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27 de mar. de 2011

Budismo

O Budismo nasceu no século VI a.C. através da figura de um príncipe, pertencente a casta do Kshátriyas (nobres e guerreiros), chamado Sidarta Gautama.
Os relatos de sua vida confundem-se com fatos reais e lendas e é impossível separar uma da outra.

Sidarta, o Buda.
Sidarta nasceu da Rainha Maia, que morreu alguns dias após seu nascimento. Foi criado recebendo os mais altos ensinamentos Bramânes e protegido por seu pai das misérias do mundo. Sua família possuía diversos palácios, um para cada estação.

Sidarta era casado com uma jovem princesa e viveu uma vida de luxo até os 29 anos.

Muitos relatos contam que apesar de Sidarta possuir tudo que qualquer pessoa almejava em uma vida, sentia-se triste, incomodado com alguma coisa que não conseguia explicar.

Aos 29 anos resolveu sair do Palácio e ver como era a vida fora dos portões de sua fortaleza. Assim surge a “lenda dos quatro encontros”.

O primeiro encontro foi com um ancião, percebendo a vaidade de sua juventude. O segundo encontro com um doente e percebendo que sua saúde também era passageira. No terceiro encontrou a morte e entendeu que o destino de todos os homens seguia essa mesma direção. Por fim encontrou um monge, com feições calmas e felizes.

Decidiu então seguir a vida do monge renunciando a todo luxo e partindo em busca de uma verdade maior e de paz para seu coração.

Reuniu-se a um grupo de cinco ascetas tornando-se um deles, infringindo a si mesmo as mais austeras macerações, vivendo praticamente sem alimento.

Após sete anos de austeridades percebeu então que todas as formas de abstenção a que tinha se colocado não o conduziriam nem à verdade e nem à salvação. Banha-se e come, sendo por esses atos, abandonado pelos ascetas.

Com 36 anos mergulha na meditação, sentado sob uma figueira (mais tarde conhecida como árvore da sabedoria) e na luz de uma lua cheia no mês de maio (que vem dar origem ao festival de Wesak) Sidarta alcança a iluminação e a verdade lhe é revelada, tornando-se então “O Buda”, “O Iluminado”.

Segundo a lenda, antes de conseguir se tornar Buda teve que enfrentar as provocações e a fúria de um demônio chamado Mara (representação de todas as coisas mundanas).

Após as revelações permanece por quatro semanas na mesma posição, sob a árvore da sabedoria gozando sua libertação e felicidade.

Uma tempestade cai durante sete dias e Sidarta, agora o Buda, é envolvido sete vezes pelos anéis de uma serpente que o protege conservando assim a paz em seu coração.
Assumindo a serpente a forma de um jovem, Buda pronuncia suas primeiras palavras, conhecidas como “beatitudes búdicas”:
“Bem aventurado a solidão do feliz que conhece e vê a verdade; bem aventurado aquele que se mantém firme em sua vida, que não faz mal a nenhum ser; bem aventurado aquele por quem toda a paixão e todo o desejo tiveram fim; vencer a obstinação do eu é realmente a suprema beatitude.”

Buda resolve revelar as verdades que alcançou e resolve fazê-lo primeiramente aos seus antigos parceiros de ascetismo que estão em Benarés. Buda conta a eles o que vivenciara e pronuncia o famoso “Sermão de Benarés”, resumindo o que se torna a base de todo o budismo, as “Quatro nobres verdades”. Convertendo os ascetas em seus primeiros discípulos.

A partir de então se dedicou a difundir a verdade e converter a todos que encontrava pelo caminho. Em suas verdades não havia distinção entre castas, raças, homens ou mulheres.
Todos podem alcançar a iluminação através das nobres verdades e do “Sendero Óctuplo”.
Buda viveu até os 80 anos, quando já envelhecido e fraco decide entrar para o nirvana. Deitou-se sob duas árvores gêmeas que se encheram de flores milagrosamente e morre após pronunciar as palavras “lutai sem descanso” para seus discípulos.

 

As Quatro Nobres Verdades

Primeira: A dor é universal, tudo que existe é dor.

“... o nascimento é dor, a velhice é dor, a doença é dor, a morte é dor, a união com o que não se ama é dor, a separação daquele que se mana é dor, a não realização de um desejo é dor, todos os objetos de afeição são dor...”

Segunda: A origem da dor está nas paixões e no desejo da existência.

“... a dor está na sede (da existência) que conduz os passos de renascimento em renascimento, acompanhada do prazer e da cobiça, que encontra aqui e ali, sua satisfação; a sede dos prazeres, a sede da existência, a sede da mutabilidade...”

Terceira: O fim da dor é a extinção do desejo.
“... a supressão da dor está na extinção desta sede (de existência) através do aniquilamento completo do desejo, quer banindo-o ou renunciando a ele, quer libertando-se dele e não lhe deixando campo algum...”

Quarta: O meio de libertação da dor é a contemplação universal e a mortificação dos apetites através do “Sendero Óctuplo”.

“... o caminho que leva a supressão da dor é o caminho sagrado de oito vias que se chamam: fé pura, vontade pura, palavra pura, ação pura, meios de existência puros, atenção pura, memória pura, meditação pura...”
Aquele que consegue apartar-se dos desejos e consequentemente do Sansara atinge o estágio de “Nirvana”.

A palavra “nirvana” significa “extinção” e pode ser compreendido como um estado de paz perfeita, consequente do cessar do desejo que é a origem da dor e causa e consequência do ciclo de mortes e renascimento (sansara).

 

Filosofia Budista

“Não acredites numa coisa simplesmente por ouvir dizer; não acredites sob a fé das tradições, pois elas são veneradas há numerosas gerações... não acredites em nada através unicamente da autoridade de teus mestres ou sacerdotes. Crê no que tu mesmo experimentares, provares e reconheceres como verdadeiro, que esteja de acordo com o teu bem e o dos outros e conforma tua conduta a isso.”

O budismo afirma que a raiz da enfermidade cósmica é um estado mental involuntário comum a todas as criaturas. O desejo originado na ignorância é todo o problema ainda que seja uma função natural do processo vital, não é impossível de ser erradicado.
Não nos apercebemos que vivemos em um mundo de meras convenções e que estas determinam nossos pensamentos, sentimentos e atos. Imaginamos que nossas ideias sobre as coisas representam a realidade última e nos aferramos a elas criando uma rede na qual nos aprisionamos. São criações da mente que geram padrões convencionais e involuntários de ver as coisas, de julgar e de agir. Nossa ignorância as aceita sem questionamento, considerando-as como fatos da existência e isso é a causa de todos os sofrimentos que constituem nossas vidas.
Desejos e expectativas inconscientes convertidos em decisões e atitudes subjetivamente estabelecidas transcendem os limites do presente, precipitam nosso futuro e estão determinadas por um passado herdado pelo Karma (relações incompletas) em sucessões de renascimentos e mortes.
A dor causada pela ignorância pode ser curada através do “caminho do meio”, evitando-se todas as formas de extremos.
Esse “caminho do meio” declara que a validade de uma concepção é sempre relativa à posição que ocupa uma pessoa no caminho do progresso que conduz da ignorância ao conhecimento búdico. Atitudes de afirmação e de negação pertencem a seres mundanos que estão vulneráveis à própria ignorância de si mesmas.
O Budismo não dá importância alguma a um conhecimento tal que torne o homem ainda mais enredado em sua vaidade. São considerados como muletas, tanto materiais como espirituais, que preservam a personalidade e posições egóicas.
O mérito de um fato ou ideia varia de acordo com o grau de discernimento do observador, ou pelo tamanho da consciência que possua de si e do universo circundante.
A doutrina de Buda chama-se “Yãna” que significa “veículo” ou “barca”. O indivíduo é transportado pela iluminação (bodhi).
Entrar no veículo budista (barca da disciplina) significa começar a cruzar o rio da vida, desde a margem da experiência cotidiana da ignorância espiritual, do desejo e da morte até a margem da sabedoria transcendental que é a libertação do Sansara, o Nirvana.

 

A moral budista.

No budismo a moral divide-se em dois aspectos, um chamado de positivo e a outro de negativo.

Positivo:
- Resignação ao sofrimento individual;
- Meditação sobre o sofrimento dos vivos;
- Esforçar-se para participar, em imaginação, das dores e alegrias dos demais;
- Ser benevolente;
- Ser piedoso;
- Sacrificar-se pelos outros.

Negativo:
- Não furtar;
- Não cometer impureza;
- Não mentir;
- Não beber licores embriagantes

Os Livros Sagrados
As informações sobre Buda e sua doutrina encontram-se nas Escrituras Budistas, confeccionadas em diferentes épocas e por diferentes povos.
A doutrina budista foi transmitida oralmente por aproximadamente 400 anos o que por certo causou inúmeras perdas.
Na escola “Theravada” ou “Escola dos Antigos” encontramos uma grande quantidade de textos, na língua Pali, chamados Tripitake, que literalmente significa “os três cestos” (os pergaminhos eram armazenados em cestos).
- O primeiro cesto, Vinaya (mosteiro) descreve as regras monásticas;
- O segundo cesto, Sutra (textos) fala sobre os meios e métodos necessários para que um discípulo alcance a iluminação e o estado de Buda;
- O terceiro cesto, abhidharma (dharma explanado) – fala sobre a doutrina e concepções filosóficas.
Cada uma das numerosas seitas e escolas do budismo possui suas próprias escrituras ou cânones.

 

Trajetória do Budismo

Após a morte de Buda, seus ensinamentos foram difundidos por toda a Índia. No século III antes da era cristã o budismo passa a ter como aliado o melhor monarca que o mundo já conheceu, Asoka (273 a 226 a.C).
Foi durante o reinado de Asoka que o budismo começou sua peregrinação pelo restante do mundo estabelecendo-se principalmente no Ceilão, Birmânia, Sião, Camboja, Turquestão, Tibet, China, Coréia e Japão.
O Budismo entra em decadência no século III da nossa era motivado por uma forte campanha realizada pelos Brâmanes que viam no budismo uma ameaça a suas doutrinas. O budismo é expulso da Índia no século XII de nossa era.

Asoka, o grande monarca.

O império de Asoka abrangia quase toda a Índia com exceção de alguns reinos do sul e estendia-se sobre uma parte do planalto iraniano.
Por ser um território extenso e heterogêneo, Asoka resolveu criar quatro vice-reinos: Pendjab; Malva; Kalinga e Decão, respeitando dessa maneira suas divergências culturais.
O grande acontecimento da vida desse monarca foi sua conversão ao budismo após a sangrenta conquista de Kalinga na costa oriental. Ficou impressionado com os horrores da guerra e decidiu criar um reino sem violências tendo como princípios a amizade, a liberalidade, moderação, paz e alegria na alma.
Sua obra administrativa, social e religiosa possui dimensões colossais.
Enviava missões religiosas às terras vizinhas e distantes com a intenção de difundir o budismo.
Após 36 anos de reinado, Asoka morre e seu reinado é dividido entre seus descendentes.

 

Têndendias do Budismo

A doutrina budista subdivide-se em três tendências:
- Himayana – Pequeno veículo
- Mahayana – Grande veículo
- Vajrayana – Veículo do diamante

Himayana

Um pequeno veículo (barca) que permite a iluminação de um único homem. Mantém as teses primitivas do budismo e possui adeptos difundidos no Sri Lanka, Birmânia, Laos, Tailândia e Camboja.
O himayana valoriza a comunidade monástica (samgha) e para se chegar ao nirvana faz-se necessária a supressão total do indivíduo, um puro nada. Essa doutrina também é conhecida como “niilismo metafísico”.
Trata-se de uma via mais rápida para alcançar a iluminação ou o estado de Buda.

Mahayama
O grande veículo (barca) que conduz vários homens ao caminho da iluminação. O bodhissattva (aquele que está a caminho da iluminação), não dá importância a vida monástica e acredita que todos podem alcançar o nirvana desde que siga a doutrina de Buda. Encontramos essa tendência em todos os locais onde o budismo se instalou principalmente, na China, Japão e no Vietnã.
Chega-se ao nirvana por um caminho mais demorado, pois o bodhissattva permanece no mundo para conduzir outros homens a iluminação.
O mahayama é menos intelectualizado, menos ascético e pessimista que o himayana.

Vajrayana
É a tendência menos conhecida, propagada no Tibete, onde recebe o nome de Lamaísmo. Mistura o budismo com as crenças totêmicas e animistas regionais.

Texto: Lara Moncay

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