La Befana vien di notte
con le scarpe tutte rotte
col vestito alla "romana"
viva viva la Befana!!
A Deusa Befana é uma Deusa Mãe Anciã que é celebrada na Décima Segunda Noite dos “Doze Dias Sagrados” – intervalo entre as celebrações antigas do solstício de Inverno (Babbat Celta Yule) e a Epifania.
Nesse intervalo, as Mães antigas ensinavam à humanidade os segredos da agricultura e das artes domésticas: fiar, tecer, bordar, cuidar e educar as crianças, manter vivas as tradições ancestrais e os antigos ritos sagrados. Elas recebiam oferendas de pão, mel, leite e tranças de pão para substituir as oferendas feitas pelas mulheres com seu próprio cabelo, do qual se guardava uma parte para ser usada em curas ao longo do ano, sempre que necessário.
A deusa italiana e etrusca Befana era chamada de Marantega (Mãe antiga) e era celebrada no final dos Doze Dias, data que corresponde à atual festa cristã da Epifania. Na Sicília, sua memória permanece na figura e nos costumes de La Strega ou La Vecchia (bruxa, velha), a Anciã de outrora…
A história de Befana hoje se confunde um pouco, já que os cristãos a transformaram ao seu bel prazer e como diz a Lu, com um tanto de falta de criatividade (diga-se de passagem).
Os cristãos dizem que os três Reis Magos cruzaram seu caminho e a convidaram para conhecer o Menino Jesus. Como Befana estava muito ocupada com seu trabalho, declinou do convite, mas depois sentiu-se infinitamente (?) arrependida e começou à presentear todas as crianças boazinhas com doces e balas na mesma medida que punia as crianças más com carvão e sustos de arrepiar.
Eu nem pretendia escrevê-la aqui, mas achei justo fazê-lo para comparar as duas lendas sobre Befana já que o cristianismo fez uso de seus muitos artifícios maniqueístas que sempre envolvem: bem x mal x obediência x desobediência, punição ou recompensa…
Befana originalmente é uma Deusa do Inverno, da Magia, da Noite, da Lua Minguante, da Sabedoria, do Destino… Ela usava sua vassoura para varrer as energias negativas que se acumulavam ao longo dos dias…
Ela tinha um bode no qual montava para presentear as casas dignas com doçura e carinho. Então era costume ouvir o som do sino que o Bode de Befana trazia no pescoço pelas ruas… Era sinal de que casa poderia ser ou não abençoada e todos aguardavam muito por isso. Era o respeito para com sua sabedoria, sua arte, sua história…
O costume antigo era de pendurar ervas nas portas para que ela abençoasse. Então se a erva permanecesse verde e brilhante após a passagem de Befana, a casa teria fartura, felicidade, prosperidade e fertilidade. Mas se a erva secasse, o frio seria longo e seria preciso meditar sobre os passos e as direções a serem seguidas. Não havia punição e sim um aviso de que não houve dedicação suficiente para com as coisas realmente importantes…
Então, hoje, reserve um tempo no seu dia, para agradecer as coisas boas e as coisas ruins porque absolutamente tudo é consequência natural dos nossos atos, ofereça um pão e um pouco de sidra à Terra, agradecendo tudo que você receber ao longo do ano…
Coloque água de chuva ou de gelo derretido numa vasilha e caminhe pela sua casa ou local de trabalho aspergindo a água pelos quatro cantos. Acenda um incenso de mirra, benjoim ou olíbano e faça uma prece de agradecimento…
Fonte e texto de Marco Antônio; A Casa do Mago
foto: internet
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