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6 de mar. de 2011

Mitologia Nórdica

A Mitologia Nórdica diz respeito aos povos que habitaram, nos tempos pré-cristãos, os atuais países escandinavos (Noruega, Suécia e Dinamarca), além da gélida Islândia. Este conjunto de mitos também teve especial desenvolvimento na Alemanha, que foi a grande divulgadora da riquíssima cultura dos nórdicos. Com a expansão das navegações vikings, esta difusão acentuou-se ainda mais, indo alcançar também os povos de língua inglesa e deixando sua marca até na própria denominação dos dias da semana destes países (Thursday, por exemplo, é o "dia de Thor"; e Friday, "dia de Freya").

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No século XIII (cerca de trezentos anos após a conversão da Islândia ao cristianismo), o islandês Snorri Sturluson (1179 - 1241) codificou grande parte destes mitos no livro Edda em Prosa. Nesta obra, o poeta e historiador islandês registrou algumas das principais lendas relativas aos deuses e heróis dos tempos pagãos que recolheu em suas andanças por todo o país. Acrescentou também um extenso tratado de arte poética, onde ensinava a métrica e o elaborado sistema de metáforas dos escaldos (poetas que difundiam, oralmente, as antigas lendas).
Apesar de algumas destas histórias serem trágicas (como, por exemplo, a história de Sigurd e Brunhilde), a maioria delas, ao contrário, tem uma veia cômica bastante pronunciada, especialmente, aquelas nas quais os deuses são os protagonistas. Jamais saberemos, no entanto, até que ponto a versão original destas histórias tinha mesmo esta conotação ou até onde houve a intenção (deliberada, ou não) do cristão Sturluson de tentar ridicularizar os antigos deuses do paganismo. De qualquer forma, são justamente estas as histórias mais interessantes e representativas da riquíssima mitologia nórdica.
Nelas, Odin (ou Wotan) e sua irrequieta trupe estão sempre envolvidos em jogos de enganação com os gigantes, seus eternos inimigos, destacando-se, invariavelmente, o astuto - e quase sempre perverso - Loki, o enganador por excelência (Loki representa nesta mitologia um papel análogo ao da velha serpente dos cristãos, que se compraz em tramar nas sombras a destruição dos deuses). De modo geral, Odin e seus comparsas saem-se melhor nestas divertidas - e quase sempre violentas - disputas, embora, às vezes, também façam o papel de bobos, como na desastrada visita que Thor fez a Jotunheim, a terra dos Gigantes.
Fonte de inspiração para as mais variadas áreas, a riquíssima mitologia nórdica inspirou a criação de muitas obras, como a do escritor inglês J. R. R. Tolkien, que foi colher na mitologia escandinava o fundamento básico de seu fantástico universo literário.
O argentino Jorge Luis Borges também não escapou a essa influência, dedicando várias de suas páginas às brilhantes metáforas ("kenningar") que encontrou na poesia islandesa.

Outro grande artista que se inspirou nas lendas vikings foi o compositor alemão Richard Wagner, que as utilizou largamente para compor a sua famosa tetralogia operística "O Anel dos Nibelungos", que apresentamos sob a forma romanceada de uma pequena novela, na segunda parte deste volume. O leitor haverá de notar que, embora os personagens continuem praticamente os mesmos, há, porém, algumas alterações nas suas denominações (Odin, por exemplo, na transposição de uma mitologia para a outra, passa a se chamar Wotan), além de ligeiras modificações em seus atributos. Entretanto, o leitor, que a esta altura já estará familiarizado com o universo mítico dos nórdicos, não encontrará dificuldade alguma em situar-se na trama, que gira em torno da luta impiedosa pela posse de um anel maléfico (onde já vimos isto antes?) e das consequências que a ambição desmedida acarreta ao ser humano - e, por fim, ao próprio universo.
Com a inclusão desta obra fundamental da cultura alemã, cremos haver reunido num único volume as principais lendas relativas à riquíssima mitologia dos povos do norte da Europa, servindo de introdução a todos aqueles que apreciam estes verdadeiros devaneios poéticos das raças que são as mitologias de todos os povos.


A Criação
Primeiro, havia o Caos, que era o Nada do Mundo, e isto era tudo quanto nele havia. Nem Céu, nem Mar, nem Terra - nada disto havia. Apenas três reinos coexistiam: o Ginnungagap (o Grande Vazio), abismo primitivo e vazio, situado entre Musspell (o Reino do Fogo) e Niflheim (a Terra da Neblina), terra da escuridão e das névoas geladas.
Durante muitas eras, assim foi, até que as névoas começaram a subir lentamente das profundezas do Niflheim e formaram no medonho abismo de Ginnungagap um gigantesco bloco de gelo.
Das alturas abominavelmente tórridas do Musspell, desceu um ar quente e este encontro do calor que descia com o frio que subia de Niflheim começou a provocar o derretimento do imenso bloco de gelo. Após mais alguns milhares de eras - pois que o tempo, então, não se media pelos brevíssimos anos de nossos afobados calendários - o gelo foi derretendo e pingando e deixando entrever, sob a outrora gelada e espessa capa branca, a forma de um gigante.
Ymir era o seu nome - e por ser uma criatura primitiva, dotada apenas de instintos, o maniqueísmo batizou-a logo de má. Ymir dormiu durante todas estas eras, enquanto o gelo que o recobria ia derretendo mansamente, gota à gota, até que, sob o efeito do calor escaldante de Musspell, que não cessava jamais de descer das alturas, eis que ele começou a suar. O suor que lhe escorria copiosamente do corpo uniu-se, assim, à água do gelo, que brotava de seus poderosos membros - e este suor vivificante deu origem aos primeiros seres vivos. Debaixo de seu braço surgiu um casal de gigantes e da união de suas pernas veio ao mundo outro ser da mesma espécie, chamado Thrudgelmir. Estes três gigantes foram as primeiras criaturas, que surgiram de Ymir; mais tarde, Thrudgelmir geraria Bergelmir, que daria origem à toda a descendência dos gigantes.
Entretanto, do gelo derretido também surgira, além das monstruosidades já citadas, uma prosaica vaca de nome Audhumla, de cujas tetas prodigiosas manavam quatro rios, que alimentavam o gigante Ymir. Audhumla nutria-se do gelo salgado, que lambia continuamente da superfície, e, deste gelo, surgiu ao primeiro dia o cabelo de um ser; no segundo, a sua cabeça; e, finalmente, no terceiro, o corpo inteiro. Esta criatura egressa do gelo chamou-se Buri e foi a progenitora dos deuses. Seu primeiro filho chamou-se Bor,e, desde que pai e filho se reconheceram, começaram a combater os gigantes, que nutriam por eles um ódio e um ciúme incontroláveis.
Esta foi a primeira guerra de que o universo teve notícia e incontáveis eras sucederam-se sem que ninguém adquirisse a supremacia. Finalmente, Bor casou-se com a giganta Bestla e, desta união, surgiram três notáveis deuses: Wotan (também chamado Odin), Vili e Ve. Dos três, o mais importante é Wotan, que um dia chegará a ser o maior de todos os deuses. E, porque assim será, um dia, ele próprio disse a seus irmãos:
- Unamo-nos a Bor e destruamos Ymir, o perverso pai dos gigantes!
Os quatro juntos derrotaram, então, o poderoso gigante, e com sua morte, acabou também a quase totalidade dos demais de sua espécie, afogada no sangue de Ymir. Um casal, entretanto, escapou do massacre: Bergelmir e sua companheira, que construíram um barco feito de um tronco escavado e foram se refugiar em Jotunheim, a terra dos Gigantes, onde geraram muitos outros. Desde então, a inimizade estabeleceu-se, definitivamente, entre deuses e gigantes, cada qual vivendo livremente em seu território, mas sempre alerta contra o inimigo.
Dos restos do cadáver do gigantesco Ymir, Wotan e seus irmãos moldaram a Midgard (Terra-Média): de sua carne, foi feita a terra; enquanto que, de seus ossos e seus dentes, fizeram-se as pedras e as montanhas. O sangue abundante de Ymir correu por toda a terra e deu origem ao grande rio que cerca o universo.
- Ponhamos, agora, a caveira de Ymir no céu - disse Wotan a seus irmãos, após haverem completado a primeira tarefa.
Wotan fez com que quatro anões mantivessem a caveira suspensa nos céus, cada qual colocado num dos pontos cardeais. Em seguida, das faíscas do fogo de Musspell, brotaram o sol, a lua e as estrelas; enquanto que, do cérebro do gigante, foram engendradas as nuvens, que recobrem todo o céu.
Entretanto, após terem remexido a carne do gigante, com a qual moldaram a terra, os três deuses descobriram nela um grande ninho de vermes. Wotan, penalizado destas criaturas, decidiu dar-lhes, então, uma outra morada, que não, o Midgard. Os seres subumanos, que pareciam um pouco mais turbulentos que os outros, foram chamados de Anões e receberam como morada as profundezas sombrias da terra (Svartalfheim). Os demais, que pareciam ter um modo mais nobre de proceder, foram chamados de Elfos e receberam como morada as regiões amenas do Alfheim.
Completada a criação de Midgard, caminhavam, um dia, Wotan e seus irmãos sobre a terra para ver se tudo estava perfeito, quando encontraram dois grandes pedaços de troncos caídos ao solo, próximos ao oceano. Wotan esteve observando-os longo tempo, até que, afinal, teve outra grande idéia:
- Irmãos, façamos de um destes troncos um homem e do outro, uma mulher! E assim se fez: ele foi chamado de Ask (Freixo) e ela, de Embla (Olmo). Wotan lhes deu a vida e o alento; Vili, a inteligência e os sentimentos; e Ve, os sentidos da visão e da audição. Este foi o primeiro casal, que andou sobre a terra e originou todas as raças humanas que habitariam por sucessivas eras a Terra-Média. Depois que Midgard e os homens estavam feitos, Wotan decidiu que era preciso que os deuses tivessem também uma morada exclusiva para si:
- Façamos Asgard e que lá seja o lar dos deuses! - exclamou ele, que, como se vê, era um deus de energia e vontade inesgotáveis.
Este reino estava situado acima da elevada planície de Idawold, que flutuava muito acima da terra, impedindo que os mortais o observassem. Além disso, um rio cujas águas nunca congelavam - o Iffing - separava a planície do restante do universo. Mas, Wotan, sábio e poderoso como era, entendeu que não seria bom se jamais existisse um elo de ligação entre deuses e mortais. Por isso, determinou que fosse construída a ponte Bifrost (a ponte do Arco-íris), feita da água, do logo e do mar. Heimdall, um estranho deus nascido ao mesmo tempo de nove gigantas, ficaria encarregado, desde então, de vigiá-la noite e dia para que os mortais não a atravessassem livremente no rumo de Asgard. Para isso, ele portava unia grande trompa, que fazia soar todas as vezes que os deuses cruzavam a ponte.

A morada dos deuses possuía várias residências, as quais foram sendo ocupadas pelos deuses à medida que iam surgindo. O palácio de Wotan, o mais importante de todos, era chamado de Gladsheim. Ali, o deus supremo linha instalado o seu trono mágico, Hlidskialf, de onde podia observar tudo o que se passava nos Nove Mundos e receber de seus dois corvos, Hugin (Pensamento) e Muniu (Memória), as informações trazidas das mais remotas regiões do universo.
Entretanto, se na mais alta das regiões estava situado o paraíso daquele soberbo universo, nas profundezas da terra, muito abaixo de Midgard, estava o Niflheim, o horrível e gelado reino dos mortos. Lá pontificava a sinistra deusa ú, filha de Loki, que se regozija Com a fome, a velhice e a doença, e que tem i lado a serpente Nidhogg. Esta se alimenta dos cadáveres dos mortos e se dedica a roer continuamente uma das raízes da grande árvore Yggdrasil, um freixo gigantesco que se eleva por cima do mundo e deita suas raízes nos diversos reinos, entre os quais, o próprio Asgard. Ao alto da copa frondosa desta imensa árvore, sobrevoa uma gigantesca águia, que vive em guerra aberta contra a serpente Nidhogg. Um pequeno esquilo - Ratatosk -, que passa a vida a correr desde o alto da Árvore da Vida até as profundezas onde está a terrível serpente, é o leva-traz dos insultos que estas duas criaturas se comprazem em trocar sem jamais esgotar seu infinito estoque de injúrias.
Nesta árvore fundamental, diz a lenda que o próprio Wotan esteve pendurado durante nove longas noites, com uma lança atravessada ao peito, para que pudesse aprender o significado oculto das Runas, o alfabeto nórdico, que rege e governa a vida
dos deuses e dos homens. Quando seu martírio terminou, Wotan havia se tornado, definitivamente, o mais poderoso e sábio dos deuses, tendo o poder de curar doenças e de derrotar os inimigos com sua poderosa lança, Gungnir - ao mesmo tempo, sua mais poderosa arma e local de registro de todos os seus acordos.
Yggdrasil é o centro do mundo, e, enquanto suas raízes continuarem a suportar o peso de seu prodigioso tronco e de seus ramos infinitos, o mundo estará firme e a vida será soberana, sob os auspícios de Wotan, senhor dos deuses.

Glossário
ALBERICH: anão da raça dos nibelungos que roubou o Ouro do Reno das ninfas e forjou o anel de poder. Pai de Hagen.
ALFHEIM: terra dos elfos felizes, situada próxima a Asgard, morada dos deuses.
ANDARILHO: disfarce utilizado por Wotan para percorrer o mundo.
ANEL: objeto mágico forjado por Alberich que desperta a cobiça de deuses e homens.
ANÕES: também chamados de Nibelungos, vivem em seu país situado abaixo da terra.
ÁRVORE DA VIDA: também chamada de Yggdrasil, é o grande freixo que está situado no meio do mundo.
ASGARD: a morada dos deuses, construída por Wotan.
ASK: o primeiro homem, criado a partir de um pedaço de tronco.
AUDHUMLA: a vaca primordial que surgiu junto com o gigante Ymir.
BERGELMIR: filho do gigante Thrudgelmir, deu origem à descendência dos gigantes que habitaria Jotunheim, a terra dos gigantes.
BESTLA: giganta, casou-se com Bor e deu origem aos três primeiros deuses do panteão nórdico: Wotan (ou Odin), Vili e Ve.
BIFROST: a ponte do arco-íris que liga o mundo dos mortais a Asgard, o lar dos deuses.
BOR: filho de Buri, foi pai de Wotan, Vili e Ve, as primeiras divindades.
BRUNHILDE: filha de Wotan e de Erda, era uma das Valquírias. Após desobedecer ao pai foi punida com a perda desta condição, tornando-se uma mortal comum.
BURI: antepassado dos deuses, veio ao mundo quando a vaca Audhumla lambeu o gelo de um iceberg até que ele surgisse.
CREPÚSCULO DOS DEUSES: o fim do mundo, época em que os deuses deixarão de existir. Também chamada de Ragnarok. A versão relatada, aqui, difere muito daquela consagrada nos mitos nórdicos, que a apresenta como uma grande batalha apocalíptica travada entre deuses e gigantes.
DRAGÃO: monstro que guarda o anel e o tesouro dos nibelungos. Originariamente, era o gigante Fafner que, graças ao mágico elmo de Tarn, pôde se metamorfosear no temível dragão que o herói Siegfried termina por abater em um sangrento duelo.
EINHERIAR: os guerreiros mortos recolhidos pelas Valquírias que farão parte do exército de Wotan e que estão reunidos no palácio do Valhalla.
ELFOS: criaturas de grande virtude moral que surgiram da carne de Ymir, gigante abatido por Wotan e seus irmãos. Originariamente, eram vermes, tais como os anões.
ELMO DE TARN: elmo mágico fabricado pelo anão Mime, que dá a quem o possui o poder de se locomover, rapidamente, de um lugar para o outro, além de se metamorfosear em qualquer ser.
EMBLA: a primeira mulher que surgiu de uni tronco de árvore, a exemplo de Ask, o primeiro homem.
ERDA: divindade da terra, amante de Wotan. Era a deusa da sabedoria e mãe de Brunhilde e de todas as Valquírias.
FAFNER: um dos gigantes que construíram o Valhalla. Mais tarde, transformou-se em um dragão para proteger o anel que recebera como pagamento pela obra.
FASOLT: irmão de Fafner, era gigante como este. Foi morto pelo irmão, após ter construído com ele o Valhalla, durante uma discussão pela posse do anel.
FLOSSHILD: uma das ninfas do Reno que protegiam o ouro ali escondido.
FREYA: deusa do amor e da juventude, foi entregue por Wotan aos gigantes Fafner e Fasolt como garantia pelo pagamento da construção do Valhalla.
FRICKA: esposa de Wotan, deusa do casamento e da fidelidade.
GIBICH: fundador do clã dos Gibichungs, era pai de Gunther e Gutrune.
GIBICHUNGS: família que protagoniza alguns dos episódios mais importantes do "Crepúsculo dos Deuses", era composta pelos irmãos Gunther e Gutrune.
GIGANTES: raça criada a partir do gigante Ymir. Na história do Anel, são apenas dois: Fafner e Fasolt.
GINNUNGAGAP: o abismo vazio que existia antes de o mundo ser formado.
GLADSHEIM: o magnífico palácio de Wotan, instalado em Asgard.
GRIMGERDE: uma das nove Valquírias.
GRIMHILDE: esposa de Gibich, vendeu-se a Alberich, o nibelungo, para que este pudesse gerar o ambicioso Hagen, meio-irmão de Gunther e Gutrune.
GUNGNIR: a lança de Wotan, onde o deus registra todos os seus acordos. Termina partida por Siegfried num duelo que o deus mantém com seu neto, sendo derrotado por este, simbolizando, ao mesmo tempo, o declínio da velha divindade.
GUNTHER: irmão de Gutrune, deseja casar-se com Brunhilde. Para isso, arma uma trama com Siegfried, que termina com funestas conseqüências para todos.
GUTRUNE: irmã de Gunther, deseja casar-se com Siegfried, mas vê seus objetivos frustrados após a morte do herói, assassinado traiçoeiramente por Hagen, filho de
Alberich e meio-irmão de Gutrune.
HAGEN: filho do nibelungo Alberich, transforma-se no carrasco de Siegfried para poder se apossar do anel.
HEIDRUN: cabra que fornecia o hidromel, a bebida dos deuses, aos habitantes do Valhalla.
HEIMDALL: vigia que guardava a ponte Bifrost, que ligava o mundo mortal a Asgard.
Estava sempre munido de uma trompa para anunciar aqueles que por ela atravessassem.
HEL: deusa infernal, filha de Loki. Comandava o reino dos mortos.
HLIDSKIALF: o trono mágico de Wotan. Dali ele podia observar tudo quanto se passava nos Nove Mundos.
HUGIN: um dos corvos mensageiros de Wotan. Seu nome significa "Pensamento".
HUNDING: marido de Sieglinde, termina por matar o irmão da esposa, Sigmund, num duelo. Wotan, em seguida, pune-o também com a morte.
IDAWOLD: planície situada acima da terra que abrigava Asgard, a morada dos deuses.
IFFING: o rio que separava Idawold, a planície que abrigava Asgard, do restante do universo.
JOTUNHEIM: a terra dos Gigantes. Bergelmir e sua esposa, únicos gigantes sobreviventes de um massacre promovido por Wotan e os demais deuses, foram lá buscar refúgio, acabando por fazer de Jotunheim o novo lar dos gigantes.
LERAD: árvore mágica, cujas folhas alimentavam a cabra Heidrun, fornecedora do hidromel aos guerreiros do Valhalla.
LOKI: filho de gigantes, era o mais esperto e ladino dos deuses. Também assume a persona de deus do fogo, a partir da segunda parte da tetralogia do Anel dos Nibelungos.
MIDGARD: ou Terra-Média, era a morada dos mortais, construída por Wotan e seus irmãos no começo dos tempos.
MIME: irmão de Alberich, é um nibelungo como ele. Pai de criação de Siegfried, termina morto por este ao tentar assassiná-lo para se apoderar do anel que este conquistara do dragão Fafner. MIMIR: gigante cuja cabeça reside às margens do rio da sabedoria. Exigiu que Wotan lhe desse um de seus olhos para deixá-lo beber da fonte.
MUNIN: um dos corvos mensageiros de Wotan. Seu nome significa "Memória".
MUSSPELL: reino primordial do fogo, que havia antes da Criação.
NIBELUNGOS: raça de anões escuros que vivem embaixo da terra, no País dos Nibelungos.
NIDAVELLIR: outra denominação da morada dos anões.
NIDHOGG: serpente venenosa que habita o Niflheim, região sombria dominada pela sinistra deusa Hei.
NIFLHEIM: morada dos mortos e das névoas geladas, habitada por Hei.
NORNAS: filhas de Erda, são em número de três e tecem o fio da vida e da morte. Equivalem às Moiras gregas ou às Parcas dos latinos.
NOTUNG: a espada invencível forjada por Wotan, que Siegfried reforjou junto com o anão Mime.
ODIN: outra denominação (mais popular) que se dá a Wotan, pai dos deuses.
OURO DO RENO: tesouro escondido nas profundezas do Reno, guardado por três ninfas, que o anão Alberich rouba para forjar o Anel de Poder. RAGNAROK: o mesmo que o "Crepúsculo dos Deuses", época apocalíptica na qual os deuses deixarão de existir após uma conflagração universal.
RATATOSK: esquilo que percorre os galhos da Arvore da Vida, levando recados desaforados que a águia transmite à serpente Nidhogg e vice-versa.
ROSSWEISE: uma das nove Valquírias, filhas de Wotan e Erda.
RUNAS: alfabeto nórdico que teria propriedades mágicas. Wotan esteve por nove noites preso à Arvore da Vida para obter os segredos mágicos que as runas podem transmitir aos seus iniciados.
SAEHRIMNIR: o javali gigante que os guerreiros do Valhalla devoram todas as noites, mas que renasce sempre no dia seguinte, intacto, para ser devorado outra vez.
SCHWERTLEITE: uma das nove Valquírias, filhas de Wotan.
SIEGFRIED: filho de Sigmund e de sua irmã Sieglinde, era neto de Wotan. Libertou Brunhilde de seu confinamento num rochedo cercado de chamas e enfrentou o dragão que guardava o Anel de Poder. Morreu pelas mãos traiçoeiras de Hagen, filho do nibelungo Alberich.
SIEGLINDE: filha de Wotan e irmã de Sigmund, teve um romance com o próprio irmão, do qual surgiu Siegfried, o maior herói da saga germânica do Anel.
SIEGRUNE: uma das Valquírias. SIGMUND: filho de Wotan, era irmão de Sieglinde e foi morto pelo esposo dela, Hunding, em um duelo. Era pai de Siegfried.
SKULD: uma das três Nornas, deusas que presidem o destino. Tinham o dom de prever o futuro.
SLEIPNIR: o cavalo de oito patas de Wotan, o cavalo mais veloz do universo.
SVARTALFHEIM: a morada dos gnomos (ou elfos sombrios), que está situada nas profundezas da terra.
THRUDGELMIR: gigante nascido das pernas do gigante primordial Ymir. É um dos mais antigos ascendentes da estirpe dos Gigantes.
URD: uma das Nornas, deusas do destino, que tem o conhecimento do passado.
URDAR: o poço cujas águas as Nornas, deusas do destino, usavam para regar em Asgard umas das raízes de Yggdrasil, o Freixo do Mundo.
VALHALLA: a morada dos guerreiros mortos recolhidos pelas Valquírias nos campos de batalha. Wotan ordenou que dois gigantes (Fafner e Fasolt) a construíssem, prometendo-lhes em troca Freya, irmã de sua mulher e deusa da juventude.
VALQUÍRIAS: filhas de Wotan e de Erda, deusa subterrânea, eram deusas guerreiras e tinham por função recolher os combatentes mortos e os levar para os salões do Valhalla. A mais famosa delas foi Brunhilde.
VANAHEIM: morada dos Vanes (ou Vanires), deuses de hierarquia menor, em oposição aos Aesir, deuses superiores, liderados por Wotan.
VE: uma das duas divindades que surgiram junto com Wotan e que o ajudaram a construir o mundo.
VILI: divindade irmã de Wotan e Ve, que ajudou-os a construir os diversos reinos do mundo, como Midgard, terra dos mortais; e Asgard, a morada dos deuses.
WALSUNGS: denominação pela qual são conhecidos os descendentes de Wotan, tais como os irmãos Sigmund e Sieglinde, pais de Siegfried.
WALTRAUTE: irmã de Brunhilde, uma das nove Valquírias, filhas de Wotan e Erda.
WELLGUNDE: uma das ninfas do Reno que protegiam o Ouro do Reno.
WELMWIGE: uma das nove Valquírias, deusas guerreiras, filhas de Wotan.
WERDANDI: uma das Nornas, deusas que presidem o destino. Era encarregada do presente.
WOGLINDE: umas das ninfas do Reno, que permitiram ao anão Alberich apossar-se do ouro que tinham por missão preservar.
WOTAN: deus supremo do panteão nórdico, mais conhecido pela denominação de Odin. Era pai de Brunhilde e das demais Valquírias.
YGGDRASIL: o freixo gigante que recobre o mundo. Wotan retirou um de seus galhos para fazer sua lança Gungnir.
YMIR: gigante primordial, surgido da junção das névoas geladas de Niflheim e do calor da tórrida região de Musspell.


Do livro: As melhores histórias da mitologia nórdica , autores: A.S. Franchini, Carmen Seganfredo

2 comentários:

  1. woww
    adoro esta mistica!
    gostava muito de conhecer um pouco mais sobre a Snotra da mitologia nordica. poderia me ajudar?

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  2. Não achei muita coisa, mas vamos continuar na procura. Abraços, Sofya.

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