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22 de nov. de 2011

Deusas Banba, Fotla e Eriu

No "Livro das Invasões" irlandês, encontramos um conto sobre a vinda dos milésios (provenientes da atual Espanha), talvez os primeiros habitantes humanos do país. Eles chegam às costas da Irlanda, guiados pelo líder Amergin, e já a encontram ocupada pelos Deuses e Deusas da Terra, os Tuatha De Danann (filhos de Dana). Tiveram então que lutar contra os poderes mágicos deste povo, mas receberam a ajuda inesperada de três deusas: Banba, Fotla e Eriu (representam a soberania da Irlanda). As três se oferecem para auxiliar, desde que seus nomes sejam preservados como o nome da ilha irlandesa. Apenas um dos nomes sobreviveu e até hoje é o nome oficial da Irlanda, Eire. Cada uma destas Deusas era casada com um rei, chamados respectivamente: MacCruill (Filho da Avelã), MacCecht (Filho do Arado) e MacGreine(Filho do Sol).
Depois de uma batalha mágica (Tailtiu), os Tuatha De Danann percebem que sua posse da terra acabou, que seu ciclo chega ao fim e eles devem entregar a terra aos recém-chegados. Eles recuam para as suas grutas, Brochs, Cairns e Sidhe, entrando na Terra, a própria terra. O Filhos de Mil, cumpriram a promessa feita às
Deusas e ainda rebatizaram-se a si próprios de "Eirann".
O ciclo de lenda dos milésios é particularmente dominado pelo ciclo de heróis, e, a partir daí, a mitologia celta torna-se mais dirigida para o masculino e acentua as façanhas dos heróis e o fragor das armas.
O ciclo anterior dos Tuatha De Danann, a que pertence Eriu, Banba e Fotla, é mais equilibrado e, evidentemente, vem de uma época em que os povos celtas estavam mais abertos ao equilíbrio entre elementos masculinos e femininos de sua alma, refletindo em sua mitologia essa característica.

BANBA, é a Deusa irlandesa da Terra, representando a terra sagrada. Ela é a esposa de MacCruill e acredita-se que seja a primeira colonizadora da Irlanda. Um dos nomes da Irlanda é "A ilha de Banba das mulheres". É ainda uma Deusa da guerra e da fertilidade.

ERIU, é a mais antiga Deusa da Terra que representa a Irlanda é uma Rainha dos Tuatha De Danann. Como Deusa Solar, ela segura a taça dourada cheia de vinho tinto para os sucessivos reis da Irlanda. Isso significa sua união e a fertilidade do país. Uma mulher bonita e transmutadora de forma, ela pode modelar guerreiros a partir de torrões de terra. O nome poético para Irlanda, Erin, significa "a terra de Erui". Também era a Deusa que vigiava o Jardim Ocidental da Maçã da Imortalidade.

FLOTA era a Deusa das Divisões das Terras.
Essas três Deusas representavam a Soberania da Irlanda.

Deusa Flota

A ENTREGA DA TERRA
Acompanhado por seus guerreiros, Amergin seguiu até os emissários dos Tuatha De Danann, que os aguardavam em uma colina, não muito longe de Tailtiu, onde aconteceu a batalha mágica. No centro de um anel de pedras, MacGreine (o rei) e as três rainhas esperavam-nos.
Ao chegarem mais perto, Eriu aproximou-se para cumprimentá-los.
-"Sejam bem-vindos, filhos de Mil", falou. "Esta terra será sua, tal qual havia profetizado". -"Todo seu povo está se rendendo?", perguntou Amergin, com traços de dúvidas na voz. Eriu sorriu amigavelmente e respondeu:
-"Por longo tempo nós os aguardávamos. Sabíamos que viriam. Esta terra agora é sua por direito e nós nos renderemos sem mais nenhuma batalha".
-"Você me deixa muito feliz", afirma."Como lhes prometi, seus nomes serão dados a esta terra", confirma. "Algo mais desejam?"
- "Só queremos que honre a terra, pois nós somos a terra", disse Eriu. E continuando:
-"Nossos reis, dois dos quais já foram mortos, eram nossos guardas. Agora você deverá se transformar em guarda e suas esposas serão a terra que já fomos".
Amergin olhou para seus dois outros irmãos que o acompanhavam e falou:
-"Está bem, honraremos a terra como você deseja. Nós três nos transformaremos em seus guardas". -"Isso deve ser realizado corretamente", observou Eriu.
-"Como devemos fazer?", pergunta Amergin.
Eriu aproxima-se de Amergin, tira-lhe toda a roupa e sem se preocupar com toda a audiência une-se a ele. -"Sabe o que estamos fazendo? Estou rendendo-lhe a terra. Eu sou a Terra!".
Quando a semente de Amergin fluiu para dentro do ventre de Eriu, ela pede para que seu marido perfure seu abdômen com a espada, apenas da cintura para baixo. Eriu cai, enquanto seu sangue jorra como um rio sobre a terra.
Amergin, só conseguia sussurrar: "Por que?"
-"Nossas vidas foram confiscadas", disse-lhe ela, esforçando-se para manter-se sorrindo. "Para que você governe esta terra teve que unir-se a mim e agora eu devo unir-se com a terra. Agora poderá passar minha coroa de rainha para uma de suas mulheres."
-"Mas...!" fala perplexo Amergin. E Eriu lhe dá novas ordens:
-"Agora você deverá remover a cabeça de meu marido". O druida olhou para MacGriene, que já estava ajoelhando-se e curvando a cabeça ligeiramente. Amergin armou-se com espada e o decapitou. Por um momento o corpo permaneceu como estava, mas em seguida, a cabeça rolou pelo chão e a terra coloriu-se de
sangue.
-"Agora corte a minha", exclamou Eriu. Amergin tentou protestar, mas Eriu enfatizou:
-"Você deve terminar este ritual e cortar fora minha cabeça!". Mas Amergin não teve coragem de realizar tal ato e pediu para que um de seus guerreiro tomasse o seu lugar. E assim foi feito. Quando a cabeça de Eriu foi cortada e caiu ao chão juntamente com seu corpo, ele dissolveu-se como sal em água. O sangue foi absorvido pela terra e ela desapareceu completamente.
Depois o mesmo ritual se repetiu com Banba e Flota.
Amergim toma assim, posse de suas novas terras.

Deusa Banba

A DECAPITAÇÃO

Há mais de mil anos, nas terras úmidas e frias da Europa central, os povos celtas desenvolveram uma das fé mais misteriosa e fascinante já praticada: o Culto à Cabeça.
Os celtas consideravam que a cabeça humana era fonte suprema de poder espiritual. Eles cultuavam a cabeça humana como os cristãos cultuam a cruz. Para eles, a cabeça abrigava a alma, refletindo a divindade.Os inimigos derrotado nas batalhas forneciam um grande suprimento desses lúgubres troféus e alegres celebrações acompanhavam cada nova aquisição.
Após decapitar um valoroso inimigo, o guerreiro entoava um hino de louvor ao regressar ao lar, triunfante.
Os celtas decoravam seus templos com caveiras, exibiam-nas orgulhosos em suas casas e muitas vezes o copo em que sorviam o vinho era feito com pedaços de crânio. Fabricavam também cabeças artificiais com madeira, pedra e metal, para adornar seus lares, trajes, armas e arreios de cavalos. Acreditavam que isso trazia boa sorte, proteção contra o mal e até curava doenças.
Se o povo de Tuatha De Danann foi vencido, conforme rezava estas tradições, nada mais natural que deveria se seguir um ritual que culminasse com a decapitação.

Deusa Eriu

A TRÍADE

Para os celtas o número três é sagrado e mágico e expressava a visão que tinham do mundo. Este número estava representado graficamente como um "triskele", um símbolo solar de três braços derivado da roda, aparentado da "suástica", que continua a carregar uma imagem negativa, especialmente na Europa, nos Estados Unidos e em Israel, devido ao seu mau uso durante a Segunda Guerra Mundial. No "triskele" aparece a espiral dupla regressiva/evolutiva de seu equivalente oriental do YIN-YANG , porém contendo uma terceira espiral que supõe a genuína contribuição céltica à diferença entre a espiritualidade do Oriente e a do Ocidente. O
triskele era um símbolo arquetípico de grande poder e foi representado em todo o mundo celta.
Muitos Deuses e guerreiros celtas repetirão três vezes a mesma ação concreta antes de colher as vantagens que esperam dela: terão que confrontar três animais, seres malignos ou até mesmo calamidades naturais diferentes. Em certas ocasiões, terão de concluir três vezes uma aventura antes de dá-la por vencida ou realizar três feitos heroicos em vários lugares, distintos somente na forma, pois em essência trata-se sempre do mesmo, ou repeti-lo durante três dias consecutivos. Assim, para os celtas, entre o Bem e o Mal há a Indecisão, momento supremo em que o homem pode escolher o seu destino, orientando-se de um lado para outro; entre o dia e a noite existe há o crepúsculo; entre o branco e o negro há muitas matizes de cinza; entre o homem e a mulher está o filho, a obra que os une e ao mesmo tempo os separa e transcende e entre a vida e a morte, há o Outro Mundo, o lugar que a alma descansa e faz seu balanço para dar continuidade a sua grande e eterna aventura. Assim, o anão e o gigante seguem diferentes caminhos, mas acabam se dirigindo para um fim idêntico, pois sabem que a Deusa está em toda a parte, no princípio e no final, por mais estranhos que possam parecer os
paradoxos aparentes do mundo.

fonte do texto: acredito que o texto tenha sido pesquisado e desenvolvido pela Rosane Volpatto

fonte das fotos: tuathalunar.blogspot.com;  confrariadebruxos.blogspot.com;

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