Texto: Lara Moncay
Também Tezcatlipoca era uma divindade solar e lunar, o sol cálido do estio e a divindade noturna invisível. Agora falamos de um deus singular, um dos rivais Tezcatlipoca, dado que foram quatro os filhos de Ometeotl, cada um com uma das quatro cores simbólicas: branco, vermelho, preto e azul. Para maior complicação da figura divina de Tezcatlipoca, muitas vezes aparece o seu oponente Quetzalcóatl com a mesma caracterização que ele. Tezcatlipoca andava na noite, aterrando os infelizes ou contribuindo para cimentar a fama dos corajosos que mantinham a sua honra perante a terrível presença do deus, que era tão temido como respeitado, dado que a ele também lhe ofereciam abundantes sacrifícios humanos. Uma dessas festividades dedicadas a Tezcatlipoca era a do Toxcatl, para a qual se preparava um prisioneiro, sempre um homem jovem e bonito, durante todo um ano. Três semanas antes do seu sacrifício ritual, o prisioneiro considerado como a própria personificação do deus, era unido em casamento a quatro virgens escolhidas e estava com elas até que chegava o dia da cerimônia. Então, acompanhado pela nobreza era levado ao templo do sacrifício; lá, solitário, ascendia a longa escadaria com toda a majestade do deus encarnado.
Na cimo, esperavam-no os sacerdotes e a faca de obsidiana que teria que abrir-lhe o peito de um único golpe, para que o seu coração pudesse ser levantado ao céu e jogado depois, com o corpo, pelas bancadas abaixo, de maneira similar como se fazia para satisfazer Quetzalcóatl e o grande Huitzilopoctl.
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