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24 de mar. de 2011

Mitologia Grega–História

(autoria desconhecida)

Astéria
Beleza alguma podia ocultar-se dos olhos astutos de Júpiter(Zeus). Em sua procura eterna por formosuras, ele acabou por encontrar a doce ninfa Astéria.
Como se fosse mortal comum, Júpiter expressou-lhe seu deslumbramento e pediu-lhe que retribuísse a seus ardentes desejos, mas Astéria fugiu pelo vale e pelos bosques. As folhas das árvores agitaram-se, os animais corriam sobre o rastro de Astéria, como que para despistar seu perseguidor. Camponeses e pastores pararam seu trabalho para observar a fuga daquela que os deslumbrava. Não queria aventuras a casta ninfa, preferia o silêncio das oferendas anônimas. Porém as ágeis pernas de Astéria não venciam os passos fortes de um Deus, o encontro era iminente.
À praia, usou seu recurso extremo : pelo poder que recebera dos deuses, assumiu a forma de uma codorna. Mas não tencinava voar. Ao contrário, olhou mais uma vez para o deus que se avizinhava, e lançou-se ao mar. Sobre as águas azuis foi perdendo olhos e penas e corpo de ave - afogou-se.
O Deus, entristecido, transformou-a em uma estéril ilha, sem flores nem frutos, sem vida - e lhe deu o nome de "Ortígia" - "Ilha das codornas". Mais tarde esta ilha receberia Latona, que daria a luz à Diana (Artêmis) e Apolo. Este último, trazendo consigo a luz e vida, traria vida à ilha que a partir de então passaria a se chamar Delos - "a brilhante" - e se cumularia de riquezas e de glórias.
O domínio de Saturno ...
Casado com Cibele, Saturno viu-se de frente com uma terrível profecia feita por sua mãe Terra : seus filhos iriam crescer e tirá-lo do poder. Como evitar que tal terrível profecia se cumprisse ?
Depois de muitos planos, a resposta : Saturno correu até Cibele que acabara de ter seu primeiro filho, e devorou-o ... era iniciada uma sangrenta rotina. Cibele vivia infeliz, e procurou a sábia Terra para saber como salvar seu filho abrigado em seu ventre. Ajudada pela Terra, Cibele traçou um plano : ao chegar o momento do parto, dirigiu-se à uma caverna na ilha de Creta onde Terra a aguardava e ali Júpiter veio ao mundo. Enquanto Terra cuidava do Deus menino, Cibele apanhou uma pedra, envolveu-a em grossas faixas e entregou-a a Saturno que a devorou sem perceber o logro. Seu filho estaria salvo, mas a profecia estava selada : um dia, o último filho de Saturno encerraria seu reinado de sangue e instalaria-se para sempre no trono olímpico.

Apolo e Diana
Dias e noites, meses e meses, uma única procura. De porta em porta: dos palácios às cabanas, dos templos aos covis, Latona andou buscando abrigo para pôr no mundo os filhos que levava dentro de si. Filhos de Júpiter.
Mas a própria paternidade de suas crianças barrava-lhe as entradas. Pois Júpiter, senhor do Olimpo, era marido de Juno, a mais ciumenta das Deusas, que costumava perseguir as rivais até os confins da terra, e punia duramente quem ousasse recolhê-las. Apenas um imortal de iguais poderes seria capaz de enfrentar sua cólera.
Netuno, Deus dos mares, decidiu ajudar a pobre Latona. Para refugia-la, escolheu Ortígia, a ilha flutuante, arisco rochedo sem raízes, áspera paisagem desprovida de plantas e de fontes. Ninguém a habitava: nem deuses, nem homens, nem animais.
A ilha teve medo. Ouvira dizer que um dos filhos do deus seria orgulhoso e tremeria de raiva quando soubesse que lugar tão miserável lhe servira de pátria. Latona tranquilizou-a. Nada temesse : o novo Deus não lhe traria desgraça, e sim prosperidade e alegria. Então a ilha consentiu.
No sexto dia do mês, nasceu Diana. A "virgem pudica". No sétimo, Apolo. Nesse instante, o solo estéril de Ortígia floresceu. Porque Apolo trazia consigo o sol, a vida e a beleza. A partir deste dia a ilha passou a ser chamada de Delos, "A brilhante".
Tão logo pôde, Diana procurou seu grande pai, o rei do Olimpo, e suplicou-lhe não jóias, nem adornos, nem atrativos, mas curta túnica que pudesse cobrir seu corpo esbelto, sapatos de caçadora, aljava, flechas e arco. E mais: quis a virgindade eterna, abundância de nomes e um grandioso séquito de Oceânidas e ninfas.
E por fim : "Entrega-me as montanhas ... habitarei as montanhas", disse. Júpiter sorriu, acariciou a filha. Foi aos Ciclopes e pediu-lhes armas; ao deus Pã solicitou uma matilha de cães que a acompanharia nas caçadas. Em tudo foi atendida e passou a reinar na bela região montanhosa da Arcádia, onde se entregava à caça, sua atividade favorita.
Quando as coisas lhe pareciam monótonas, seguia para Delfos. Na morada de Apolo, participava do coro das Graças e das Musas, divertia-se.

Netuno
Ilha de Naxos. Uma bela manhã de muito sol e céu azul. Netuno percorre seus domínios, contente e distraído. De repente, detêm os cavalos. Pára deslumbrado. Ante seus olhos desenrola-se um espetáculo : sobre as areias, dançam alegremente as formosas Nereidas, ninfas filhas de Dóris e Nereu, o velho do mar.
Do grupo destaca-se Anfitrite. E sobre ela demora-se o olhar do deus. O encanto da ninfa arrebata-o. Descendo do coche, Netuno caminha pela areia. Aproxima-se das jovens. E, levado pelo intenso amor que subitamente o invade, tenta tomar Anfitrite em seus braços. A donzela esquiva-se, graciosa e tímida. A passos leves e ágeis, corre em direção do mar, e rapidamente mergulha.
Netuno persegue-a pelas águas, pelas grutas marinhas, pelas ilhas. Sem conseguir alcançá-la, retorna ao palácio e manda um Delfim procurá-la. Esperto e rápido, o emissário do deus, ao termo de algumas horas, encontra a Nereida. Calmamente, convence-a a acompanhá-lo e aceitar as propostas de Netuno. O deus quer transformá-la em sua esposa muito amada. Em rainha do mar.
No palácio de ouro, festivo e engalantado, realizam-se as bodas. Ao lado do marido, Anfitrite sorri feliz para seus súditos.
Netuno sempre sai para percorrer seu vasto domínio do mar. Acompanhando o soberano, seguiam alegremente as belas Nereidas, os Centauros marinhos, os espertos delfins e as graciosas ninfas. Depois retornavam todos ao palácio, entre cantos e risos de contentamento. Ao vê-los chegar, Anfitrite sorri satisfeita e, erguendo os belos olhos para o alto, mudamente agradece aos deuses do Olimpo e roga-lhes que para sempre favorecessem o esperto delfim causador de tão intensa felicidade.
Juno (Hera) - Filha de Saturno (Cronos) e Cibele (Réia), é a rainha do Olimpo, casada com Júpiter. Foi responsável por grande parte da elaboração de tarefas para Hércules, a quem odiava por este ser filho de seu marido infiel. Mais tarde, no entanto, perdoaria-o diante de sua coragem e força, e trataria-o como um filho.
Era ainda muito criança quando Cibele, sua mãe, a entregou aos cuidados de Tétis. Queria salvá-la da fúria de Saturno, o pai terrível que devorava todos os filhos. Longe do perigo, uma das mais belas das Deusas cresceu extremamente solitária. Um dia recebeu em seu esconderijo a visita de seu irmão Júpiter, que, depois de derrotar Saturno na violenta disputa de dez anos, se tornaria senhor do Olimpo e da Terra. Juntos, conversaram durante horas. Falavam sobre o triste passado e futuros alegres. Juno sentia-se feliz. Mas Júpiter já estava tão apaixonado que não podia mais esconder seus sentimentos, e declarou à irmã todo amor e desejo que por ela sentia. Apenas ouviu recusas : não queria a deusa ser mais uma de suas numerosas conquistas. Inconformado Júpiter tentou várias táticas mas todas resultaram inúteis. Até que um dia de inverno preparou uma armadilha. Transformou-se em cuco, e assim, como um pássaro triste e quase morto de frio, foi visitar a irmã. Com muitos beijos Juno tentou reanimá-lo. No calor de seus seios, procurou aquecê-lo. Quando percebeu o ardil, era tarde demais : tinha sido violentada.
Cheia de vergonha, pediu ao irmão que reparasse a falta. Júpiter imediatamente prometeu esposá-la. Todos os Deuses compareceram à cerimônia das bodas, e ofertaram à noiva presentes preciosos. Ao término da festa, o casal partiu para a noite de núpcias, que durou trezentos anos. Depois a noiva banhou-se na fonte de Cánatos, em Náuplia, e recuperou a virgindade. Em seguida, foi com o esposo para o Olimpo onde, ao lado de Júpiter, senhor absoluto, ficaria reinando, bela e majestosa, em seu trono de ouro.

Hécate - Filha de Perses e Astéria. Tão poderosa no céu como na terra, Hécate concedia aos homens a prosperidade matéria, o dom da eloquência nas assembleias políticas, a vitória nas batalhas e nos jogos. Promovia o aumento da pesca e dos rebanhos. Presidia a magia e os encantamentos, ligada ao mundo dos mortos.
Íris - Filha de Taumante e da Oceânida Electra, simboliza a ligação entre a Terra (Gaia) e o Céu (Urano).

Deusa do Arco-íris, é, como Mercúrio, uma Deusa mensageira. Serve ao Olimpo, enviando e trazendo as mensagens das divindades, principalmente a Júpiter e a Juno.
Vista como bela mulher alada, geralmente junto à Juno, de quem é serva, confidente e emissária, tem a propriedade de, quando na frente do sol, brilhar todas as cores do arco-íris.

Minerva (Atena) - Filha de Júpiter (Zeus) e de Prudência (Métis), era a Deusa da sabedoria e inteligência, tornando-se a conselheira dos Deuses.
Era melhor fugir que ceder. E Prudência, fugiu em todas as direções. Escondeu-se. Mascarou-se com bons e maus disfarces: não lhe convinha a paixão sem fidelidade de Júpiter.
Júpiter perseguiu-a e só descansou quando finalmente a encontrou. Apesar de seu aspecto mudado, reconheceu-a. O passado foi esquecido. Amaram-se.
Quando o filho estava por vir Júpiter consultou o oráculo da Terra. Nasceria uma filha, foi a resposta, mas o próximo descendente em Prudência seria homem e destronaria o pai.
Para defender o poder ameaçado, Júpiter convidou a amante para o leito e, quando a teve em seus braços engoliu-a. Pouco tempo depois, andava pelas margens do lago Tritônis, quando repentinamente uma dor insuportável lhe deteve os passos. A cabeça latejava e ardia. Os gritos do senhor do Olimpo sacudiram a terra e atraíram os deuses.
Às pressas, Mercúrio chamou Vulcano, o ferreiro divino, que, vibrando no ar o machado de ouro, com toda a força golpeou o crânio de Júpiter. Da ferida aberta surgiu uma mulher belíssima, vestida em reluzente armadura. Na cabeça, ostentava o elmo de ouro; nas mãos, o escudo e a lança. O lago explodiu em ondas. O céu relampejou. O Sol segurou os freios de seus corcéis, para dar passagem à bem-vinda. Os imortais do Olimpo ergueram-se de surpresa e respeito. E o coração de Júpiter não coube em si de contentamento. Nascia então Minerva, a mais sábia das deusas.
Pandora - "Aquela que tem todos os dons", criada pelos deuses sob ordem de Júpiter (Zeus) para punir a raça humana por ter roubado o fogo dos deuses. A divindades dotaram-na de beleza, graça, audácia, força, persuasão e habilidade manual, de modo a conquistar e atrapalhar os homens. Júpiter (Zeus) entregou-lhe uma caixa contendo todos os males existentes e enviou-a à terra seduzir os mortais e levá-los a perdição.

Pandora e os males do mundo
Os seres Olímpicos temem os homens e reúnem-se para discutir sobre o assunto. Júpiter inventa a forma mais rápida de destruir o paraíso dos homens : a Mulher. Chama Vulcano, o habilidoso deus artesão, e pede-lhe que confeccione uma imagem feminina de bronze.
Ela devia assemelhar-se ao homem, mas em alguma coisa deveria diferir dele, de tal forme que o encantasse e comovesse, atrasando-lhe o trabalho e transtornando-lhe a alma. E cada deus oferece-lhe alguma coisa àquela criatura, que já nasce para colocar em desconcerto a vida dos mortais.
Minerva, que não se considera mais amiga de Prometeu, pois este havia desafiado seus companheiros divinos, entrega à mulher recém-criada um lindo vestido bordado, que lhe cobre as harmoniosas formas.
Quando a virgem está inteiramente vestida, Vênus oferece-lhe a beleza infinita e os encantos que seriam fatais aos indefesos homens. Mercúrio presenteia-a com a língua . Apolo confere-lhe a suavíssima voz. Enfim, a bela Pandora, "dotada por todos", está pronta para cumprir sua missão.
Mas antes de enviá-la Júpiter lhe dá uma caixa coberta com uma tampa. Nela estão contidas as misérias destinadas a assolar os mortais : reumatismo, gota, dores para enfraquecer o corpo humano. E inveja, despeito, vingança, para desesperar-lhe a alma, antes pura e solidária.
E Pandora cumpre sua missão. Ao chegar na Terra, Epimeteu, irmão de Prometeu, apaixona-se por ela e esposa-a. Este, apesar de advertido pelo irmão sobre não aceitar presentes dos Deuses do Olimpo, abre a caixa e libera todos os males sobre a humanidade. Assustado, rapidamente fecha a caixa, inconsciente do único sentimento ainda na caixa : a esperança.

O homem perde seu paraíso.
Terra (Gaia) - Surgiu do Caos. Sem princípio masculino gerou o Céu (Urano), as Montanhas e o Mar (Ponto). Unida ao Céu (Urano) teve os Titãs, os Ciclopes e os Hecatônquiros. Cansada do Céu, que vinha diariamente lhe fecundar, forneceu à seu filho Titã Saturno (Cronos) a foice com que este cortou os Testículos do pai - do sangue derramado nasceram as Fúrias (Erínias) e os Gigantes. Dos testículos lançados ao mar nasceu Vênus (Afrodite). Com Mar (Ponto) teve Nereu, Taumante, Fórcis, Ceto e Euríbia. É tida como a grande mãe do Universo e dos Deuses.
No início era o Caos ..., espaço aberto, matéria rude e informe, à espera de ser organizada, onde se encontrava o princípio de todas as coisas. Do Caos surgiu a Terra, Amor, Terras infernais e a Noite.
Enquanto Amor, a forma que leva em si os elementos da agregação e combinação, põe ordem no universo, Terra gerou de si própria o Céu, as montanhas e o Mar.
A Noite e a Terra infernal uniram-se para gerar Dia, para se alternar com sua mãe, Noite, de tempo em tempo; e o Éter, o céu superior.
Terra casou-se com seu filho, Céu, e com ele teve os Titãs, seres gigantescos; os 3 Hecatônquiros (Coto, Giges e Briareu), seres dotados de cem braços e cinquenta cabeças; os Ciclopes, "seres de um olho só"; e algumas divindades primordiais.

O Céu e a Terra
Todo dia, durante a noite, o Céu cobria a Terra e a fecundava de forças impiedosas. Condenando seus filhos à viver na Terra, Céu irou a Terra que não queria tal mal para seus filhos e procurou o mais novo de seus filhos Titãs, Saturno - o Tempo, para ajudá-la a livrar-se de Céu.
Saturno aceitou a incumbência e a arma oferecida pela mãe, uma foice. Durante a noite, quando o Céu veio cobrir a Terra, Saturno com um único golpe, cortou os testículos do pai e atirou-os ao mar.
Do sangue derramado sobre a Terra, nasceram os Gigantes e as Fúrias, terríveis deusas da vingança, que a partir desse momento não deixariam passar impune crime algum.
Distante, no mar, aos poucos vai formando-se uma espuma, que nasce dos órgãos arrancados de Céu. E desta espuma brota Vênus, a mais bela dentre as deusas, emergindo das águas docemente, amparada numa concha de madrepérola.
Com o pai deposto, Saturno assume a posição de comando entre os Deuses.

Téia - Uma dos Titanias, teve com seu irmão Hipérion as divindades siderais : Sol (Hélios), Lua (Selene) e Aurora (Eos).

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