escrito por The Earth 7lk
A religião Asteca foi uma combinação de elementos do politeísmo, do {pt: xamanismo} e da crença de que todos os seres, animados ou inanimados, tivessem uma alma, baseando-se na astronomia e em seu calendário. Assim como em outras religiões mesoamericanas, a religião Asteca apresentou elementos de sacrifícios humanos, ligado a inúmeros festivais religiosos. Possuíam uma incrível quantidade de crenças, algumas até incorporadas de outras religiões de povos próximos à região ou que viveram ali anteriormente, como é o exemplo de Tlaloc, Quetzalcoatland Tezcatlipoca, que foram adorados por outras culturas e possuíam diferentes nomes.
A cosmologia Asteca era dividida entre o “Mundo Superior” – o céu e o “Mundo Inferior” – o inferno, cada um sendo associado a um grupo de divindades e objetos astronômicos – o Sol, a Lua e Vênus eram os mais importantes e cada um possuía significados diferentes ligados a diferentes divindades e localizações geográficas.
Para os Astecas alguns deuses importantes eram: Tlatoc, o deus da chuva, Huitzilopochtli – guardião da tribo Mexicana, Quetzalcoatl – herói cultural, deus da civilização e da ordem e Tezcatlipoca – deus do “Inferno” ligado às guerras e a magia. Cada um desses deuses possuía seu próprio templo em Tenochtitlán, a capital asteca.
Uma prática comum da religião asteca era a da “recriação” das divindades. Os eventos mitológicos eram recriados e pessoas vivas personificavam os deuses. Elas eram reverenciadas como sendo deuses e ao final de cada ritual eram sacrificadas.
Teotl
Teotl é um conceito central da religião Asteca. No idioma Nahuatl é interpretado como “Deus”, mas pode ser muito mais abrangente, referindo-se a todo “poder” divino ou energia, assim como o conceito dos polinésios sobre Mana.
Essa crença pode ter possibilitado a queda do império Asteca, pois, segundo algumas fontes, a chegada de Cortés foi comemorada e ele foi reverenciado como sendo um Teotl.
As Divindades
Os deuses astecas podem ser agrupados em diferentes temas, com diferentes relações. Assim como foi dito anteriormente, os Astecas incorporavam deuses de outras culturas e esses eram cultuados assim como outros deuses já existentes. Xipe Totec, o deus da fertilidade, foi um exemplo, sendo incorporado dos Yopis (tradução em Nahuatl de “Povo de Tlapanec”). Ás vezes um deus incorporado possuía os mesmos “poderes” que outro já existente no conjunto de divindades e era identificado como tal.
Outras divindades, como é o caso de Tezcatlipoca and Quetzalcoatl, tiveram origem em civilizações anteriores aos astecas na mesoamérica e foram cultuados com diferentes nomes em diferentes culturas. Alguns deuses eram relacionados com a natureza, outros com o pulque (espécie de licor mexicano que se faz com o suco do maguei, variedade de agave ou pita), com a embriaguez, com os excessos (gula, por exemplo), com as diversões e prazeres, com os jogos e com o comércio.
Vários deuses possuíam diferentes formas e nomes, onde cada nome destacava uma determinada função ou peculiaridade. Muitas vezes dois deuses distintos se fundiam em um só.
Para conhecer mais de cada deus Asteca visite:
Os Deuses Astecas
A Religião e a Sociedade
A religião Asteca estava presente em todas as camadas da sociedade. Nas camadas mais altas era controlada por Tlatoani e os “padres” de maior escalão governavam os templos e comandavam as cerimônias que eram realizadas ao redor de Tenochtitlán. Eles eram responsáveis pela maioria dos rituais que aconteciam, inclusive os rituais para a estabilização do sistema cósmico e político (esses rituais envolviam sacrifícios humanos).
Na celebração de Huey Tozoztl, o próprio imperador se declarou Mt. Tlaloc e se auto-sacrificou, ordenando que chovesse. Por toda a sociedade, cada nível tinha seus próprios rituais e crenças que completavam os rituais maiores de toda a comunidade. Por exemplo, os comerciantes de Pochteca faziam uma celebração chamada Tlaxochimaco, onde a divindade seria reverenciada, se tornaria um escravo e seria comercializada entre comerciantes distantes para ser sacrificada. Na celebração de Ochpaniztli, os participantes tinham de realizar limpezas nas ruas e participar de um ritual que envolvia um banho místico. O ritual mais espetacular era a “Cerimônia do Novo Fogo”, no qual era realizada em um lugar distinto a cada 52 anos e envolvia todos os cidadãos do império Asteca. Durante essa comemoração os participantes destruíam utensílios de suas casas, apagavam todas as fogueiras e recebiam um “novo fogo” no topo de Mt. Huixachtlan, feita com a pessoa sacrificada pelos “padres” (ou sacerdotes).
Sacerdotes e Templos em Tenochtitlán
A palavra usada para designar um sacerdote no idioma Nahuatl era ‘tlamacazqui’, que significa “o doador”. A maior responsabilidade de um sacerdote era a de oferecer aos deuses sacrifícios, oferendas e cerimônias, afim de que eles pudessem retribuir.
Huitzilopochtli (deus do Sol e da guerra) era o centro dos cultos feitos pelos Tlatoanis (título dado a cada imperador) de Tenochtitlán e também da religião em geral do império Asteca, para ele eram feitos rituais especiais.
No centro cerimonial de Tenochtitlán, o templo mais importante era o “Templo Maior”, que era uma pirâmide dupla e em seu topo possuía dois templos. Um era dedicado a Huitzilopochtli, que era chamado de “Coatepetl” (ou “Cobra da Montanha”) e o outro era dedicado a Tlaloc (deus da chuva e da fertilidade). Abaixo deles, os Tlatoanis – que eram chamados pelo título de Quetzalcoatl – eram os mais altos sacerdotes dos dois templos. O sacerdote de Huitzilopochtli era “Quetzalcoatl Totec Tlamacazqui”, enquanto o sacerdote de Tlaloc era chamado de “Quetzalcoatl Tlaloc Tlamacazqui”.
Outros templos importantes estavam localizados nas quatro divisões da cidade, como, por exemplo, o temploYopico em Moyoatlan, que era dedicado a Xipe Totec.
Todos as Calpullis (cidades-estados) possuíam templos próprios para os guardiões de suas cidades.
Os sacerdotes de família nobre eram educados na escola Calmecac, enquanto os outros eram educados em Telpochcalli.
Visão dos Mundos e Rituais
Como já foi dito anteriormente, o mundo Asteca consistia em três partes principais: a Terra (que era onde os humanos viviam), “um mundo inferior” – o Inferno e um “mundo superior” – o céu.
O Inferno Asteca era chamado de Mictlan, que se traduz em “Lugar da Morte”. A existência para os astecas era prevista como um ciclo entre os dois mundos acessíveis. O ciclo era: nascer, viver, morrer e renascer (ou reencarnar). Acreditavam os Astecas que, assim como o Sol (que passava pelo Mictlan na noite) e o milho (que renascia na primavera após um período de morte), os humanos seguiriam o mesmo destino.
O céu e o inferno eram divididos em camadas. Mictlan tinha nove camadas nas quais eram habitadas por diferentes divindades e seres mitológicos. O céu possuía 13 camadas, onde a mais alta era chamada deOmeyocan (“O Lugar da Dualidade”), no qual permanecia o deus Ometeol (dualidade entre “Ometecutli/Omecihuatl”). Outro lugar místico era Tlalocan (“O Lugar de Tlaloc”), que possuía um aroma primaveril e água abundante – era onde as pessoas que morriam afogadas tinham a sua pós-vida e Tamoanchan, o local da origem dos deuses.
A idéia Asteca sobre vida após a morte, para os guerreiros e para as mulheres que morriam durante o parto, era de que suas almas seriam transformadas em beija-flores, que seguiriam na direção da trajetória do Sol no céu. As pessoas que morriam de forma menos gloriosa iam para Mictlan.
Na “Visão dos Mundos” Asteca, assim como na Mesoamérica em geral, as cavernas e montanhas eram vistas como “portais”, ou lugares de conexão dos dois mundos – o “inferior” e o “superior”. Até mesmo as direções cardeais eram tidas como símbolos que se associavam com cores e deuses.
Sacrifícios
Para os Astecas, a morte era fundamental para a perpetuação da criação. Deuses e humanos obtinham a responsabilidade de se sacrificarem para que o ciclo da vida pudesse continuar. Essa visão é mais bem relatada no mito dos “Cinco Sóis”, que foi escrito no Codex Chimalpopoca e conta que Quetzalcoatl Primeiro roubou a semente da vida em Mictlan e que mais tarde deuses criaram quatro mundos (ou “sóis”) consecutivos com o intuito de neles viver. Todos os mundos foram destruídos. Então, em um momento de auto-sacrifício de um dos deuses,Nanahuatzin – “o Espinhoso”, causou a criação de um quinto e último Sol. Com isso os primeiros humanos, feitos de milho, puderam viver. Ficou com os humanos a responsabilidade de continuar com o ciclo da vida.
O sacrifício humano entre os Astecas e a população da mesoamérica em geral deve ser visto neste contexto – era necessário para a continuação da existência do mundo.
Cada parte da vida estava associada a uma ou mais divindades, e essas deveriam ser “pagas” para que cada uma das fases fosse realizada com sucesso. Os deuses eram “pagos” com oferendas – comida, flores e animais. Mas a maior oferenda a ser oferecida era o próprio sangue, uma vida humana e até a vida de um deus.
A Personificação de uma divindade
Um importante aspecto dos rituais Astecas era a personificação de divindades. Sacerdotes ou pessoas eleitas (chamados de “ixiptlatli“) se vestiam de acordo com a divindade a ser homenageada. Tais indivíduos, antes do inevitável fim, eram adorados como sendo uma manifestação espiritual do deus no ritual. Para os Astecas, todos os momentos do ritual eram feitos de acordo com o gosto da divindade, inclusive o final – que era o sacrifício desse indivíduo.
Por The Earth
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