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27 de mai. de 2011

Deusa Ke Anuenue

(não lembro a autoria, mas acredito que seja da Rosane Volpatto)

A DEUSA ARCO-ÍRIS

ARCO-ÍRIS, ALIANÇA ENTRE O CÉU E A TERRA

"Para que nossos olhos tenham a alegria de ver o arco-íris, primeiro precisamos sobreviver à tempestade ".

Desde os primórdios dos tempos o homem observou o arco-íris como uma ponte que uniria o Céu com a Terra, ou seja, que une nosso plano físico com o espiritual. Pode-se ainda acrescentar, que seria uma escada de cores que devemos subir para alcançarmos um nível de maior compreensão e compaixão.
Já na Antiguidade, quando os gregos observavam um arco colorido unindo o céu a terra, quebrando a monotonia do horizonte, acreditavam estar recebendo um sinal positivo dos deuses. Para eles, esse fenômeno estava diretamente relacionado a Deusa íris, mensageira da Deusa Juno, que surgia no céu caminhando por um arco formado por sete cores (violeta, anil, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho) para trazer mensagens divinas aos homens.
Essa imagem simbólica da natureza também está presente na Bíblia. No livro do Gênese, conta-se que, depois do dilúvio. um arco-íris surgiu por trás das nuvens, cruzou os céus e o seu brilho penetrou o solo. Essa aparição mágica seria uma mensagem do Criador anunciando o fim das chuvas e da grande inundação.
Portanto, desde as primeiras etapas da história da humanidade, a aparição esporádica e repentina do arco-íris já tinha um significado especial, oscilando entre o mítico e o religioso.
O arco-íris é um fenômeno que fascina os olhos humanos de todas as idades. Entretanto, a representação cognitiva que a mente humana criou a respeito dele é bem variável.

A LENDA DE MAKAHA

Conta-se, que em um certo tempo, sete anos se passaram sem que nenhuma gota de chuva caísse no vale da montanha de Waianae. Como chefe de seu povo. Makaha deveria buscar auxílio com o espírito ancestral, Mano ai Kanaka. Ao ser chamado em voz alta. rajadas de vento ergueram no mar grandes ondas e em meio a uma tênue névoa dourada, surgiu o mais temido tubarão do oceano, conhecido pelo nome de Mano ai Kanaka. Makaha então, jogou-se ao mar e montou-o. desaparecendo a seguir. nas profundezas das águas, onde lhe foi possível ver suculentos cardumes de peixes.
Soube então, que seu povo não mais morreria de fome. Retornou muito feliz ao vale para contar a nova notícia e conduzir seu povo ao lugar onde havia alimento abundante. Makaha conseguiu assim, salvar sua tribo e tornou-se ainda mais respeitado. O seu grande feito correu mundo e, os murmúrios subiram aos céus para serem ouvidos por Ke Anuenue, a Deusa do arco-íris, responsável em prover o vale com sua fértil chuva. Curiosa, do alto de seu arco-íris, passou a prestar mais atenção aos atos valorosos do corajoso chefe dos Waianae. Suas habilidades e coragem já haviam gerado fascinantes histórias e não demorou muito tempo para que a Deusa se apaixonasse pelo audaz mortal.
Um duplo arco-íris coloriu o céu do vale onde Makaha residia e ele passou a ouvir uma voz musical que dizia:
-"Makaha, Oh Makaha!
Venha até mim."
Seguindo o som e subindo pela estrada do arco-íris, jogou-se nos braços da Deusa. Makaha e Ka Anuenue tornaram-se ardentes amantes e ele, todos os dias lhe oferecia deliciosos presentes trazidos do mar com juras de amor eterno.
Entretanto, um dia, quando retornava da pescaria, encontrou seu povo que já o esperavam na praia. Entre eles, estava uma linda e jovem donzela, que chamava-se Maiili. Makaha encantou-se imediatamente com sua beleza e acabaram amando-se nas areias mornas da praia. Louco de paixão, esqueceu-se de seu sagrado compromisso com a Deusa.
Quando retornou ao local onde havia deixado o fruto de sua pesca, o povo já havia dividido entre si os peixes, restando-lhe somente as sobras que haviam sido refutadas. Apanhou-as e apressadamente, foi ao encontro de Ke Anuenue.

Ao olhar para a miserável oferenda, irritou-se, mas não desejando agir com hostilidade, agiu como se nada estivesse errado, mas decidiu conferir mais de perto todas as atividades de seu amado. Na manhã seguinte, do alto de seu arco-íris, Ke Anuenue viu Makaha encontrar-se novamente com Maiili na praia e desta vez, sua fúria não foi contida.
Grandes nuvens negras surgiram no horizonte, relâmpagos cortaram cruelmente o céu e uma forte chuva inundou todo o vale de Waianae. Casas, animais colheitas e o povo foram arrastados para o mar. Muito poucos sobreviveram para contar a história. No dia seguinte e por muitos outros anos não mais choveu.
Makaha perdeu seu poder e consequentemente seu cargo como chefe de seu povo. E, para que todos lembrassem do fatídico evento, gerou uma grande elevação de arco-íris sobre o alto do vale.
Só depois de transcorrido um longo tempo, a Deusa apiedou-se do povo, pois compreendeu que o amor não é um sentimento egoísta, mas sim um sentimento que abre as portas do coração secreto do tempo. Tempo esse, que se encarrega de assegurar que nada se perca ou seja esquecido.
Só através do amor é permitido habitar o reino eterno.
A Deusa arco-íris e Makaha desapareceram para viver nas profundezas da Sagrada Montanha quando o vale foi invadido e destruído por pessoas que não respeitam ou compreendem a beleza e a graça dos lugares sagrados.
Entretanto, sabemos através das profecias que pouco falta para que o arco-íris aqui chegue novamente, para iluminar a terra e tornar as coisas do jeito que eram.
O arco-íris exemplifica o poder da beleza, apesar de sua natureza transitória. É também um bom exemplo da ilusão que experimentamos neste mundo físico, que também é efêmera e transitória.


DEUSA KE ANUENUE
A religião era um aspecto predominante da vida havaiana que permeava cada aspecto das atividades diárias e cada evento significativo, tal como o nascimento, a união matrimonial, a morte, a pesca, a agricultura e a guerra.
Os antigos havaianos adoravam um número grande de deidades, sendo que alguns estavam associados as manifestações da natureza. Portanto, o bem estar da terra e de todos os seus ocupantes dependia de uma observância cuidadosa de oferendas e rituais que eram realizados em templos específicos, chamados de "heiau". Tais cerimoniais eram presididos por sacerdotes, denominados de "kahuna", que figuravam, em grau de importância, logo abaixo dos chefes governantes, justamente por estarem em contato direto com os Deuses. podendo assim, determinar a melhor maneira de se ganhar ou perpetuar o poder.
A força e a prosperidade do "chefe" estavam diretamente relacionadas com seu fervor religioso e o seu sucesso em manter relações amistosas com os Deuses. Seria como o seu mandato dependesse do aval divino, que seria considerado revogado somente quando houvesse uma bem sucedida invasão.
Como KE ANUENUE é a Deusa que personifica o arco-íris, estava então, associada diretamente com a chuva, a fertilidade da terra, a agricultura e a prosperidade.

PROFECIAS DO ARCO-ÍRIS
Quando a terra tornar-se extremamente doente, muitos peixes, animais e homens morrerão. Mas, será então quando uma quarta tribo de povos de todas as nações, credos e raças do mundo, terão fé em suas ações e não nas palavras, para tornar novamente a terra verde e para restaurar outra vez, nosso planeta. Esses irmãos irão viver em perfeita harmonia com a nossa Mãe Terra e falarão de amor para seus filhos. Serão eles chamados de "Guerreiros do arco-íris", os protetores da natureza.
Profecia feita há mais de 200 anos por "Olhos de Fogo", uma velha índia Cree.
Venerado como Deus ou Deusa, temido como um demônio, utilizado para provar teorias óticas, o arco-íris já coloriram o céu de nosso passado e permanece colorindo nosso céu da atualidade. Desde o período da Antiguidade até o nosso presente, o arco-íris segue inspirando e testando o mundo físico. Embora os cientistas já tenham compreendido o sistema ótico do arco-íris relativamente bem, sua variação sutil encontrada na natureza ainda não foi explicada integralmente.

SIMBOLOGIA
O arco-íris sempre foi símbolo de uma "nova esperança", já que ele se projeta no céu, logo após uma tempestade. É portanto, um símbolo divino que representa a harmonia. Suas cores representam nossos chacras.
Pode ainda ser considerado um símbolo de sucesso e prosperidade, já que acredita-se que no Final de cada arco-íris há um pote de outro nos aguardando.
Entretanto, para algumas culturas o arco-íris por envolvido por uma atmosfera de medo. Uma lenda popular na Finlândia, associa-o a foice do Deus Trovão. Os árabes consideram-no como sendo o "arco do demônio". Em outras tradições, existe a crença que o ato simples de apontar para um arco-íris pode custar a perda de um dedo ou uma úlcera. Já na Romênia, há uma lenda que todo aquele que passar abaixo dele, obterá uma mudança de sexo. Entre os hebreus e os cristãos, o arco-íris é considerado como o "arco da promessa", já que ele surgiu logo após o Dilúvio.
Na mitologia nórdica, Bifrost, o arco-íris, era a ponte que conectava a Terra, chamada de Midgard, com Asgard, a "Casa dos Deuses".
Só os Deuses podiam cruzar esta ponte, que era protegida pelo Deus Heindall. Essa ponte também estava associada com a Via Láctea.
Durante a Guerra dos Camponeses no século XVI na Alemanha, foi usada uma bandeira de arco-íris como sinal de esperança na Nova Era. Thomas Müntzer, sacerdote que apelou à revolta dos camponeses, é muitas vezes retratado segurando uma bandeira arco-íris. Uma bandeira arco-íris é também usada no Peru e Equador como símbolo do Tawantinsuyu, ou território Inca. E tem sido exibida em protestos contra os governos destes países.
Os achewa uma tribo africana cuja subsistência e sistema de vida estão embalados na agricultura, dependem muito da chuva para não morrerem de fome. Por isso, na escassez deste líquido precioso, toda a tribo invoca um ser supremo conhecido pelo nome de Chiuta (Grande Arco), o Senhor do Arco-íris. Para os achewa, o arco-íris representam os braços do Deus e é um símbolo de providência, que se manifesta através de nuvens carregadas de chuva.
Na atualidade, o arco-íris é símbolo de diversidade, de oposição à guerra nuclear, do movimento homossexual mundial.

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