Iaçá: a Deusa Nutridora
Há muito tempo, na tribo dos Caiapós, houve uma grande seca, a comida estava acabando, os índios estavam morrendo de fome e a população da tribo aumentava cada vez mais.
O cacique avisou que, daquele dia em diante, toda e qualquer criança que nascesse morreria, pois, do contrário, a tribo desapareceria.
A filha caçula do cacique, Iaçá, ficou grávida e escondeu a gravidez durante os meses consecutivos na esperança de poder ficar com o filho.
Mas, antes de Iaçá dar à luz, sua irmãs mais velhas, Jacira e Jandira, deram à luz duas lindas meninas. O cacique, por cima dos lamentos e amarguras das mães, matou-as. No tempo certo, Iaçá foi para a floresta e lá deu à luz um lindo menino. Por lá ficou durante sete dias e sete noites.
Após os sete dias, voltou à tribo sem a criança. Levou a criança, depois de um mês, e apresentou ao pai e à tribo, pedindo-lhes que o filho ficasse na tribo. O pai, por ser o cacique, falou no meio da oca:
“Há luas, eu disse que toda e qualquer criança que nascesse morreria. Assim como morreram as filhas de Jandira e Jacira, o mesmo farei com o filho de Iaçá.”
Iaçá implorou ao pai que deixasse seu filho vivo, mas não foi atendida. Seu pai matou seu filho Tubiraçá. Iaçá chorou por vários dias a morte de seu filho. No sétimo dia após a morte do menino, Iaçá começou a ouvir choro de criança. Pediu aos espíritos que devolvessem seu filho.
Iaçá, na porta da maloca, viu uma grande luz e saiu. Para sua surpresa, no meio da oca estava o filho. Iaçá carregou a criança e agradeceu ao espírito por devolve-lo, porém, ao tentar andar, percebeu que seus pés haviam se transformado em raízes e seu corpo tomava a forma de uma bela palmeira e seu filho de um belo e lindo fruto.
Pela manhã, todos da tribo viram aquela bela árvore, e o cacique Tupi agradeceu o belo fruto, mas o pajé avisou: “Esta é Iaçá, que se juntou ao filho e nos deu um novo alimento”. Então, a palmeira ficou conhecida como açaí, que é Iaçá ao contrário.
fonte: Wicca Brasil: Guia de Rituais das Deusas Brasileiras, Mavesper Cy Ceridwen (leitura fundamental)
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