A Lança: Rá
por Rosario Camara
Rá, Rei dos Reis, o Deus Sol, o Criador do homem e dos Deuses, do mundo. Representado no Egito por um sol que irradia seus raios para os seus súditos.
Rá é uma das divindades criadoras dos Egípcio. Ele foi auto criado, surgindo de uma perfeita flor de lótus azul do oceano primordial, Nun. Criou as palavras e com ela criou os Deuses, os elementos e por uma combinação de palavras e lágrimas, 12 raças de homens.
A história conta que Rá todo dia aparecia no horizonte Oriental, como uma criança dourada que engatinha, ao ir andando pelo globo, os homens ao verem a criança se deslumbram e levanta as mãos em adoração. A criança vira homem e Ele visita cada um dos 12 reinos, das 12 raças. Continua sendo adorado pelo povo e por seus sacerdotes. Então, ele começa a descer e sinais de sua decrepitude começam a ser vistos. Alguns homens ainda o veneram, outros perdem a fé e lamentam diante da escuridão que se aproxima. O Deus fica triste, pois também pode ouvir os outros Deuses falando sobre sua obsolescência. Fora da vista de todos, no reino da escuridão ele se endireita e se regozija por poder finalmente visitar o "Nome dos Mortos", seu domínio noturno, onde as pessoas sentem prazer em vê-lo.
Como sua decrepitude tornava-se cada vez mais visível, os Deuses começaram a falar em substituí-lo. Era hora do regime mudar e Hórus assumir. No entanto, para isso acontecer era necessário descobrir o nome mágico Dele, pois era desta forma que ele exercia seu poder sobre homens e Deuses. Ísis cria então uma serpente criada do cuspe de Rá e um pó, ela o morde e por não ter sido criada por Ele, fica impossível para Ele neutralizar o seu veneno. Ele pede ajuda a Ísis, Deusa da Cura. Ela diz que só poderá fazer isso se souber o seu nome mágico, Ele hesita, mas concorda em dizer apenas a Ela e que Ela poderia dizer apenas a Hórus. E assim dá-se um novo início de ciclo.
Outra lenda reza que Rá descontente com a humanidade pediu para que sua filha Sekhmet fosse até a terra para que destruísse toda a humanidade. Ela era ágil, sangrenta e inexorável em sua tarefa e ao ver toda a destruição que a personificação da sua ira estava fazendo, Ele voltou atrás. Mas já era tarde, inebriada pelo gosto de sangue a Deusa não voltou. Então, seu Pai misturou ocre vermelho com cevada fermentada e colocou no caminho que a filha tomava. Ávida por sangue ela confundiu os dois líquidos e bebeu todo a cerveja criada por seu Pai. Bêbada,caiu por terra em sono profundo e ao acordar já havia esquecido de sua ira.
Outras histórias também contam que ele possui uma arca, com a qual viaja pelos mundos derramando sua luz e calor, em que outros Deuses navegam com ele e as almas dos justos eram carregadas nessa barca, depois de suas mortes para que fossem colocados entre "as estrelas que nunca morrem".
Quando precisar criar ou se reenergizar, medite com Rá. Honre-o. Sinta a luz solar iluminando e estruturando sons para que seu pensamento possa ser dependurado, para que o fogo violeta que cospe pelo seu terceiro olho possa ser limpo.
Beijocas estaladas no coração de todos!
Referências:
- ELLIS, N.; Deusas e Deuses Egípcios: Festivais de Luzes: Celebrações para as estaões da vida baseadas nos mistérios das deusas egípcias. São Paulo: Mandras, 2003;- TROBE, K.; Invocação dos Deuses: explorando o poder dos arquétipos masculinos. São Paulo: Mandras, 2002;
Sobre o autor: Rosario Câmara é psicóloga. Membro do grupo de estudos e práticas Portal 153.
Extraído do Jornal do Bruxo
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