Dicionário de Mitologia Greco-Romana)
2. MURRAY, Alexander. Quién es Quién en la Milogía (Who’s Who in Mythology), trad. Cristina María Borrego, M. E. Editores, Madri, 1997, ISBN 84-495-0421-X (em espanhol)
3. Roman Antiquities, and Ancient Mythology (For Classical Schools) (2nd ed) Charles K. Dillaway, Projeto Gutenberg (em inglês) (página acessada em novembro de 2008).
4. "Silvanus" Encyclopedia Mythica from Encyclopedia Mythica Online. [Acessado em 24 de Novembro de 2008].
- SÁTIROS:
Sátiros (em grego, Σάτυροι — Sátyroi), na mitologia helênica, eram entidades naturais metade humanas e metade com corpo de bodes. Diferentes do Pã, pois os sátiros são Mortais.
Segundo a mitologia greco-romana, o Fauno é um deus romano cultuado no monte Palatino, sendo o deus protetor dos pastores e rebanhos, porém com o tempo acabou por perder tal caráter divino e passou a ser tido como divindades do campo, que protegiam as culturas de trigo e cuidavam dos rebanhos. Normalmente eram-lhes consagrados o pinho e a oliveira e apesar de serem divinos, não eram imortais.
Mársias é Sátiro e um personagem da mitologia grega. Encontrou a flauta que Atena tinha inventado e, mais tarde, havia descartado porque ao tocá-la suas bochechas ficavam muito inchadas,sendo caçoada por Eros,deus do Amor.
Mársias tornou-se um músico tão perfeito que desafiou Apolo a uma competição, onde o vencedor teria direito de punir o perdedor. Apolo ganhou e teve que escalpelar Mársias. O deus arrependeu-se depois,e quis "homenagear" o seu concorrente fazendo do sangue do sátiro nascer o rio Mársias. A lenda era um conto para convencer as pessoas de que a cultura grega,representada pela lira de Apolo,seria superior que a asiática representada pela flauta de Mársias.
ARISTEU, DAFNIS E PRÍAPO
- ARISTEU:
Aristeu, filho de Apolo com a ninfa Cirene, foi segundo a Mitologia Grega um pastor, tendo ainda os epítetos de "O melhor" ou "Apicultor". Era adorado na Grécia Antiga como o protetor dos caçadores, pastores e dos rebanhos; era, também, considerado o pioneiro da apicultura e da plantação de oliveiras. Possuía, ainda, os dons da cura e da profecia, e por estas características era tido como um deus benévolo.
Representação
A imagem que chegou ao presente deste deus menor é de um jovem pastor com um cordeiro.
Resumo do mito:
A sedução de Eurídice.
Aristeu tentara seduzir Eurídice, esposa de Orfeu, um pastor e patrono da música. Quando Eurídice tenta escapar, Cirene, mãe de Aristeu, que assistia a tudo sem ser notada, transmuta-se numa serpente venenosa e pica Eurídice, matando assim aquela que rejeitara seu filho.
Após o triste canto de Orfeu, chorando a morte de sua amada, as ninfas vingam-se dele, matando-lhes suas abelhas. A fim de amenizar a ira das ninfas, Aristeu decide sacrificar alguns animais de seu rebanho. Das carcaças dos animais brotaram novas abelhas - razão esta que justificava a crença dos antigos de que as abelhas nasciam da carne putrefata.
O mito
Tendo morrido suas abelhas, Aristeu, criador da apicultura, logo procurou sua mãe, a ninfa Cirene, no rio em que esta vivia e lamentou a perda de sua preciosa criação, cobrando dela maior proteção face a tais fatalidades, já que era seu filho.
Quem ouviu as lamúrias de Aristeu foi uma das ninfas de Ceres que se ocupava de cantar e contar histórias para alegrar as outras que se detinham nas ocupações feminis de fiar e tecer.
Esta, ao elevar a cabeça fora d'água, viu que era Aristeu e foi logo comunicar o fato a sua ama. Cirene então ordenou que o filho fosse trazido para junto de si, ao que o rio, cumprindo sua ordem, se abriu deixando passar Aristeu, amparado de ambos os lados pelas grandes colunas de águas que se mantinham eretas.
Aristeu, então, desceu até à fonte do rio e quase ensurdeceu, tamanho era o barulho das águas que dali banhariam toda a Terra.
Junto a Cirene
Foi recebido com iguarias das mais finas nos aposentos de sua mãe e antes da refeição fizerem libações a Netuno.
Após deleitarem-se com os manjares, Cirene se dirigiu ao filho e falou-lhe de um velho e sábio profeta, chamado Proteu que morava no mar e era querido de Netuno, cujo rebanho de focas pastoreava.
Proteu, conhecedor do passado, do presente e do futuro poderia dizer a Aristeu a causa da mortalidade de suas abelhas e como remediar o acontecido. E disse mais: "Proteu não atenderá a seu pedido de boa vontade, deves obrigá-lo pela força, apoderando-se dele e acorrentando-o com cadeias apertadas das quais não será capaz de se livrar. Antes, no entanto, o profeta recorrerá às suas artes mudando de forma: em um javali, um tigre feroz, um dragão cheio de escamas ou um leão de amarela juba; produzirá também ruído semelhante ao crepitar do fogo ou à água corrente para que soltes suas correntes, quando então fugirá". Bastaria, portanto, a Aristeu manter Proteu preso, fazendo este perceber a ineficácia de seus artifícios, assim obedecendo às ordens daquele.
Antes, no entanto, de encaminhar seu filho ao encontro de Proteu, Cirene perfumou seu filho com néctar, a bebida dos deuses, ao que este imediatamente sentiu um vigor desconhecido e grande coragem acompanhado de uma suave fragrância.
Visita a Proteu
A ninfa então levou seu filho à gruta do profeta, ao meio-dia, quando o sol estaria forte e os rebanhos e os homens estariam a repousar. Deixou o filho e foi logo esconder-se nas nuvens. Proteu, então, saiu da água, seguido de seu rebanho de focas que se espalharam pela praia, deitou-se no chão da gruta e adormeceu. Aristeu rapidamente acorrentou-o e deu um grito. Acordando e vendo-se preso às correntes, Proteu logo começou a transmutar-se, primeiramente numa fogueira, depois em água, depois em uma fera terrível. Verificou, porém, que de nada valeram seus esforços e dirigiu-se a Aristeu enfurecido: "Quem és tu, jovem, que invades minha casa, e o que desejas de mim?"
Aristeu então disse que tivera ajuda divina e que Proteu deveria cessar com seus artifícios, e que já sabia quem era quem o acorrentava. Disse ainda: "Desejo saber a causa de minha desgraça e o meio de remediá-la."
Sacrificou os animais, prestou honras a Orfeu e Eurídice e, voltando ao local dos sacrifícios em nove dias, observou uma maravilha! Um enxame de abelhas tomara posse das carcaças e trabalhava como numa colméia.
- DÁFNIS:
Na mitologia grega, Dáfnis (em grego antigo Δαφνίς, de δάφνη, ‘laurel’) foi um pastor siciliano ao qual se atribui a invenção da poesia bucólica.
Aprendeu com o Pã a cantar e a tocar flauta e foi protegida pelas musas no qual lhe inspiravam o amor e a poesia.
É considerado filho de Hermes com uma ninfa [1] ou simplesmente o amante (eromenos) deste deus.[2] Ovídio o considera um pastor ideo, [3] mas não esclarece se refere-se a Ida frígio ou cretense, pois o termo refere-se a qualquer montanha com bosques.[4]
A lenda de Dáfnis e Cloé, escrita por Longo, descreve duas crianças que crescem juntas e gradualmente desenvolvem um amor mútuo, casando-se após muitas aventuras.
Referências
1. Diodoro Sículo iv.84.
2. Cláudio Eliano, Varia Historia x.18.
3. Ovídio, Metamorfoses iv.275.
4. Etymologicum Magnum s.v.
- PRIAPO:
Priapo ou Príapo (em grego: Πρίαπος, transl. Príapos) é o deus grego da fertilidade, filho de Dionísio e Afrodite.[1] Sua imagem é apresentada como um homem idoso, mostrando um grande órgão genital (ereto). Priapo era considerado como protetor de rebanhos, produtos hortícolas, uvas e abelhas.
Dionísio vindo vitorioso de batalhas nas Índias, foi por Afrodite ardorosamente recebido e dessa união nasceu Priapo. Hera, ciumenta de Afrodite, trabalhou para que a criança nascesse com a sua enorme deformidade (curiosamente ele sempre é representado com um pênis de tamanho exagerado). Sua mãe mandou educá-lo nas margens do Helesponto em Lampasaco, onde por conta de sua libertinagem e desregramento tornou-se objeto de terror e repulsa. A cidade foi tomada por uma epidemia e os habitantes viram nisso uma retaliação por não terem dado atenção ao filho de Afrodite, fizeram rituais e pediram que ele ficasse entre eles.
Representações:
É representado por um busto em cima de uma pilastra com cornos de bode, orelhas de cabra, uma coroa de folhas de vinha ou de loureiro. Os antigos borravam as estátuas com cinábrio ou zarcão, algumas vezes coloca-se instrumentos de jardinagem junto à imagem, cestos para fruta, foice, um bastão para afastar ladrões e uma vara para amedrontar os pássaros. Sobre o monumento colocam também cabeças de burro e outros animais que os habitantes lhe ofereciam em sacrifício. Existia ainda um ritual onde meninas virgens sentavam em cima de um falo gigante representando Priapo.
Priapismo:
Priapismo é uma condição médica geralmente dolorosa e potencialmente danosa na qual o pênis ereto não retorna ao seu estado flácido, apesar da ausência de estimulação física e psicológica. A ereção dura em média 4 horas, e pode levar à impotência sexual definitiva.
O priapismo é uma emergência médica e o recomendando é procurar atendimento de emergência prontamente.
Vertumno é uma divindade da mitologia romana, deus dos jardins e dos pomares, casado com a deusa Pomona. Tinha uma fidelidade inviolável a sua esposa.
Na Mitologia Romana, Pomona é a deusa das frutas, dos jardins e dos pomares. Seu nome vem da palavra latina pomum, que se traduz como "fruto". É apresentada em figura de uma bela ninfa. A tesoura de poda é seu atributo. Ela é deusa unicamente romana, nunca identificada com qualquer homólogo grego, e é particularmente associada com o florescimento das árvores. No século 19 em estátuas e decorações de edifícios ela era geralmente mostrada carregando um grande prato de frutas ou uma cornucópia.
Pomona e Vertumno
A Mitologia conta que Pomona dedicava seu tempo a podar as plantas que cresciam excessivamente e a cortar os ramos que saíam de seus lugares, e também, para que suas plantas prediletas não ficassem secas, conduzia até elas a água através de canais. Essa ocupação era seu objetivo e sua paixão, e estava livre do que Vênus, a deusa do amor inspira. Mantinha seu pomar fechado, sem permitir que nenhum homem entrasse lá. Muitos dariam tudo de que dispunham para possuir tal ninfa de beleza singular. Vertumno é o deus das estações, crescimento das plantas, bem como jardins e árvores frutíferas.
Amava Pomona mais do que todos os outros; mas não tinha mais sorte do que eles. Ele pode mudar a sua forma à vontade, podendo se transformar no que quiser. Por vezes, sob um disfarce, ele se aproximara de Pomona. Certa vez, apareceu com um cesto de trigo e o entregou a ela. Outrora, carregando uma escada, dava a impressão de que ia colher maçãs.
Assim, conseguia aproximar-se de Pomona frequentemente e alimentava a paixão com a sua presença. Certo dia, ele apareceu disfarçado de velha, com cabelos grisalhos e tendo um bastão na mão. Entrou no pomar da ninfa e admirou seus frutos. Sentou-se num banco e olhou para os ramos carregados de frutos que pendiam acima dela. Em frente, havia um olmo, por cujo tronco subia uma parreira, carregada de uva. Elogiou a árvore e a vinha.
Disse a Pomona que se a árvore ficasse só, sem a vinha lhe subindo o tronco, nada teria para atrair ou oferecer. E, igualmente, a vinha, se não se enroscasse em torno do olmo, estaria prostrada no chão. Em seguida perguntou por que não aproveitava a lição da árvore e da vinha e concordava em unir-se a alguém.
Pomona disse que todos da região eram uns boçais. Vertumno, ainda em seu disfarce de velha, aconselhara a ela senão ele mesmo, dizendo que Vertumno não era uma divindade errante, e que nem se assemelhava a muitos que amam todas que têm ocasião de ver. Disse que ele é jovem e belo e tem o poder de assumir qualquer aspecto que deseje, e pode transformar-se exatamente naquilo que deseja. Além do mais, disse, ele ama as mesmas coisas que você, adora jardinagem e admira seu pomar. Disse ainda que os deuses castigam a crueldade e de que Vênus detesta os corações duros e vingar-se-á de tais ofensas, mais cedo ou mais tarde. Depois de dito isso,
Vertumno livrou-se do disfarce de velha e se mostrou tal como era, um belo jovem. Ia renovar seus apelos, mas não houve necessidade; seus argumentos e seu próprio aspecto triunfaram e a ninfa já não mais resistiu, correspondendo-lhe com o mesmo ardor.
Flora, na mitologia romana, é uma ninfa das Ilhas Afortunadas. Esposa de Zéfiro e deusa das flores. Na Grécia é chamada de Clóris. (origem da palavra Clorofila)
Flora é a potência da natureza que faz florir as árvores e preside a “tudo que floresce”. A lenda pretende que Flora foi introduzida em Roma (tal como Fides) por Tito Tácito, juntamente com outras divindades sabinas. Era honrada quer por populações itálicas não latinas como latinas. Algumas populações sabinas tinham-lhe consagrado um mês, o correspondente a Abril do calendário romano.
Ovídio relacionava com o nome de Flora um Mito helênico, supondo que, na realidade, ela era uma ninfa grega denominada Clóris. Num dia de Primavera em que Flora errava pelos campos, o deus do vento, Zéfiro, viu-a, apaixonou-se por ela e raptou-a. Desposou-a, em seguida, num casamento público. Zéfiro concedeu a Flora, como recompensa e por amor, o reinar sobre as flores, não só sobre as dos jardins como, também, sobre as dos campos cultivados.
O mel é considerado como um dos presentes que Flora ofertou aos homens, tal como as sementes das inumeráveis variedades de flores. Ao narrar esta lenda, de que é talvez o inventor, Ovídio refere explicitamente o rapto de Orítia por Bóreas. Este rapto é, sem dúvida, o seu modelo, mas acrescenta-lhe um episódio singular; é Flora quem está na origem do nascimento de Marte. Juno, irritada com o nascimento de Minerva, saída espontaneamente da cabeça de Júpiter, quis conceber um filho sem o auxílio de um elemento masculino. Dirigiu-se a Flora, que lhe deu uma flor cujo simples contato era suficiente para fecundar uma mulher. Foi assim que Juno, sem se unir a Júpiter, deu à luz o deus cujo nome é o do primeiro mês de Primavera.
Flora tinha um sacerdote particular em Roma, um dos doze flâmines menores, que eram considerados como instituídos por Numa. Celebravam-se em sua honra as Floralia, caracterizadas por jogos em que participavam as cortesãs.
Pales era uma divindade da mitologia romana relacionada com a vida pastoril. Em algumas fontes, como em Ovídio e em Virgílio, a divindade é apresentada como feminina, enquanto que outras fontes se referem a Pales como uma divindade masculina. Desconhece-se igualmente se Pales seria apenas uma divindade ou duas.
O festival dedicado a Pales decorria no dia 21 de Abril e recebia o nome de Parilia (ou Palilia). Neste dia os pastores faziam fogueiras de restolho e espinhos sobre as quais saltavam. Pediam também perdão pelos seus animais terem penetrado em locais considerados como sagrados. A tradição romana viria a identificar o dia 21 de Abril como o da fundação de Roma por Rómulo.
Outro festival dedicado à divindade tinha lugar no dia 7 de Julho; este festival parece ter sido dedicado Pales enquanto duas divindades (Palibus duobus).
O general Marco Atílio Régulo construiu um templo a Pales depois da sua vitória sobre os Salentinos em 267 a.C.. Julga-se que este templo se encontrava no Palatino, mas tem sido sugeridos outros locais, como o Campo de Marte ou o Aventino.
O DEUS TERMO:
O deus Termo era o deus que protegia os limites na Antiga Roma e era representado por um grande marco de pedra. Segundo Gibbons, uma lenda dizia que nem Júpiter pôde vencê-lo. Essa glória estava destinada a Adriano, o sucessor de Trajano, o qual tinha ampliado o império para além do que Augusto tinha considerado administrável.
A primeira medida do reinado de Adriano "foi a renúncia a todas as conquistas realizadas no Oriente por Trajano" (Gibbons), devolvendo a liberdade aos povos submetidos e reconduzindo Roma aos seus antigos limites.
O Deus Termo foi a princípio representado sob a figura de uma grande pedra quadrangular ou de um tronco de árvore, mais tarde deram-lhe uma cabeça humana, sobre um pedra piramidal.
JANO:
Jano (em latim Janus) foi um deus romano que deu origem ao nome do mês de Janeiro.
Era o porteiro celestial, sendo representado com duas cabeças, representando os términos e os começos, o passado e o futuro. De fato, era o responsável por abrir as portas para o ano que se iniciava, e toda porta se volta para dois lados diferentes.
Jano.Existem, no entanto, em alguns locais, representações daquele deus com quatro faces.
Em seu templo, as portas principais ficavam abertas em tempos de guerra e eram fechadas em tempos de paz. De acordo com tradição só foram fechadas duas vezes na história — uma no reinado de Numa e outra no de Augusto.
Os romanos associavam Janus com a divindade etrusca Ani.
Juturna é, na mitologia romana, uma deusa menor, ninfa das águas e mananciais. É filha do rei mítico Dauno e irmã de Turno, rei dos rútulos, com quem participa dos combates para expulsar Eneias e os troianos que vieram se estabelecer na Itália, depois da queda de Tróia. Protege as lagoas, as nascentes, os poços e os rios.
Em data muito antiga também a chamavam de Diuturna e era honrada à beira do rio Numício, não longe de Lavínio, cidade que Eneias fundou e à qual deu esse nome em homenagem à sua segunda esposa, Lavínia. Segundo Virgílio, na Eneida, era filha da deusa Venília, divindade antiga das águas doces. A tradição romana a associava ao culto de Netuno.
Segundo a lenda, foi amada por Júpiter, que, para recompensá-la, a tornou imortal e lhe deu o domínio sobre os rios e as águas. Essa ligação secreta foi revelada por outra ninfa, Lara (ou Larunda), que por esse motivo foi punida pelo rei dos deuses com a perda da fala. Segundo outra versão, era mulher do deus Jano, com quem teve o filho Fonte.
Carmenta (em latim Carmentis) é uma divindade romana e uma ninfa da Arcádia, filha do rio Lado. É mãe de Evandro com Hermes (Mercúrio), segundo Virgílio (Eneida, 8, 336). Foi com o filho para a Itália sessenta anos antes da queda de Tróia. Depois de chegar ao Lácio com Evandro, onde foram bem recebidos pelo rei Fauno, dirigiu-se à colina do Capitólio, onde se tornou conhecida pelo dom da profecia.
Faz parte do grupo dos Di indigetes, deuses menores que não são menos importantes que os deuses maiores, pois cuidavam e zelavam pela vida do dia-a-dia dos romanos. Era designada pelos nomes de Nicóstrata, Têmis, Cária, Timandra ou Telpusa, mas a tradição romana a chamou Carmenta, que era o nome de uma antiga divindade de Roma, protetora do canto profético (carmen).
Recebeu o dom da profecia do deus Apolo e, segundo Virgílio, foi a primeira a cantar a grandeza futura dos descendentes de Eneias, herói troiano que também se estabeleceu no Lácio, e predisse a Hércules seu futuro glorioso. A lenda diz que viveu cento e dez anos e foi sepultada por seu filho Evandro ao pé do Capitólio, não longe da porta Carmental, que devia perpetuar sua memória.
As mulheres romanas a veneravam como deusa protetora da gravidez e do nascimento e também era considerada protetora das parteiras. Algumas versões a associavam a duas outras deusas, Anteverta (ou Prorsa, ou Porrima), aquela que conhece o passado, e Postverta, aquela que conhece o futuro.
Segundo alguns autores, foi a inventora do alfabeto latino. Em seu templo, em Roma, era proibido entrar com roupas ou objetos de couro, porque lembravam a morte e a chacina de animais. O santuário estava situado perto da Porta Carmentalis, ao lado do Capitólio.
Os artistas a representavam com uma coroa de favas nos cabelos, que encrespavam naturalmente e caíam em anéis sobre os ombros, e com uma harpa, símbolo de suas capacidades proféticas, com as quais predizia o destino do recém-nascido.
DEUSES DA FAMÍLIA, PÁTRIA
- OS CABIROS:
Os cabiros (kábeiroi, em grego), são deuses ctônicos, propiciadores da fertilidade e das riquezas. Costumam ser representados com martelos e tenazes, como auxiliares de Hefesto e deuses do fogo e da metalurgia e usando barretes pontudos.
Seu nome pode estar relacionado ao do deus indiano Kubera, ao grego kóbalos (espécie de pequenos dáimones), ao eslavo antigo kobi ("espírito protetor"), ao alemão Kobold, ao francês gobelin e ao inglês goblin, palavras aproximadamente equivalentes a "duende".
Seu santuário mais famoso se localizava na Samotrácia, embora seu culto se ramificasse por várias regiões, chegando até mesmo a Mênfis, segundo Heródoto. Embora a origem e a natureza dessas divindades menores sejam interpretadas de maneiras diversas pelos mitógrafos antigos, os Cabiros, segundo a tradição mais comum, eram quatro.
Passavam por filhos de Hefesto e Cabiro ou, segundo outras versões, Hefesto, unindo-se a Cabiro, foi pai de Casmilo, tendo este gerado os outros três: Axiero, Axioquersa e Axioquerso, identificados respectivamente com Hermes, Deméter, Perséfone e Hades. Seus locais de culto, além da Samotrácia, encontravam-se em Lemnos, Imbros e nas vizinhanças de Tebas.
Como divindades de mistérios, não podiam ser invocados impunemente, a não ser por iniciados. Integravam normalmente o cortejo de Hera, a protetora dos amores legítimos, já que o ápice de uma iniciação, télos ho gámos, é exatamente o casamento.
Após a época clássica, os Cabiros se tornaram, como os Dióscuros, Cástor e Pólux, os protetores da navegação, daí o conselho de Orfeu para que os argonautas se iniciassem nos mistérios da Samotrácia.
- OS TELQUINOS:
Os Telquinos filhos do Sol e de Minerva, habitaram a ilha de Rodes. Parecido com os Cabiros, em traços e semelhanças físicas, eles se dedicaram a metalurgia e feitiçaria, responsável, pelas chuvas, Júpiter os enterrou sob as ondas, transformando-os em rochedo. Eram venerados na ilha de Rodes.
- OS DEUSES PENATES:
Na mitologia romana, os penates eram os deuses do lar, adorados tanto pelos romanos quanto pelos etruscos. Os penates eram deuses responsáveis pelo bem-estar e a prosperidade das famílias. O próprio nome penates vem da palavra penus (dispensa). Isto por que os bens, a dispensa, da família eram consagrados a eles. Os chefes de família eram os sacerdotes dos penates de sua própria casa[1]. O culto aos penates era ligado a Vesta e aos lares. Eles eram adorados no seio da família onde compartilhavam o altar da deusa Vesta localizado no centro da casa.A eles eram oferecidas suas partes nas refeições diárias.Cada família romana adorava dois penates e quando uma família viajava, transportava consigo os seus penates.
Os penates não tinham nomes individuais, sendo conhecidos pelo nome genérico penates. Eles estavam associados aos Lares, outra espécie de divindade doméstica. No altar doméstico, a imagem do Lar esta colocada entre as imagens dos dois penates. Na casas em Pompéia, o relicário com as três figuras ficavam às vezes na cozinha, às vezes nas salas. No final do Império Romano, ele era colocado atrás da porta de entrada da casa e uma vela ou lamparina ficava queimando diante da imagem. Mesmo quando o cristianismo tournou-se a religião oficial do Império, a adoração aos penates e aos lares continuou.
Os antigos romanos reuniam a família e os escravos e ofereciam um sacrifício matinal ao deuses familiares. Antes das refeições, a bênção dos deuses era pedida. Depois da refeição e antes da sobremesa, a família fazia um período de silêncio e uma pequena porção de comida era colocada no altar dos penates e queimada.
Nas festividades especiais romanas, nos aniversários, casamentos e retornos seguros de viagens, as imagens recebiam coroas e lhes eram oferecidos bolos, mel, vinho, incenso e às vezes um porco.
Assim como as famílias, o Estado Romano também tinha seus Penates Públicos.
Referências:
1. BULFINCH, Thomas. O Livro de Ouro da Mitologia. São Paulo: Martin Claret, 2006
- OS DEUSES LARES:
Lar (s.), Lares (pl.) são divindades domésticas romanas. Inicialmente associados a Mane - Divindade proto-romana dos mortos - os Lares passaram a ser cultuados no culto doméstico primitivo como personificações de seus antepassados. Em A Cidade Antiga, Fustel de Coulanges trata detalhadamente da formação da proto-civilização romana e da incorporação e sua paridade com outras civilizações e costumes orientais.
Lares também são tomados com os filhos de Mercúrio e Lara, e foram cultuados pelos romanos durante muitos séculos. O Lar está associado ao fogo sagrado, mantido aceso pelas Vestais nos templos, bem como o fogo mantido no altar doméstico, onde sua guarda é passada de pai para filho, geração após geração pelos etruscos e lácios. A associação do culto doméstico prestado aos Lares com o culto aos mortos e sua responsabilidade hereditária com o fogo sagrado do altar doméstico, ou Agni, se repete em quase todas as culturas europeias e em grande parte das asiáticas. Mesmo nas Américas existem variantes do mesmo mito e sua associação com divindades ou gênios domésticos, como o Saci.
- OS GÊNIOS:
Na Mitologia romana, cada homem tinha um gênio e cada mulher uma juno (que também era o nome da rainha dos deuses).
Originalmente, o gênio / juno eram ancestrais que zelavam por seus descendentes. Com o passar do tempo, eles se transformaram em espíritos guardiães pessoais, concedendo intelecto e grande talento. Sacrifícios eram feitos para o gênio/juno de cada pessoa, na data do aniversário dela.
A juno era venerada sob muitos títulos:
Iugalis - protegia o matrimônio
Matronalis - protegia as mulheres casadas
Pronuba - protegia as noivas
Virginalis - protegia a virgindade.
Em acréscimo a cada gênio/juno individual, regiões, famílias, domésticos e cidades tinham gênios. O gênio do povo romano era um jovem alado, nu. Os genii dedicados a lugares eram usualmente representados como serpentes.
- A FORTUNA:
Fortuna era a deusa romana da sorte (boa ou má), da esperança. Corresponde a divindade grega Tyche. Era representada com portando uma cornucópia e um timão, que simbolizavam a distribuição de bens e a coordenação da vida dos homens, e geralmente estava cega ou com a vista tapada (como a moderna imagem da justiça), pois distribuía seus desígnios aleatoriamente.
Fortuna era considerada filha de Júpiter. Roma dedicava a ela o dia 11 de Junho, e no dia 24 do mesmo mês realiza um festival em sua homenagem, o Fors Fortuna. Seu culto foi introduzido por Sérvio Túlio, e Fortuna possuía um templo nos tempos de Roma republicana próximo ao Capitólio chamado de templo de Fortuna Virilis.
- ESCULÁPIO e HIGÉIA:
Esculápio:
Esculápio (em latim: Aesculapius) era o deus romano da medicina e da cura. Foi herdado diretamente da mitologia grega, na qual tinha as mesmas propriedades mas um nome sutilmente diferente: Asclépio (em grego: Ἀσκληπιός, transl. Asklēpiós).
Segundo reza o mito, Esculápio nasceu como mortal, mas depois da sua morte foi-lhe concedida a imortalidade, transformando-se na constelação Ofiúco. Dentre seus filhos encontram-se Hígia - deusa da saúde pública -, Panacéia - deusa da farmácia -, Podalírio, Macaão e Telésforo.
Curiosamente, na província da Lusitânia, correspondente ao atual território de Portugal, Esculápio era especialmente venerado, enquanto em Roma era considerado uma divindade menor.[carece de fontes?]
O culto a Esculápio foi muito prestigiado no mundo antigo. Os santuários erigidos em sua homenagem se converteram em sanatórios.
Na Ilíada de Homero, Esculápio é apresentado como um hábil cirurgião. Píndaro e Hesíodo detalham como Zeus acabou por fulminar Asclépio com um raio. Consta que a atitude do deus foi porque Asclépio pretendia igualar-se aos deuses tornando os seres humanos imortais.
Depois de algum tempo, Esculápio passou a ser considerado como filho de Apolo com a mortal Corônis, tendo então o poder de curar aos enfermos.
No Peloponeso, no século VI a.C., foram erigidos um templo chamado de Epidauro e um teatro. Lá eram acolhidos os peregrinos e enfermos que acorriam para a festa em honra de Esculápio, a Epidauria. Patrono dos médicos, sua figura aparecia nos ritos místicos de Elêusis.
Em Roma, por ordem das profecias sibilinas, que foram um conjunto de oráculos do ano 293 a.C., o culto a Esculápio foi iniciado.
Esculápio era representado como um homem barbudo, com o ombro direito descoberto, de olhar sereno ao horizonte, ora acompanhado de sua filha Hygiea (Higia, a saúde), ora sozinho. Seu braço esquerdo, sempre aparece apoiado num cajado, confundido às vezes com o caduceu de Mercúrio, que possui duas serpentes, enquanto em volta de seu bastão há apenas uma serpente. O bordão de Esculápio se transformou no símbolo da medicina.
Na mitologia grega Higéia (equivalente romana: Salus) era a filha de Esculápio. Era a deusa da saúde, limpeza e sanitariedade (e posteriormente: a lua), exercia uma importante parte no culto do pai (ver também: asklepeioion). Enquanto seu pai era mais associado diretamente com a cura, ela era associada com a prevenção da doença e a continuação da boa saúde.
Higia era assunto de um culto local desde pelo menos o século VII a.C. e "Atena Higia" era um dos títulos dados à Atena, como Plutarco reconta:
"Um estranho acidente aconteceu no curso da construção [do Partenon], que mostrou que a deusa não era aversa ao trabalho, mas era cuidada e cooperava em traze-lo a perfeição. Um dos artífices, o mais rápido e o trabalhador mais habilidoso entre todos, com um pedaço do seu pé caiu de uma grande altura, e disposta em uma condição miserável, os médicos não tinham esperanças de sua cura. Quando Péricles estava em dor sobre isto, a deusa [Atena] apareceu para ele a noite em um sonho , e ordenou um curso de tratamento, no qual ele aplicou, em um curto período de tempo e com grande facilidade curou o homem. E sobre esta ocasião era que ele criou uma estátua de latão de Atena Higia, na cidadela perto do altar, no qual eles mencionaram que estavam lá anteriormente. Mas foi Fídias que fez a imagem da deusa em ouro, e tem seu nome inscrito no pedestal como trabalhador dela. " — Plutarco
No entanto, o culto de Higia como uma deusa independente não começou a ser divulgado até o Oráculo de Delfos a ter reconhecido, e depois da devastadora praga sobre Atenas em 429 e 427a.C. e em Roma em 293a.C.. Seus templos primários eram em Epidauro, Corinto, Cós e Pérgamo.
- HÍMEM ou HIMENEU:
Himeneu (do grego), também chamado de Hymenaeus ou Hymenaios ou Hímem em Latim, era o deus grego do casamento. Filho de Apolo e Afrodite. Outra versão é filho de Baco (Dionísio) e Vênus (Afrodite).
História
Himeneu era um rapaz tão belo que os atenienses chegaram a confundi-lo com uma moça. Apesar de pertencer a uma família humilde ele amava uma mulher nobre. Certa vez, quando algumas moças de famílias nobres foram a Elêusis para oferecer um sacrifício a Deméter um grupo de piratas atacou-as, levando todas inclusive Himeneu, que foi confudido com uma mulher. Após uma longa viagem, os piratas cansados adormeceram numa praia. Aproveitando seu sono, Himeneu os matou, deixou as moças em um local seguro e foi a Atenas e prometeu trazer de volta as vítimas do rapto se lhe fosse dada em casamento sua amada, ao que os atenienses concordaram. Para comemorar o acontecimento passou-se a invocar em todos os casamentos o nome de Himeneu.
Atributos
Supunham os gregos que Himeneu comparecia a todos os casamentos. Se ele não o fizesse, o matrimônio resultaria desastroso, de forma que durante esta celebração os gregos evocavam o seu nome em voz alta.
Ele presidiu a muitos dos enlaces na mitologia grega, não apenas dos deuses, como de seus filhos.
Pelo fato de Himeneu presidir aos casamentos, foi sugerido que havia uma conexão entre esta divindade e o hímen. Os lexicógrafos, entretanto, declaram que este é um caso de coincidência e não de afinidade etimológica.
Representação
Desde a Renascença italiana, pelo ao menos, Himeneu é sempre representado na arte como um homem jovem, usando uma guirlanda de flores e segurando uma tocha ardente numa das mãos, coberto por vestes púrpuras.
Fontes
Himeneu foi citado na Ilíada, de Homero, na descrição da proteção de Aquiles - embora alguns tradutores (como Robert Fagles) omitam seu nome:
"Com casamentos e banquetes nupciais, sob as tochas ardentes eles conduziam as noivas dos aposentos femininos, marchando pelas ruas, enquanto em coro entoavam bem alto o epitalâmio, atraindo os rapazes, enquanto dançavam, em voltas, e entre eles as flautas e harpas mantinham o vibrante chamado - as mulheres surgiam às portas, e cada um movia-se maravilhado. " - Homero, em Ilíada
Também há referências ao deus na Eneida, de Virgílio, e em duas peças de William Shakespeare.
- COMO ou MOMO:
Na mitologia grega, Momo (em grego Μωμος - Mômos - burla, culpa; em latim Momus) era a personificação do sarcasmo, das burlas e de grande ironia. Era o deus dos escritores e poetas, um espírito mal-intencionado e um crítico injusto.
Registros:
Hesíodo contava que Momo era um filho de Nix, a Noite (Teogonia, 214). Luciano de Samosata recordava (no diálogo ampliado Hermotimus, 20) que este arengou crítica e ironicamente a Hefesto por haver fabricado para os homens a mulher sem uma porta em seus peitos para que se pudesse ver seus pensamentos. Também ironizava de Afrodite, ainda que tudo quanto dela pudesse dizer era ser tagarela e que usava sandálias que rangiam (Filóstrato), Epístolas). Devido a suas constantes críticas, foi exilado do Monte Olimpo.
Personificação:
Era representado com uma máscara que levantava para exibir seu rosto, e com um boneco numa das mãos, simbolizando a loucura.
Literatura:
Quando Sir Francis Bacon escreveu um ensaio intitulado "Of Building", afirmou ali que "Aquele que constrói uma boa casa sobre uma base ruim, condena-se a si mesmo à prisão... Não é apenas o ar que faz ruim uma base, mas as estradas ruins, os mercados ruins e, se faz consultas com Momo, tem vizinhos ruins".
Laurence Sterne aventou a possibilidade de existir uma janela de Momo para a alma, numa digressão incoerente, típica de seu estilo, em a obra "Tristram Shandy".
Festejos:
Mardi Gras:
Inspirada no deus, Momo era o nome de una sociedade de Mardi Gras em Galveston (Texas, Estados Unidos), os "Cavaleiros de Momo" (Knights of Momus, «KOM»), fundada em 1871.
Também foi o nome da segunda krewe mais antiga do Mardi Gras de Nova Orleans, fundada em 1882. Em 1992 uma nova lei da cidade obrigava ao fim da segregação racial nas krewes, para que obtivesse permissão de desfilar, e Momo foi uma das três krewes históricas (junto a Como, de 1857 e Proteu, de 1882) que preferiram deixar de desfilar a ter que eliminar suas restrições para ingresso de membros.
Carnaval
Nas festas de Carnaval de várias cidades da Espanha são rendidas homenagens ao deus Momo, com diversos atos.
Em Cádiz, a queima de um boneco representando ao deus Momo encerra as festas do Carnaval a cada ano.
No Carnaval do Brasil e ainda em Barranquilla (Colômbia), um dos principais personagens dos festejos é o chamado Rei Momo, nome baseado nesta deidade.
- MORFEU:
Morfeu (palavra grega cujo significado é "aquele que forma, que molda") é o deus grego dos sonhos. Irmão de Tanatos A MORTE.
Morfeu tem a habilidade de assumir qualquer forma humana e aparecer nos sonhos das pessoas como se fosse a pessoa amada por aquele determinado indivíduo. Seu pai é o deus Hipnos, do sono. Os filhos de Hipnos, os Oneiroi, são personificações de sonhos, sendo eles Icelus (Phobetor), e Phantasos. Morfeu foi mencionado no Metamorphoses de Ovídio como um deus vivendo numa cama feita de ébano numa escura caverna decorada como flores.
A droga morfina tem seu nome derivado de Morfeu, visto que ela propicia ao usuário sonolência e efeitos análogos aos sonhos.
Quando uma pessoa vai deitar-se a outra diz: Vá para os braços de Morfeu, significa dormir bem.
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