(autoria desconhecida)
A força feminina da criação, o encanto da Deusa seus atrativos despertaram o espírito masculino da proteção, mas agora, se misturavam, copulavam, eram um só, dois poderes ligados pela atração, duas forças em busca de um objetivo. Ou será que só em busca do prazer? O prazer até então inexistente de estar juntos, de roçar seus espíritos transformados em matéria, se sentir o calor um do outro.
Os poderes do caos também se juntaram para apagar a luz, mas não perceberam o prazer de estar junto e por isto tiveram que fugir, se esconder, estes nunca se uniram, sempre solitários amargam suas penas com o ódio e a intransigência, e só pensam em destruir, em terminar com a ordem e voltar ao nada onde inertes deixam os milênios passarem.
Porém junto a Deusa e o Deus, ainda maravilhados um com o outro, as duas serpentes cósmicas, não param de crescer e se amar, e num dado momento, fundem as suas pontas e um circulo de fogo se forma, é tal a felicidade de sentir as ondas de energia fluírem de um para o outro num fluxo constante e ininterrupto, que eles circulam a tal velocidade, como uma roda de fogo neste orgasmo cósmico, que deles se desprendem as galáxias, os sois e os planetas, parindo o universo por força do sexo e do amor.
Deste parto cósmico da vagina flamejante foi criado o universo, e desta energia também nasceram os seus filhos, filhos do seu espírito, os Deuses.
Esgotados depois de transformar a matéria negra em tudo que existe a Mãe e o Pai repousaram sobre sua criação. E os filhos de seu espírito os deuses trabalharam febrilmente na manutenção do que eles construíram, enquanto o ódio dos poderes do caos crescia.
Levantaram-se da noite varias vezes, mas nunca unidos e eram facilmente rechaçados. Apenas uma vez o mais forte dos poderes da sombra uniu em torno de si um exercito de espíritos da escuridão e varreram partes do universo envolvendo a luz, mas a eles foi dado combate pelos filhos da deusa, que terminaram vitoriosos, mas permitiram que existissem as zonas de trevas formando o equilíbrio que sustenta tudo.
A grande Mãe, minha querida irmã de muitas vidas tem um belo raciocínio sobre o amor:
As pessoas não conhecem o Amor.
O que elas chamam de Amor, na verdade, é somente uma projeção em cima de outra pessoa.
O Amor não existe de alguém para alguém.
O Amor é.
Ele não é para alguém, simplesmente é.
O Amor é um estado vibratório que, quando alcançado, a pessoa vibra tão intensamente que se liga no Infinito.
O Amor direcionado para alguém, até mesmo para a divindade, é um aspecto projetivo da personalidade.
Daí o amor e o ódio serem irmãos gêmeos.
Ambos são aspectos projetivos.
Um projeta o aspecto de luz, outro projeta o aspecto de sombra.
Todo o universo é formado pelo corpo da Deusa e do Deus, que estão presentes até mesmo das zonas escuras,
Tudo que existe é parte do amor dos dois, galáxias, planetas, estrelas, buracos negros (que são portais para o mundo das trevas) e tudo que existe neles é parte do corpo dos dois, até mesmo os opositores são parte deles, pois nada resiste à força da atração, a força do amor.
Mesmo os olímpicos a geração mais forte dos deuses, ou A trindade Hindu, temem a força das setas de Eros ou Kama, que transforma os deuses em escravos de simples mortais.
Quem dirá então o que acontece conosco, tocados por uma simples seta do desejo, muitas vezes a simples visão de alguém nos leva a viajar o universo em busca daquilo que os olhos viram por apenas um segundo, e esta força de atração é tão grande que buscamos e trazemos para nosso lado o objeto de nossa paixão.
Ou que nossas palavras escritas se identifiquem tanto com o outro que nos transformamos em musas ou musos que inspiram versos ou imagens que circulam pela rede. E quando concretizamos uma de nossas paixões, e o amor e o sexo acontecem, um vulcão entra em erupção dentro de nós, terremotos e vendavais são pouco perto da força que geramos que num orgasmo recria o universo.
Então... Deuses e Demônios fazem parte do romance da Deusa com o Deus, são lados de luz e sombra, são muitas vezes a face da mesma moeda assim como disse a Mãe aí em cima o amor e o ódio são irmãos, assim como o dia e a noite, a claridade e a escuridão.
Tudo é fruto do amor dado ou negado, da paixão desesperada correspondida ou não, que criam zonas de luz e trevas, e despertam os deuses ou demônios em nossas mentes, nos dando prazer ou sofrimento, alegria ou tristeza, já que o bem e o mal não existem na natureza, mas sim na nossa cabeça.
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