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12 de mar. de 2011

Enéade

(autoria desconhecida)

Enéade é o nome do conjunto de nove deuses que formaram a cosmogonia de Heliópolis criada pelos sacerdotes desta cidade. Formam parte dela as seguintes divindades: Atum, Shu, Tefnut, Nut, Geb, Isis, Osiris, Neftis e Seth.

A Enéade

Tríada de Heliópolis. Ramesseum

Tríada de Heliópolis. Ramesseum

Os egípcios tiveram uma grande tendência às agrupações familiares de seus deuses, primeiro por pares, representando a força criadora mediante um princípio feminino e outro masculino. Depois da reunificação, cada cidade lutou para a preeminência de seu deus, tentando fixar seu mito da criação, a partir de agrupamentos familiares: os pares passaram a tríades ou grupos maiores, até acabar formando Enéadas, quase sempre formados por nove divindades relacionadas. A mais importante de todas estas cosmogonias era a mais antiga: a versão criada pelos sacerdotes de Ra da cidade de Heliópolis. Todas as cosmogonias locais eram aceitas, e todas tinham uma base em comum:

  • O Oceano Primordial, de onde se encontra o potencial de vida e de onde nasceram os deuses em uma clara analogia com o Nilo como o doador de vida.

  • A Colina Primogenal, de onde se originou a vida, representada pelas terras que buscavam descobrir, lugares fertilizados de onde a vida ressurgia ciclicamente.

  • O Sol, deus criador, causador do nascimento e evolução dos seres vivos,

  • Os fenômenos naturais, personificados em diversos deuses.

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Cosmogonia Heliopolitana

Estátua de Hórus em seu templo de Edfu

Estátua de Hórus em seu templo de Edfu

Na Enéade podemos distinguir três princípios que formam a criação em si mesma:

Quando o mundo ainda não existia, tudo estava fundido em um oceano caótico, Nun, onde se encontrava Atum (o Sol) diluído, até que tomou consciência de si mesmo e gritou, surgindo Ra, cujos títulos falam falam o suficiente: "Ele que criou a si mesmo", "O grande Ele e Ela", e faz emergir uma colina (A Colina Primordial), a primeira matéria sólida de onde cria e coloca toda a sua obra: cria o princípio masculino e feminino que para os egípcios são o símbolo da criação e da geração, formada pelo ar, Shu, e pela umidade, Tefnut, antepassados do resto dos deuses. Deste primeiro par, nascem Nut (a abóbada celeste) e Geb (a terra).

Ra havia proibido a união de Nut e Geb, pelo qual lhes castigou por sua desobediência mandando a Shu que os separara. Deste modo, Geb tombado, Nutarqueada sobre ele e Shu entre ambos permite a aparição do espaço necessário para o mundo que conhecemos com todos os seres vivos, incluindo a humanidade que nasce das lágrimas de Atum. Também os amaldiçoou ordenando que as crianças não nascessem nenhum mês, para que Osíris, Ísis, Seth e Neftis crescessem dentro dela, inclusive Ísis dando à luz Hórus em seu ventre. O deus Thot intercedeu por eles e roubou a lua pelos cinco dias epagômenos para que os cinco nascessem. Sethe Neftis não tiveram filhos, mas ela concebeu com Osíris a Anúbis, encarregado de acompanhar os mortos.

Nesta teoria não aparecem deuses locais até o nascimento de seus filhos Nut e Geb. Os deuses cósmicos, Atum, Shu, Tefnut, Nut e Geb não têm templos, nem festas, ainda que Nut e Geb são representados em tumbas e templos de outros deuses, enquanto que Osíris, Ísis, Seth e Neftis tinham numerosos templo e se celebravam festas durante os dias epagômenos, ao finalizar o ano.

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