Deusa das Fadas
Aine é uma deusa primária da Irlanda, soberana da terra e do
sol, associada ao Solstício de Verão, que sobreviveu na forma de uma Fada
Rainha. Seu nome significa: prazer, alegria, esplendor. Ela é irmã gêmea de
Grian, a Rainha dos Elfos e era também considerada um dos aspectos da Deusa Mãe
dos celtas Ana, Anu, Danu ou Don. Juntas Grian e Aine, alternavam-se como Deusas
do Sol Crescente e Minguante da Roda do Ano, trocando de lugar a cada solstício.
Os pagãos acreditam que na entrada do Solstício de Verão, todos
os Povos pequenos vêm a Terra em grande quantidade, pois é um período de
equilíbrio entre Luz e Trevas. Se estiver em paz com eles, acredita-se que, ao
ficar de pé no centro de um anel-das-fadas é possível vê-los. É um período
excelente para fazer amizade com as fadas e outros seres do gênero.
Rainha dos reinos encantados e mulher do Lado, ela é a Deusa do
amor, da fertilidade e do desejo. É filha de Dannann, e esposa e algumas vezes
filha de Manannan Mac Liir, e mãe de Earl Gerald. Como feiticeira poderosa, seus
símbolos mágicos são "A égua vermelha", palntações férteis, o gado e o ganso
selvagem.
Existem duas colinas, perto de Lough Gur, consagradas à Deusa,
onde ainda hoje ocorrem ritos em honra a fada Aine. Uma, a três milhas a
sudoeste, é chamada Knockaine, em homenagem a esta deusa. Nessa colina possui
uma pedra que dá inspiração poética a seus devotos meritórios e a loucura à
aqueles que são por Ela rejeitados.
Esta é uma Deusa-Fada que segundo a tradição celta ajudava os
viajantes perdidos nos bosques irlandeses. Diziam que para chamá-la bastava
bater três vezes no tronco de uma árvore com flores brancas. Sempre que se
sentir "perdido", faça o mesmo, chame por Aine batendo três vezes no tronco de
uma árvore de flores brancas. Ela não vai tardar em ajudar.
Segundo uma, entre tantas lendas, conta-se que estava Aine
sentada nas margens do rio Camog, em Lough Gur, penteando seus longos cabelos
loiros, quando Gerold, o Conde de Desmond, a viu e fortemente atraído por ela,
roubou-lhe o manto. Só o devolveu quando ela concordou em casar-se com ele.
Desta união nasceu Earl Gerald, "O Mago". Após o nascimento do menino, impuseram
ao Conde Desmond, um tabu que lhe negava expressar surpresa a qualquer coisa que
o filho fizesse. Entretanto, quebrou tal tabu, exclamando alto quando viu o
filho entrando e saindo de um frasco.
Gerald imediatamente transformou-se em um ganso selvagem e voou
alto pelo rio Lough, em direção à ilha Garrod, encontrando repouso em seu
castelo encantado. Raivosa com seu marido, pois ele tinha desrespeitado as
regras estabelecidas, Aine dirigiu-se para colina de Knockaine, transformando-se
em um cisne. Dizem que é lá que ainda reside em seu Castelo de Fadas. Já Gerald,
vive abaixo das águas de um lago e acredita-se que um dia voltará para expulsar
estrangeiros mal feitores da Irlanda. Outros dizem que de sete em sete anos ele
emerge das águas como um fantasma montado em um cavalo branco.
Há lendas que contam que Aine tinha o poder de se transformar
tanto em um cisne branco quanto em uma égua vermelha de nome Lair Derg, e que
ninguém conseguia alcançá-la. Se acreditava também, que na noite do Solstício de
Verão, moças virgens, que pernoitassem na colina de Knocknaine, poderiam ver a
Rainha das Fadas com toda a sua comitiva. O mundo das fadas só se tornava
visível pelos portais mágicos, chamados anéis de fada, que eram indicados pela
própria Aine.
Uma outra lenda faz referência a Aine como sendo uma mortal que
foi transformada em fada. Três dias no ano são dedicados à ela. Seria a primeira
sexta-feira, sábado e domingo após o dia de Lammas. É neste dias que ela
reivindicaria seu retorno como mortal.
Nós podemos ver em Aine o aspecto triplo da Deusa. Como Deusa
Donzela, apresenta a habilidade de recompensar seus devotos com o presenta da
inspiração poética. Como Deusa Mãe, está associada aos lagos e poços sagrados,
cujos mananciais possuem poderes curativos. O simbolismo relacionado com a Deusa
Mãe foi esquecido quase por completo, desde que começaram a ser realizados os
ritos cristãos nas igrejas, mas o ato de invocação da vida nunca enfraqueceu. Já
como Deusa Obscura, Aine aparecia para os homens mortais como uma mulher sábia
de rara beleza, qualificada como "sidhe leannan", ou seja, uma amante-fada
fatal. Sidh para os irlandeses, representa o estado intermediário entre um mundo
e o seguinte. Os habitantes de Sidh são todos sobrenaturais e eram dificilmente
visíveis, devido às impurezas do mundo. Dizia-se que estes seres podiam ser de
dois tipos: os altos e brilhantes e os baços iluminados a partir do interior.
Com o advento do cristianismo, estes seres se degradaram em todos os sentidos,
tornando-se fadas, duendes e representações malignas do folclore, que viviam num
estado intermediário. Contudo, seu fundamento psicológico nunca se perdeu e os
terrores dos contos de fadas e fantasmas conservam os restos do culto religioso.
Acredita-se que a amante-fada fatal ainda hoje é encontrada e
quando escolhe um homem mortal, este está fadado à morte certa, pois esta é a
única maneira viável para que os dois possam ficar juntos e concretizar este
grande amor. Foi desta lenda que Graham extraiu algumas de suas ideias da
natureza de seus vampiros e escreveu o famoso livro do "Conde Drácula".
A FADA COMO ARQUÉTIPO
O
sonho de toda a fada é tornar-se mulher e o sonho de toda a mulher é tornar-se
fada. Mas quem sabe não poderemos chegar a um consenso e talvez o sonho possa
tornar-se realidade. A fada, não a fada madrinha que queríamos que nos ajudassem
quando éramos crianças, aparece em nossas vidas para dar à ela um novo sentido.
A fada não traz roupas bonitas, joias, ou um príncipe encantado, mas sua
presença é feérica. Esse aspecto feérico vem de um lugar indefinido, lá do alto
das nuvens, um lugar que poucos visitam, e portanto poucos homens descobrem que
existe na pessoa da mulher. Claro que é um mundo desconhecido, estranho, de
difícil acesso, não visível a olho nu, mas no entanto existe como possibilidade
dentro da mulher e pode desabrochar se ela for acolhida e chamada. Para que ela
venha sobre a terra e participe da vida cotidiana, se torne humana, tem de
primeiro ir descobri-la.
O arquétipo da fada é sutil, efêmero, sensível, colorido, como
os campos floridos nas nuvens e o perfume celestial que de lá emana. E como tudo
que é sutil, do mesmo modo que se insinua, também some.Qualquer comentário rude,
de menosprezo, faz com que desapareça por encanto, do mesmo modo que apareceu.
Este aspecto da alma feminina, portanto, precisa ser tratado com extrema
delicadeza. A fada vem das nuvens, vem trazer alegria e felicidade, mas pode ser
levada embora pelos valores coletivos, dominantes, disciplinares ou pelos
deveres. Podemos dizer que a presença da fada, o convívio com a alma, não é
possível com as preocupações mundanas e sociais. A vida interior é algo que se
cultiva longe, lá no alto das montanhas, num lugar isolado.
Para encontrarmos nossa fada, devemos dar ouvidos a nossa voz
interior, dar asas aos nossos sonhos e acreditar neles. Essa presença feminina
luminosa e cheirosa é com certeza a maior dádiva que a mulher pode trazer para o
mundo dos homens.
ESTABELECENDO CONTATO
Se você quer estabelecer contato com as fadas, é bom saber que
elas gostam de presentes pequenos. Pode ser qualquer coisa que brilhe (pedras ou
gliter), moedas, ou até uma taça de leite com mel. Naturalmente, não espere que
seus presentes desapareçam, pois as fadas existem no plano astral e extraem a
essência do espírito de qualquer coisa, deixando a matéria intacta.
Se você encontrar um anel de fadas, jamais pise nele, pois
somente outro ser humano poderá retirá-lo de lá, deixando dentro uma
luva.
POEIRA DAS FADAS
Todos os ingredientes devem ser ervas e pétalas de flores secas
que devem ser triturados até transformarem-se em pó com um pilão. São eles:
cogumelos, pétalas de flores, folhas ou sementes de morango, bagas de espinheiro
(tipo de arbusto espinhudo) e terra próxima da raiz. Acrescente a esta mistura
um pouco de pó de gliter, se quiser. Isto tudo deve ser feito na Lua Cheia.
Nunca esqueça que sempre devemos pedir licença à Mãe Natureza
para retiramos qualquer coisa dela e ainda sempre devemos deixar algo para as
fadas. Eu, geralmente derramo na terra um copo pequeno de leite com mel. O pó de
fadas servirá para moldar o círculo quando invocá-las, mas você pode polvilhar
um pouco também em seu jardim para atraí-las.
MEDITAÇÃO DIÁRIA À AINE
Cumprimente
o Sol a cada manhã e sinta o prazer de se aquecer com seus raios. Recorde que
sem o Sol não poderia haver vida neste planeta. O Sol é fonte de energia para
todas as coisas. Sinta o poder desta energia como uma benção que o aquece.
Agora respire lentamente e profundamente e dirija toda esta
energia para um pouco abaixo do coração, região do caldeirão das emoções.
Respire do mesmo modo mais três vezes e visualize um círculo de luz solar nesta
região. Sinta este calor dentro de você. Em seguida, inspire e expire mais três
vezes e circule o arco luminoso por todo o seu corpo. Traga a luz para dentro de
você, até transformar-se em um corpo luminoso, sendo que toda a luz emana do
caldeirão das emoções.
Visualize neste momento, aproximação da fada Aine. Veja como
seu rosto é redondo e incandescente, lindamente adornado pelos seus cabelos
dourados-avermelhados. Fite seus olhos verde-esmeralda. Ela estará vestindo um
longo multicolorido todo bordado de dourado. Ela se aproximará cada vez mais e
você deverá continuar olhando para os seus olhos. Quando a deusa começar a girar
em torno de seu corpo, penetre dentro de seus olhos e olhe através deles. Escute
então tudo que ela tem para lhe dizer.
Depois saia de dentro do corpo da deusa e visualize-se na
posição anterior. Coloque a mão direita espalmada na altura de seu coração,
colocando em seguida a mão esquerda também espalmada sobre a direita. Deixe
agora a visualização de Aine desvanecer-se.
Abra os olhos e tenha um BOM DIA!
Texto pesquisado e desenvolvido por Rosane
Volpatto
Fotos: internet
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