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16 de abr. de 2011

A Tríade Tebana

Por Daniel Silva (2006), Templo do Conhecimento

Formada pelos deuses Tebanos Amon, Mut e Khonshu, essa era, talvez, a mais poderosa e, reconhecidamente, famosa Tríade do novo Império. Seu poder era sentido desde Heliópolis até as terras de Assuã e da província de Kush, na Núbia (Sudão atual).
Provavelmente perguntara o leitor que poder era esse. Simples: Amon, o Oculto era o vento o Deus jamais visto por nenhum mortal. Tinha diversos aspectos, alguns como os de mitigar o calor do deserto, e espalhar o calor no verão eram os mais antigos, remitências de uma era mais antiga e tribal. Outros como quando encarnava o senhor dos segredos, podendo desvendá-los e revelá-los eram mais recentes, e tinham uma face mais sombria, apesar dos Segredos serem geralmente ligados a Morada Eterna dos Deuses e aos segredos do Cosmos. Amon-Rá é o aspecto mais comum e onisciente, unindo os anteriores como mantenedor do equilíbrio cósmico entre a Terra, o Amanti e o Num (que em Tebas e no sul, mais que o Oceano Primordial era também uma espécie de dimensão paralela ao Egito).

Templo de Amon, Mut e Khonshu

Mut era um caso interessante. Era uma Mãe, mas não era lá essas coisas nesse aspecto. Ela era mais uma representante das chamadas “Damas Tebanas” de destacada atividade política e militar durante as guerras contra os invasores Hicsos. Era uma rainha, que podia ser sábia ou caprichosa, poderosa ou velada. Era a consorte de Amon, sendo também venerada como uma mulher de grande fascínio por ser inteligente e intrigante. Foi protetora de várias Rainhas, como por exemplo, Tousert e Hastsetchup.

Khonshu (ou Consu, ou ainda Khonsu) era um Deus eclipsado por dois poderosos pais e por um Deus mais novo, Montu. Usava o disco lunar, e sempre parecia à lua em Eclipse. Mas tinha seus adoradores nos magos das “Casas da Vida” dos templos, e naqueles que caminhavam sob a luz da lua. Velava também sobre certos aspectos mais sombrios, que nos são desconhecidos, embora fosse um Deus bondoso. Sobre ele se diz que era um mestre no jogo de Senet, e que apenas um deus lhe fazia frente: era Thot, o escritor. Sobre ambos se conta a seguinte lenda:
“... Estava, pois, Thot, Deus-escriba e mago ruminando o que lhe dissera Nut. Ele a amava, e tudo faria para ajudá-la, mas como desafiar ao Demiurgo, primeiro entre os Deuses? A não ser que... Thot parou, silencioso, olhou para o céu e viu ali, em meio ao firmamento, o palácio de Khosu. Para lá se dirigiu, passando pelas cortes e constelações de estrelas, onde a Barca prateada de Khonsu se encontrava, plácida, remada pelos seus criados. Bem ao centro, num largo pavilhão, com toda a sorte de flores e frutos luxuriantes, e com mais luxo que a mais luxuosa morada eterna estava sentado, com um tabuleiro de Senet trabalhado em prata e marfim, o Deus Khonsu, com o diadema da lua cheia em sua fronte, jogando com um servo. Milhares de vezes ele o fazia, pois já não havia entre os deuses e mortais quem com ele se batesse nos tabuleiros. E assim ele ganhou o orgulho de ser o mais habilidoso dos Deuses no Senet. Disso se aproveitou Thot, quando, ao chegar lá o desafiou para uma partida:
- Salve Khonsu, senhor do consolo da luz noturna nas terras de Kemet!* venho eu, Thot, mais sábio, mago, para propor-lhe um desafio. Se me venceres numa partida de Senet, dar-lhe-ei o que me é dado conhecer no domínio dos Sortilégios. Aceitas?
- Propõe algo que desejo, ó Thot, mestre dos hieróglifos, senhor de Hermopolis. Aceito teu desafio.
-Mas se eu vencer, ó percorredor do universo – disse Thot – Dar-me-á parte de tua luz.
- Assim seja!
Logo ambos sentaram-se, e a partida iniciou-se. De nada serviu a Khonsu sua habilidade, pois era como se as peças de Thot chegassem antes que ele fizesse qualquer movimento com as suas. E assim o disco da lua perdia seu fulgor claro, enquanto Thot mantinha a luz contida em seu cajado. Por quase toda à noite enfrentaram-se, até que a lua minguou o suficiente para que thot pudesse criar os cinco dias necessários para que Nut tivesse seus filhos. Enquanto Thot partia Khonsu ruminava sua derrota, resmungando:
- Em uma partida eu o derrotaria!
E foi assim que surgiram as fases da lua, tal foi à perda da luz que Khonshu passou a ter.”
Sem dúvida o caráter de jogador compulsivo de Khonshu é perceptível, sendo uma espécie de patrono dos jogos. Também se percebe que ele era um Mago, muito embora não se comparasse a Thot ou a Isis, seu poder não devia ser desprezível.
A Tríade foi extraordinariamente popular por muitos anos, mas caiu, vitima do ocaso do poderio de Tebas, e maia tarde, do próprio império egípcio. Deles, contudo, herdamos dois conceitos Religiosos: O da Tríade de Pai – Mãe – Filho; e o não menos importante calendário lunar.

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