O deus supremo do panteão celta parece ser Dagda (mas em certas regiões e épocas sua consorte Danu parece ocupar essa posição). O Dagda é uma figura paternal, protetor da tribo e o deus "básico" do qual outros deuses masculinos seriam apenas variantes. Deuses célticos são entidades não muito específicas e talvez devam ser vistos mais como preferências de cada clã do que como um panteão formal. De certa forma todos são semelhantes ao deus grego Apolo que era um deus ligado a várias áreas.
Contos irlandeses descrevem Dagda como uma figura de força imensa, armado de uma clava e associado a um caldeirão (o Caldeirão de Sangue, que continha diversas propriedades mágicas).
Deus da proteção, guerreiros, conhecimentos, magia, fogo, profecia, tempo, reencarnação, as artes, iniciações, o sol, restabelecimento, prosperidade e abundancia, música e harpa.
E dado que a mitologia gala contém mais de cem deidades, a variedade está assegurada. Isto é, que ao lado dos anteriores, considerados pelos narradores de mitos como sanguinários, existem outros de características radicalmente opostas. Por exemplo, neste sentido, cabe citar o benéfico e altruísta, se se me permite a expressão, deus celta Dagda. Este era conhecido pelo atributo do caldeirão da abundância -entre os celtas, o caldeirão era um dos objetos carregados de simbolismo mágico e mítico, pois no seu fundo se guardavam as essências do saber, da inspiração e da extraordinária taumaturgia-, com o qual alimentava todas as criaturas. E não só ficavam satisfeitos de forma material, mas também, os que acudiam ao caldeirão generoso de Dagda, sentiam saciadas as suas apetências de conhecimento e sabedoria.
Outra qualidade do deus Dagda era a sua relação direta com a música e com o seu poder evocador. Um dos seus atributos era precisamente a harpa, instrumento que manejava com habilidade e arte e que lhe servia para convocar as estações do ano. Arrancava também tão suaves melodias deste instrumento que muitos mortais passavam deste mundo para o outro como num sonho, e sem sentir dor alguma, sem sequer repararem nisso.
O deus Dagda foi uma espécie de Orfeu céltico e, entre os seus descendentes, cabe citar Angus que cumpria entre os irlandeses as mesmas funções que o Cupido clássico. Angus era a deidade protetora do afeto e do amor e, em vez de lançar dardos ou flechas, atirava beijos que não se perdiam no ar, senão que se convertiam, depois de terem cumprido, por assim dizer, a sua missão, em dóceis e delicadas aves que alegravam com o seu melodioso trinar a vida dos felizes apaixonados.
Dagda também teve uma filha chamada Brigt que foi considerada pelos celtas como a protetora das artes declamatórias e líricas. Encomendou-se-lhe o patrocínio da cidade e, entre os galos, era a que guardava o caldeirão do conhecimento, a sabedoria e a ciência.
Dagda
Dagda era o grande deus da mitología irlandesa. Seu nome significa: ”o deus bom”.
Aspecto e poderes
Era o "Senhor do Conhecimento" e estava muito dotado para a magia. Representava-se-lhe como um homem de campo que arrastava um enorme mazo sobre umas rodas. Com um extremo matava a seus inimigos, cujos ossos crujían como guijarros baixo os capacetes de um cavalo, e com o outro ressuscitava aos mortos. Possuía ademais uma harpa chamada Daurblada que foi roubada pelos Fomoré. Também este associado à abundância, já que saciaba a todos a fome com um caldero inesgotável e ténia um grande apetito. É o irmão de Ogma.
História
Foi um dos chefes dos Tuatha Dê Danann, era um grande guerreiro, e amante de Morrigan, a deusa da guerra. Dantes da segunda batalha de Magh Tuireadh, quando visitou o acampamento dos Fomorianos (seus inimigos), em uma trégua da festa de ano novo, lhe deram gachas com leite, farinha, tocino, jabalíes e porcos como para alimentar a cinquenta pessoas normais. Baixo ameaça de morte se não o para, lhe obrigaram a lhe o comer tudo, mas o se ajudou com um caço de madeira tão grande que dentro podia dormir um casal junto e o conseguiu. Isto lhe fez engordar muito, o que não lhe impediu fazer o amor com uma garota Fomoré, que lhe prometeu ajuda mágica aos Tuatha De Danann.
Ganharam a batalha, graças ao deus solar Lugh, os Fomoré retiraram-se baixo o mar e Dagda era muito respeitado. Tempo depois, aos Tuatha Dê Danann derrotaram-nos os filhos de Milesius (antepassados dos irlandeses), e retiraram-se ao mundo subterrâneo.o:Ντάγδα em:The Dagdanão:Dagda.
DEUSA DANA
“Havia na Irlanda um famoso rei dos Tuatha De Danann, e seu nome era Eochaid Ollathair. Outro nome para ele era Dagda, pois era ele quem praticava milagres e cuidava do clima e da colheita, e é por isso que ele é chamado de Dagda.”
A Corte de Étain (sec. VIII)
Dagda é a combinação das palavras irlandesas dag (bom) e dia (deus). Sendo assim, Dagda é o bom deus, não bom no sentido moral da palavra, mas sim bom, por ser bom em tudo, ou todo-poderoso. O nome Eochaid Ollathair, um dos nomes atribuídos ao Dagda, significa “pai de todos”. Eochaid é também o nome do antigo deus sol da Irlanda. Este deus Eochaid era descrito como tendo um olho só, o próprio Sol, e por vezes receber o apelido de Deirgderc, ou seja, “olho vermelho” em irlandês arcaico. Dagda também recebe o nome de Deirgderc. Provavelmente, Eochaid, era uma antiga divindade solar cujo culto foi absorvido pela figura de Dagda. Outro nome pelo qual Dagda é conhecido é Ruad Rofhessa, ou “Senhor do Grande Conhecimento”, onde podemos constatar mais uma vez seu grande poder e sabedoria.
Dagda por esta análise é conhecido como o deus pai, deidade solar e detentor da sabedoria, somando a isto a atividade de controlador do clima e das estações do ano, pois sem dúvida a mudanças de estações tem extrema relação com a intensidade de raios solares recebidos.
Filho de Éithne, Dagda é irmão de Lugh. O nome do seu pai porém é divergente entre os autores, mas a sua maioria acredita ser Elatha. Muitas são as amantes de Dagda, podemos citar Morrighan e Boann, assim como são muitos os seus descendentes, o mais notório entre eles é sem dúvida Brighid, mas podemos citar também Angus Óg, Ogma e Bodb.
Dagda, segundo as lendas, tinha uma harpa mágica pela qual com a sua doce música as estações do ano passavam. Duardabla, “O Carvalho de Dois Tons de Verde” ou também Coir-cethair-chuir, “Música de Quatro Pontas” são os nomes atribuídos a harpa.
Á primeira vista sem sentido, mas quando analisamos que estamos falando da harpa que faz passar as quatro estações do ano, podemos entender. Podemos também fazer uma alusão a divisão do ano irlandês em duas metades, An Grían Mór – O Grande Sol (Verão e Primavera) a An Grían Béag – O Pequeno Sol (Inverno e Outono). Durante o Grande Sol, o Carvalho, uma das mais importantes árvores da mitologia irlandesa, está repleto de verdejantes folhas. No Pequeno Sol, o carvalho fenece e perde suas folhas, ganhando um verde pálido. Assim podemos entender os dois tons de verde do primeiro nome.
Durante a Segunda Batalha de Moytura, a harpa de Dagda foi roubada pelos Foimore, tendo como consequência uma bagunça nas estações do ano. Para trazer sua harpa de volta, Dagda se juta a Lugh e Oghma – representando a Soberania, o Vigor e a Sabedoria que precisamos para restabelecer o equilíbrio.
Outro objeto de Dagda é um imenso bastão. Clavas, cajados e bastões são comuns a muitos deuses ancestrais, como o gaulês Sucellus, o nórdico Thor e o galo-britânico Taranis. Em todos os casos, o bastão é uma representação do relâmpago. O relâmpago visto como um raio de sol que descia dos céus, evidenciando assim sua ligação com Dagda. Mas o bastão do Dagda tinha outra característica: o Divino.
Quando tocava um guerreiro morto com uma das extremidades do seu cajado, era lhe restaurado a vida. A outra ponta do cajado era o oposto, pois tirava a vida. Este bastão era tão pesado que nem oito homens conseguiriam carregá-lo, e somente o próprio Dagda seria capaz de utilizá-lo.
O caldeirão, o mais marcante de todos os objetos de Dagda, é associado a fartura e regeneração. Conhecido como o inesgotável, era capaz de alimentar eternamente seus seguidores. Além disso, os guerreiros feridos que fossem mergulhados no caldeirão eram curados.
O caldeirão de Dagda faz parte do conjunto de objetos mágicos, conhecido como os Tesouros dos Tuatha Dé Danann. Além dele, temos a lança mágica de Lugh, a espada de Nuada e a Lia Fáil, a “Pedra do Destino”. Interessantemente, estes tesouros podem ser associados aos quatro elementos que constituem os fundamentos da magia: O caldeirão, está associado ao elemento Água, a lança, está associada ao elemento Fogo, a espada que corta o Ar está associada a este elemento, e a Lia Fáil, símbolo de quem governa a terra, é associada ao elemento Terra. Esses quatro elementos juntos, trazem o equilibro ao universo e são os elementos necessários para a perfeita prática da magia – atributo marcante entre os Tuatha Dé Danann e principalmente de Dagda.
Dagda reúne vários elementos que fazem dele uma deidade ancestral realmente antiga. Sua relação com o Sol, com a fertilidade, com as estações do ano, sua sexualidade quase caricata faz com que tenhamos uma imagem bem definida de Dagda, o Bom Deus das tradições pagãs: jovial, poderoso e nobre.
fonte: tirado do site Caldeirão
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