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27 de mar. de 2011

Hebreus

Texto: Lara Moncay

Hebreu é o nome do povo que viveu no Oriente médio a partir do segundo milênio antes de Cristo, que deu origem aos povos semitas, como os árabes e dos israelitas.

Ao saírem de Ur, na Mesopotâmia em direção à Palestina (estreita faixa de terra entre a Fenícia, atual Líbano e o Egito) os hebreus dividiram-se em tribo, formadas por clãs. Os clãs eram constituídos por um patriarca, seus descendentes e servos. A economia baseava-se no pastoreio, evoluindo para a agricultura graças às terras do norte e as zonas montanhosas do sul da Palestina. Ficaram por três séculos na Palestina até que uma grande seca obrigou algumas tribos, sob a liderança do patriarca Jacó, a migrarem para o Egito.

Esse período de seca é retratado na lenda da luta de Baal Hadas com seu irmão Baal So, que ao libertar-se dos domínios da morte e da esterilidade traz a chuva de volta ao solo palestino.

Os hebreus que saíram da palestina em direção ao Egito, ficaram por lá por 400 anos. Fizeram aliança com os hicsos que invadiram e dominaram o Egito. Quando os hicsos foram expulsos do Egito os hebreus começaram a ser perseguidos com altas taxas de impostos para aqueles que possuíam renda, e escravizando os mais pobres que não poderiam pagar os impostos. Até o aparecimento de Moises que liderou o povo hebreu na marcha em direção a Canaã (a terra prometida), evento esse conhecido como o êxodo hebreu.

Depois de 400 anos vivendo no Egito, é provável que o retorno à Canaã seja visto como uma lenda por aqueles que partiram para o Egito em busca de solo fértil devido às invasões sofridas e os extensos períodos de seca da região.

Canaã é a antiga denominação da região correspondente à área do atual Estado de Israel, da Cisjordânia, da Jordânia ocidental, sul da Síria e sul do Líbano.

A cidade canaanita de Ugarit foi redescoberta em 1928 e muito do conhecimento moderno sobre os Cananeus advém das escavações arqueológicas naquela área.
Comparada aos desertos circundantes, a terra de Canaã era uma terra de fartura, onde havia uvas e outras frutas, azeitonas e mel, daí ter sido vista por Abraão - originário da região do atual Iraque - como a "Terra Prometida", "onde corre leite e mel".

Segundo a Bíblia, Canaã era a terra prometida por Deus ao seu povo, desde o chamado de Abrão (ou Abraão), que habitava a cidade Caldéia de Ur no sul da Mesopotâmia.

(Moises e o Decálogo)

Moises era filho de uma princesa Egípcia com um Hebreu, teve acesso a melhor educação e era considerado um erudito. Para os egípcios não era interessante a presença dos Hebreus em suas terras, já que era vistos como traidores.

Em escavações arqueológicas foi descoberto em Soleb, uma inscrição em uma das salas do templo de Amenhotep III, datada no século XIV a.C, que se refere a um povo nômade, e ao termo “iahuo”, identificada com o montanha do monte de Horeb ou Sinai e diz o seguinte: to sho-su iahuo” o que traduzido significa: país dos beduínos de Iahuo. Historiadores e arqueólogos entendem que Iahuo era o local onde esse povo nômade vivia e que a grafia Iahuo (para os egípcios) pode ser a primeira representação do nome de Yavé (hebraíco). As inscrições falavam para ter cuidado com os beduínos de Iahuo.

A saída dos hebreus do Egito não foi uma fuga e sim um acordo entre Moises e o Faraó que permitiu sua retirada fornecendo o suporte necessário. Intrigas políticas, junto aos súditos do Faraó o fizeram rever sua posição, pois havia rumores de que Moises estaria tirando os Hebreu do Egito para juntar-se a outros povos nômades e desta maneira invadir o Egito. O que acabou por originar a perseguição aos Hebreus tão logo sua saída do Egito.

Divindades Hebraicas

A principal divindade Yavé, Javé, IHVH ou ainda Yahweh é o senhor da península do Sinai.

(O Sinai é uma península montanhosa e desértica do Egito, entre os golfos de Suez e Agaba. Ocupa uma posição estratégica que une dois Continentes - África e Ásia - separando também dois mares - o Mediterrâneo e o Mar Vermelho - dividindo-se em duas partes: Sinai do norte e do Sul. O Sinai do Norte é uma província egípcia cuja capital é Alarixe. É banhada ao norte pelo mar Mediterrâneo. Faz fronteira ao leste com Israel e a Faixa de Gaza. O Sinai do Sul é uma província Egípcia cuja capital é El-Tor. É banhada a oeste pelo golfo de Suez e a leste, pelo golfo de Acaba.)

(Monte Sinai)

Os líderes dos acampamentos, os patriarcas, rendiam culto especial ao chamado "deus dos pais", o antepassado mítico do clã. Cada clã possuía seu "deus dos pais", uma espécie de herói lendário que fundou o clã e transmitiu os costumes e instituições da família. O "deus dos pais" não tinha um local fixo de culto, residia em uma tenda especial e acompanhava as viagens do clã pelo deserto e pela estepe, assegurando o bom relacionamento com os vizinhos e protegendo os membros do clã contra os infortúnios das viagens. O "deus dos pais" não possuía uma representação figurativa, porque é extremamente difícil no deserto e na estepe a confecção de imagens.

Paralelamente ao culto do "deus dos pais", os hebreus veneravam árvores, fontes de água, grutas, montes, etc., que se relacionavam de alguma maneira com os eventos lendários do mito do "deus dos pais" (locais por onde o antepassado passou, etc.). Por outro lado, estes objetos da natureza também eram compreendidos como entidades sagradas, pois eram o receptáculo de uma força invisível, similar aos gênios das tribos árabes.

Os hebreus do século XIV a.C. também veneravam pedras mágicas, os terafins, relacionados também ao culto ancestral. Apareceram após a supressão ao culto de imagens de "deusas-mães", que as mulheres recorriam a sua proteção no momento do parto. Os terafins não eram propriamente deuses, mas amuletos mágicos, símbolos da prosperidade. Estas pedras eram mantidas dentro das tendas.

O culto às forças naturais e à serpente: Era crença corrente que uma entidade furiosa habitava o deserto e os hebreus imputavam a esta força a responsabilidade pelas tempestades de areia que derrubava as tendas e desaparecia com as rezes, além de trazer as doenças como urticária que atacavam o gado. Para aplacar a ira desta entidade, os hebreus recorriam ao sacrifício do cordeiro e do bode. Era um sacrifício pascal, praticado antes do início da primavera, quando então, imolava-se um cordeiro. Um sacrifício análogo ocorria no outono, antes da transumância para a pastagem na estepe, quando então, era solto um bode no deserto. A circuncisão, prática encontrada entre os sacerdotes egípcios da Antiguidade e numerosas tribos árabes, era uma medida para afastar a infertilidade que poderia abater tanto sobre a família quanto sobre o gado: para agradá-la, recorria-se a circuncisão, a entidade fugia afugentada pelo horror ao sangue ou era aplacada com o rito. O prepúcio era oferecido e, ocorria na ocasião da passagem do membro masculino para a vida adulta ou da iniciação ao casamento. O culto à serpente era uma prática muito comum na Palestina; imagens de serpentes recebiam culto especial, pois assim julgavam afastar ou minimizar as picadas das víboras reais.

Havia numerosas interdições religiosas de caráter alimentar, sexual e social. Vivendo em um ambiente hostil do deserto e da estepe, em confronto com povos vizinhos e sofrendo constantes perigos de animais selvagens, os hebreus recorriam frequentemente às magias. Entre elas, destacam-se a crença no "mau olhado", o poder mágico da palavra (proferido como bênção ou maldição pelo moribundo), a crença na magia da dança da chuva e da dança da guerra, o uso mágico do vestuário, a magia da impostura da mão, o uso da necromancia, etc. Havia curandeiros, videntes e adivinhos.

Os hebreus permaneceram por 40 anos no deserto do Sinai até chegar a Canãa. Moises morreu antes de ver seu povo chegar à terra prometida, sendo então conduzidos por seu sucessor Josué. Quando retornam a Canaã encontram as terras ocupadas por cananeus e filisteus, com seus deuses e rituais próprios.

Os patriarcas que não eram guerreiros e sim líderes religiosos cedem lugar aos juízes, chefes militares que passariam a comandar os hebreus na luta pela terra.
A preocupação com a fecundidade da terra afetou profundamente o Yaveísmo. Que passaram a adorar todos os Baals existentes como seus deuses também, colocando Yavé em um plano superior ao lado de El – o deus – dos cananeus. Os camponeses adoravam Yavé na forma de um touro (idêntico aos fenícios e cananeus) em um altar cercado por uma paliçada (que mais tarde a teologia sacerdotal transformou na narrativa do "Bezerro de Ouro"). A assembleia de anciãos recorria a Yavé na forma de máscaras humanas (encontradas em Hazor) para obter oráculos sobre a estratégia de guerra. E, na liturgia, os sacerdotes utilizavam um objeto, o éfode que eram terafins cobertos por alguma substância.

Yavé tornou-se então um deus impessoal e uma divindade da confederação tribal e assim como os outros povos da palestina desenvolveu vários nomes para as demais divindades que eram diferenciadas de acordo com a localização regional. Assim encontraremos El Elion, o deus altíssimo (a parte mais alta de uma porta); El Shaddai, "o todo poderoso" que era cultuado em Manre; El Sebaot, o "deus das hostes celestiais", evocado no contexto da batalha, era adorado em Silo; El Ro'i, o deus da visão, "o onisciente", cultuado em Neguebe; El Olam, o deus eterno, cultuado em Berseba; El Bethel, o deus de Bethel, cultuado nesta cidade; sem mencionar, é claro os vários deuses agrícolas e da natureza, representado pelos "baals e suas consortes.Yavé estava à frente de uma multiplicidade de divindades, era o deus supremo de Israel, o protetor da confederação tribal, contudo, no dia a dia, os israelitas recorriam as divindades mais ligadas ao culto agrário: os deuses tribais tinham mais substância e presença do que o deus supremo - Yavé era o deus nacional da confederação tribal e não um deus de cunho pessoal. Por outro lado, devemos considerar que as concepções do Yaveísmo variavam muito de aldeia para aldeia e na prática, cada pessoa interpretava livremente os mitos e os ritos.

Como Nasce Deus

Mais tarde, para unir o povo e centralizar os poderes religiosos, políticos e militares fundaram a monarquia, período compreendido entre os século X e VII a.C.. Saul foi o primeiro rei hebreu e suicidou-se após uma humilhante derrota. Davi foi seu sucessor e segundo a mitologia matou o gigante Golias com uma pedra. Em 996 a.C. Salomão assume o lugar de Davi. Nesse período os hebreus já possuíam um exercito, administração e um governo centralizado.

Dessa organização surge o que é conhecido como “pacto”, dando realidade a ideia de Israel. O Yaveísmo foi bastante promovido pelo Estado através da corte e do clero que possuíam os recursos necessários para a criação de uma literatura religiosa e ao culto elaborado. Na ideologia do Estado, Iavé foi comparado à realeza, era um que deus que governava Israel com sua corte celestial, possuindo servos, mensageiros, um trono e indumentárias.

Segundo os historiadores é nesse período que elaboram o primeiro decálogo, mais tarde atribuído a Moises, onde encontraremos as antigas concepções do Yaveísmo:

1- Não curvarás a tua fronte diante de nenhum deus estrangeiro. (isso não se dirigia aos deuses que eles já haviam tomado para si, como os da natureza)
2- Não construirás nenhum deus de metal fundido.
3- Observarás sempre a festa dos ázimos, no mês de nisan (março/abril), para recordar a tua passagem no deserto. (O termo hebraico é pesah, em grego é dito pascha, que se tronou depois páscoa. Relacionava primitivamente à festa do início da primavera.)
4- Todo primogênito é meu: resgatarás com um sacrifício o primeiro parto entre a criação, grande ou pequena, o primogênito entre os filhos. (O sacrifício de crianças não era desconhecido pelo Yaveísmo; sacrificava-se crianças na ocasião da ereção da pedra angular ou no término de uma construção; entretanto, considerando a alta taxa de mortalidade infantil, é possível que as crianças fossem oferecidas já mortas. Outrossim, o sacrifício a Yavé era as rezas)
5- Jamais comparecerás diante de mim de mãos vazias.
6- Três vezes por ano todos os teus filhos homens comparecerão perante o Senhor. (As três festas pastorais da primavera, do verão e do outono)
7- Jamais deixarás correr o sangue da minha vítima diante do pão fermentado. (Lembranças das velhas proibições rituais, ligado ao caráter sagrado do sangue e do lêvedo)
8- Não deixarás para amanhã o consumo de minha vítima pascal. (Para que não se esgote a carga mágica que traz em si todo animal sacrificado aos poderes divinos)
9- Levarás a flor das flores das primícias do solo à casa de Yavé.
10- Não cozinharás o cabrito no leite da sua mãe. (Esta é uma antiga proibição tabu, encontrada, sob uma forma mágica, em uma das lâminas órficas descoberta nos túmulos da Magna Grécia, em Turi, hoje Terra Nova de Sibari, Calábria, século IV a. C.: "Cabrito cai no leite", isto é, estou para me tornar imortal)

Dentre as reformas religiosas a necromancia, a “prostituição” sagrada e a ereção dos Baals (massebah- estátuas dos Baals) foram proibidas, sendo perseguidos e punidos com o morte todos aqueles que desrespeitassem as novas regras, acusados de feiticeiros. Os Baals transformam-se em demônios e seus adoradores perseguidos.

A Divisão

Após a morte do rei Salomão ocorre a divisão da monarquia em dois reinos, o de Israel, ao norte, formado por 10 tribos e o de Judá ao sul, constituído de duas tribos tendo Jerusalém como capital. Em 721 a.C. o reino de Israel foi conquistado pelos assírios e o reino de Judá foi conquistado pelos babilônicos, com isso os hebreus viraram escravos, período que ficou conhecido como Cativeiro da Babilônia.

O cativeiro da Babilônia acabou em 539 a.C., quando Ciro, imperador persa conquistou a Babilônia e libertou os judeus que retornaram a Palestina e reconstruíram o templo de Jerusalém que havia sido destruído por Nabucodonosor. É nesse período que surge o novo Decálogo de caráter litúrgico-ritual:

1- Não terás outro deus diante de Yavé. (Trata-se de uma afirmação de monoteísmo ritual, e não teológico; outros povos possuem deuses tão verdadeiros quanto Yavé, mas os israelitas não podem cultuá-los)
2- Não esculpirás nenhuma imagem e nenhuma representação de coisas que estejam no céu, sobre a terra e nas águas debaixo da terra.
3- Não pronunciarás em voz alta o nome do Senhor. (Quem possui o segredo do nome também possui o poder mágico que ele confere; é por isso que é necessários impedir que os estrangeiros possam apoderar-se do nome do deus)
4- Guardai escrupulosamente o dia de sábado. (O sábado era a festa da lua cheia dos sumérios, os babilônios tomaram dos sumérios com o nome de shabattu; abstiam de trabalhar nos dias "que traziam desgraças" - dias 7, 14, 21, e 28 dos dois meses de Elul II e Marchesvan. Os cananeus tomaram o sábado dos babilônios que, por sua vez, transmitiram aos israelitas com o nome de shabbath. Era o dia do repouso e "ação de graças" recordando os anos que os hebreus passaram como escravos no Egito, e foi mais tarde estendido aos escravos hebreus. Sob o impulso dos profetas do século VII, teve um significado teológico: o dia de descanso de Yavé)
5- Honrarás teu pai e tua mãe. (Trata-se de um preceito que se seguido assegura longos anos de vida na terra)
6- Não matarás. (Em hebraico, a expressão é "não assassinar", isto é, não matar um membro do clã; igualmente, a morte do inimigo, mulheres e crianças, é admitida)
7- Não praticarás adultério. (Isto é, apenas não seduzir uma mulher casada ou apenas prometida a outro; seduzir uma mulher núbil ou escrava não é adultério, e o mesmo não se aplica às mulheres)
8- Não roubar.
9- Não levantar o falso testemunho contra o teu vizinho.
10- Não desejar a mulher do seu vizinho, nem o seu campo, a sua escrava, o seu escravo, o seu boi, o seu asno, etc. (O termo hebraico para desejar é "por os olhos em cima", é provável que se refira ao mau olhado, isto é, lançar um mau agouro sobre a propriedade alheia)

(Alexandre, o Grande)

Os persas foram derrotados por Alexandre, o Grande, em 332 a.C. e os macedônios e gregos passaram a dominar a Palestina, seguidos pelo domínio Romano, a partir de 63 a.C.. Após a contenção da revolta judaica iniciada em meados da década de 60 d.C. e a destruição de Jerusalém em 70 d.C. os judeus se dispersaram pelo mundo, sendo assim o início da Diáspora Judaica.

Atualidade

No século XIX o movimento sionista, organizado por Theodor Herzl, passou a ocupar terras na Palestina e com o apoio da Inglaterra, dessa maneira a presença judaica passou aos poucos a superar a dos palestinos, descendentes dos filisteus. 1948 a Assembleia Geral da ONU, sob impacto do Holocausco criou o Estado de Israel, juntamente com a criação de um estado palestino que consistiria dos territórios da Cisjordânia e Transjordânia. Assim o povo hebreu, os judeus voltam a ocupar a terra prometida, enquanto que os palestinos lutam pela criação de um estado palestino que inclua Jerusalém Oriental.

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