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12 de ago. de 2011

Orixá Iemanjá

Iemanjá e o Imaginário Popular.

É uma história de mais de três séculos. Começou quando o tráfico de escravos chegou até este continente, trazendo não apenas mão de obra africana, mas também a cultura de um povo que dava valor às forças da natureza: o culto aos orixás. E aquela que chegava como mãe de todos os orixás, aos poucos foi criando raízes brasileiras. Hoje, Iemanjá está incorporada na vida de pessoas que até não fazem parte de nenhum culto afro-brasileiro. Mas que dentro do inconsciente coletivo, num país rico de lendas e religiões como o Brasil, atingiu o imaginário de todas as classes sociais.

Iemanjá é um orixá marítimo: uma das maiores forças da natureza. Trazida pelos escravos africanos, aportou no continente sul americano e criou novas raízes. São mais de trezentos anos de história que nos levam a contemplar um misto de deusa, santa e mãe. O povo brasileiro a adotou sem cerimônias pois atualmente já faz parte da cultura e do turismo brasileiros.

Para entender essa força que arrebata e apaixona cada vez mais aqueles que se aproximam do mar em sua intenção é preciso conhecer um pouco da gênese nagô que revela uma história de amor e de ódio, de vida e de morte entre mãe e filho. Nesta mitologia, Iemanjá e Aganju, filhos de Odudua (Terra), e Obatalá (Água), geraram Orungã (Meio-Dia). Um dia Orungã se apaixona pela mãe e aproveitando a ausência do pai, a possui. Desesperada, Iemanjá corre até cair exausta no chão. Seu corpo começa a dilatar. Dos seus seios correm dois rios que mais a frente se unem formando um grande lago. De seu ventre, que se rompe, saem quinze orixás: Dadá – deus dos vegetais; Xangô – deus do trovão; Ogun – deus da guerra; Olokun – deus do mar; Oxalá – deusa dos lagos;Oiá – deusa do rio Oiá (Niger); Oxun – deusa do rio Oxun; Obá – deusa do rio Obá; Orixacô – deus da agricultura; Oxosse – deus dos caçadores; Oké – deus dos montes; Ajê Xalugá – deusa da riqueza; Xapanã – deus da varíola; Orun – o Sol; e Oxu – a Lua. A lenda ainda conta que no lugar da parturição se construiu a cidade de Ifé consagrada à mãe dos orixás.

Ao chegar até este continente, a lenda de Iemanjá se mesclou com outras crenças hidrolátricas nativas da mesma família como Iara, Ipupiara, Boto e Cabeça-de-cuia por exemplo. Também sofreu influência da sereia europeia, que lhe emprestou os longos cabelos, a cauda pisciforme e os cantos irresistíveis, dela fazendo um símile da Loreley germânica. Também são convertidas para Iemanjá orações e súplicas no estilo e ritmo católicos. É Nossa Senhora em várias invocações, Candeias, Carmo, Piedade, Virgem Santa, Conceição, das Dores e do Rosário. A sinonímia de Iemanjá é bastante extensa: Dandalunda, Dona Janaína, Dona Maria, Inaê, Janaína, Marbô, Princesa do Aiocá ou Arocá, Princesa do Mar, Rainha do Mar, Sereia, Sereia do Mar, Sereia Macunã etc. Essa incorporação de características culturais de diferentes lugares deu origem a uma Iemanjá que possuindo um misto de deusa, de natureza e de fonte de vida, formaram uma nova rainha do mar.

A Iemanjá cultuada no Brasil, difere da Iemanjá cultuada no seu país de origem. Na África, os agradecimentos a Iemanjá não são realizados em público. Nada parecido com o que se faz aqui no Brasil. A devoção brasileira é que caracteriza um culto popular já que as oferendas e os agradecimentos são feitos no mar e nas lagoas com grande alarde. Pode se dizer que é uma outra divindade das águas, fruto de um sincretismo das concepções ioruba, ameríndia e europeia dos deuses aquáticos. A essência é a mesma mas o mistério e a devoção que a envolve a faz mãe de todos os brasileiros, sem distinção de raça, de credo ou de classe para com cada um de seus filhos.

Se você puder, vá até uma praia e jogue no mar Palmas ou rosas de sua preferência para ela. Espere sete ondas baterem nos seus pés e então dê três passos em direção ao mar. Com os pés sob as águas agradeça à Rainha do Mar o que quiser agradecer e depois se tiver um desejo a fazer, então faça. Jogue as palmas, dê três passos de costas e vá embora sem olhar para trás. Quando tiver conseguido o que pediu, volte para agradecer.

texto e fonte: Agenda Esotérica

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