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22 de mar. de 2011

Divindade Protetoras da Monarquia e do Egito

(autoria desconhecida)

 

BAT

Embora seja raramente representada na arte no antigo Egito, essa Deusa com cabeça de vaca, adorada sobretudo no Alto Egito, é muito frequente como amuleto.

Figurada, primitivamente, com cabeça humana, orelhas de vaca e com dois cornos, cuja extremidade se curva para o interior, é possível que estivesse diretamente relacionada com a unidade do Egito, tanto do Norte como do Sul, como do vale com o deserto, das zonas férteis com as áreas estéreis.

Adorada em Batyu, perto da cidade de Hu (a antiga Dióspolis Parva) Bat era a divindada e tutelar do "sétimo sepat" ou distrito do Alto Egito, intitulado "Sistro", cuja insígnia distintiva era uma representação da Deusa. Há mesmo hipóteses que, reforçando os seus atributos de divindade unificadora, defendem que a Deusa-vaca representada nso cantos superiores da Paleta de Narmer é Bat e não Hathor. Foi a poderosa identidade pessoal de Hathor veio, portanto, a absorver a personalidade de Bat, assimilação que, em termos de História das Religiões, é um fato sobejamente documentado e, em termos de História da Religião Egípcia extremamente frequente.

Já não tão frequente é a "coisificação" de uma das divindades. No caso de Bat, no Império Novo, acaba por se transformar no sistro hathórico "sechechet". Aliás, o corpo de Bat em forma de colar de contrapeso, sugere, justamente a iconografia desse sistro sagrado da Deusa Hator. Essa ligação é tanto mais adequada quanto o "sétimo sepat" do Alto Egito, o seu centro do culto é designado por "A morada do sistro" ou simplesmente "Sistro".

Os "Textos das Pirâmides" confirmam, simultaneamente, a identificação de Bat com o sistro hathórico "sechechet" e a sua realçao com o monarca egípcio: o faraó é Bat, "com as suas duas faces", ou seja, a parte superior e anterior do sistro. Num peitoral da XII dinastia, é figrada juntamente com dois elementos que personificam a luta-reconciliação dos dois contendores míticos pelo trono do Egito, Hórus e Seth.

SEFKHET-ABUY

Surgindo pela primeira vez no reinado de Menkheperré Tutmés III (1504-1450 a.C./XVIII dinastia), pelos seus principais atributos e pela sua representação, essa Deusa emerge como uma simples duplicação de Seshat (Sechat), a Deusa da Escrita, principal esposa de Thot em Hermópolis.

O seu nome significa "Sete chifres" e, tal como Seshat, é a Deusa da Escrita representada com uma estrela de sete pontas e um arco recortado.

Quando o faraó efetua as medições para os recintos sagrados dos templos, nas cerimônias rituais de fundação de lugares sagrados, é Sefkhet-Abuy que preside, "esticando a corda" ao monarca, ajudando-o na determinação exata dos novos santuários. A sua ação junto do monarca ou em seu favor não se esgota aqui: junto com Seshat, competia-lhe registrar a duração da vida do faraó e o seu nome nas folhas da árvore sagrada, concedendo-lhe, assim, a imortalidade.

USERT

Deusa de Tebas, cujo nome significa "A Poderosa", parece ter sido uma antiga esposa do deus Amon em Karnak, procedendo assim a Deusa Mut. A sua ligação com o faraó é particularmente constatada no Império Médio e bem ilustrada nos nomes teóforos dos faraós da XII dinastia, os três Sesóstris, em egípcio "Senusert": S-n-Wsrt, "O homem pertence à grande Deusa" ou "O homem pertence à Usert".

Apresenta-se com arco, flechas e o cetro uas. Não obstante ser originária de Tebas e aí ter o seu centro de culto, foi a divindade padroeira das expedições egípcias ao Sinai.

Alguns soberanos da dinastia XII incluíram o nome dessa Deusa em seu próprio nome como elemento protetor.

MEHET-UERET

Chamada Methyer em grego, o seu nome significa "A Grande Inundação". É uma Deusa do fluxo primordial: é a manifestação das águas primevas (Nun). Na época das Pirâmides, era o canal navegável dos céus, utilizado pelo deus-sol e pelo faraó. Tal característica levou-a a ser considerada "Mãe de Rá", sendo, por extensão, identificada a Neith.

É uma Deusa Vaca, representada tanto sob a forma compósita com cabeça de vaca, o que, desde logo, suscitou a sua estreita ligação com Hathor. Um papiro do Império Novo representa-a como uma vaca deitada sobre uma esteira de palha com disco solar entre os seus chifres.

No Período Ptolomaico, várias lendas referem-na como mãe do deus-crocodilo Sobek, o demiurgo, o que significa uma promoção extremamente importante no âmbito das concepções egípcias.

HESAT

Originária de Atfih (Tep-Ihu, 22º sepat do Alto Egito), diante de Meidum, na margem direita do Nilo, Hesat era a vaca celeste que se apontava como a mãe de Anúbis. No âmbito das suas funções, juntamente com a Deusa Sekhat-Hor, estava encarregada do aleitamento real.

No "mammisi" de Filae, Osíris recebia uma libação de leite proveniente, precisamente, das tetas das duas Deusas-vacas, Hesat e Sekhat-Hor. Essa libação tinha lugar, tal como na ilha de Biga, de 10 em 10 dias.

Em Heliópolis, Hesat era considerada a mãe do boi Meruer, a encarnação terrestre de Rá.

É uma Deusa maternal que figura nos "Textos das Pirâmides" e seu leite era chamado de "cerveja de Hesat".

SEKHAT-HOR

Deusa de Imau, capital da província do Ocidente (cidade de Tanta, no Delta), Sekhat-Hor era representada com corpo de mulher e cabeça da vaca ou, simplesmente, como vaca. Frequentemente assimilada a Hathor, essa emprestava-lhe algumas das suas características. Estava relacionada com a amamentação do faraó.

Em Filae e em Biga, de 10 em 10 dias, Osíris recebia no "mammisi" uma libação de leite proveniente das tetas de Sekhat-Hor e Hesat.

UERET-HEKAU

A Deusa Ueret-hekau, cujo nome significa "Grande em Magia" ou "Grande Mágica", era a divinização da coroa real, sendo, por isso, considerada esposa do deus-sol Rá.

Como era representada como uma mulher com cabeça de leoa ou como uma serpente com cabeça de leoa, é, por vezes, confundida com Sekhemet.

Por ser um poderoso símbolo de proteção, seu nome junto com o símbolo de uma serpente aparece frequentemente nas armas mágicas enterradas com os mortos para ajudá-los e protegê-los no submundo.

MAFDET

Chamada "A Corredora", Madef era uma Deusa violenta que, sob a forma de uma pantera, era uma das potências protetoras da corte do faraó.

Primitivamente, estava associada à repressão dos criminosos. A sua ferocidade era letal para as serpentes e para os escorpiões, pelos arranhões das suas garras, desmembrando-os e aniquilando-os. Tinha também poderes terapêuticos que justificam o epíteto de "Senhora da morada da vida" (espécie de sanatório ou hospital). Era invocada para evitar mordeduras e picadas de serpentes e escorpiões.

Participou com os deuses da derrota de Apófis (serpente maligna), aparecendo na Barca Solar. Era a manifestação da autoridade judicial e, sobretudo, do instrumento usado para a execução, que consiste em uma vara encurvada em sua parte superior, com uma corda enroscada e uma machadinha que se sobressai em ângulo reto; a Deusa, em forma felina, se apresenta subindo pela vara.

Quando o faraó, no Mundo do Além, enfrentava os vários adversários com que se deparava, recorria a Mafdet, à violência dos seus ataques, para os decapitar e vencer. Nesse sentido, a Deusa-pantera era um precioso auxiliar dos monarcas egípcios e muitas vezes aparece nas proas das barcas.

Venerada desde o Período Tinita e está presente nos Textos das Pirâmides.

PAKHET

Deusa-leoa, adorada particularmente à entrada de um Uadi, no deserto oriental, perto de Beni Hassan, no Médio Egito. O seu nome evoca manifestamente a sua natureza leonina, significando "Aquela que arrebata" ou "A Dilaceradora". Os Textos dos Sarcófagos descrevem-na como feroz caçadora noturna, de garras afiadas. Pakhet desempenhou um importante papel na corte faraônica e nas crenças relativas à vida depois da morte.

Foi assimilada pelos gregos à sua Deusa da caça, Ártemis, pelo que o pequeno templo rupestre que lhe foi consagrado, na XVIII dinastia, por Hatchepstu (1498-1483 a.C.) e por Tutmés III (1504-1450 a.C.), junto de Beni Hassan, foi chamado "Speos Artemidos (caverna ou capela rochosa de Ártemis).

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