Texto: Lara Moncay
Dionísio sujo nome significa o que “nasceu duas vezes”, é filho do deus dos deuses Zeus e de uma princesa mortal de Tebas, Sêmele.
A esposa imortal de Zeus, Hera, enfurecida com a infidelidade do marido, disfarçou-se de ama-seca e foi até Sêmele, ainda grávida, para persuadi-la a pedir que seu marido se mostrasse em todo seu esplendor e glória divinos.
Zeus que prometera a Sêmele jamais lhe negar coisa alguma, assim o fez para satisfazê-la. Sêmele não suportou a visão do deus circundado de clarões e morreu fuminada. Zeus apressou-se então a retirar a criança que ele gerava e ordenou a Hermes, o mensageiro dos deuses, que costurasse o feto em sua própria coxa. Assim, ao terminar a gestação, Dionísio nasceu perfeito.
Contudo, Hera não satisfeita, continuou a perseguir a estranha criança de chifres e ordenou aos Titãs, deuses terrenos, que matassem o menino, fazendo-o em pedaços. Novamente Zeus interferiu e conseguiu resgatar o coração da criança que ainda batia. Colocou-o para cozinhar, junto com a semente de romã, transformando tudo em uma poção mágica, a qual deu de beber para Perséfone, que acabara de ser raptada por Hades, deus das trevas e da escuridão, e que se tornara sua esposa. Perséfone engravidou e novamente deu à luz a Dionísio. Por essa razão Dionísio é o que nasceu duas vezes, da luz e das trevas. Convocado por seu pai Zeus a viver na terra junto aos homens para compartilhar com eles as alegrias e sofrimentos dos mortais.
Dionísio foi atingido pela loucura de Hera, indo perambular pelo mundo, ao lado de sátiros selvagens, dos loucos e dos animais. Deu a humanidade o vinho e suas benções, e concedeu ao êxtase da embriaguez a redenção espiritual a todos que decidiam abandonar e renunciar às riquezas e ao poder material. Por fim, seu pai celestial, Zeus, permitiu-lhe retornar ao Olimpo, onde tomou seu lugar à direta do rei dos deuses.
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