Texto: Lara Moncay
Como é natural, o deus mais importante do panteão azteca, Huitzilopochtl, era também o deus da guerra, dado que este era o ofício por excelência da casta superior. Huitzilopochtl, filho da virgem Coatlicue e irmão de uma única mulher e dos quatrocentos do Sul, era a primeira divindade, a quem se atribuía a guia do povo azteca de Aztlan, no norte (a terra das gralhas), à margem do lago Texcoco, onde assentaram a capital do seu império. O deus supremo era, naturalmente, filho de uma virgem, como costuma fazer-se em todas as mitologias com os primeiros deuses, e diz-se, para centrar a razão dessa virgindade, que Coatlicue ficou grávida por obra do céu, dado que pôs no seu seio uma grinalda de penas de colibri, da qual nasceria a divindade suprema. Mas não se pensou que fosse possível tal gravidez, e os quatrocentos do Sul, guiados por uma das filhas, trataram de evitar a pretendida desonra da sua mãe, assassinando-a antes de poder dar a luz aquela criatura. Coatlicue conseguiu esquivar-ser do ataque dos seus anteriores filhos (logicamente também filhos de virgem), dando à luz o seu filho em forma de um homem adulto e completamente armado, como corresponde ao deus que tem que personificar a guerra e que luta com os seus quatrocentos irmãos que duvidaram da virgindade da sua mãe e quiseram matá-lo. Mas também é Huitzilopochtl quem, além disso, seria mais tarde o próprio Sol e nada menos que a águia, o astro por excelência e o animal mais poderoso da heráldica azteca. Huitzilopochtl, senhor de Sol e do Sul, com o seu vestido de penas e armado com o escudo na esquerda e a lança na direita, recebia o sacrifício ritual dos corações, ainda palpitantes, arrancados do peito daqueles que lhe serviam de oferenda.
Este da foto não é Huitzilopochtli, e sim de Xochiquetzal. E ele não portava uma lança, e sim uma clava asteca chamada Xiuhcóatl, a arma mais poderosa do panteão asteca. Tenho até minhas duvidas se o povo asteca utilizava lanças.
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