Maat, a guardiã da verdade e da justiça
“Sobriedade é meu propósito e minha vontade,
Nenhum impostor inebriado pela ilusão
poderá alterar as minhas palavras, nem deturpar a minha lei.
Eu sou a Justiça Cósmica e todos deverão
conhecer e respeitar as minhas verdades eternas,
independentemente da sua posição social ou hierárquica.
Deixo-me tocar pelas preces sinceras e vindas do coração
Mas permaneço surda aos pedidos mesquinhos ou egoístas,
Pois não me deixo influenciar pelos desejos da carne
Nem pelas armadilhas da mente.
Ninguém permanecerá imune à minha avaliação
E todos os corações serão julgados de acordo
com as eternas leis da verdade e da justiça.”
Mirella Faur
O panorama atual do nosso país e do mundo nos incita refletirmos sobre o arquétipo simbolizado por Maat. Antiga deusa egípcia representando a união do deserto e da terra fértil, da individualidade e do Eu superior, Maat personifica o princípio da verdade e da justiça divina, a quem mesmo as divindades eram subordinadas.
A Sua natureza era justa e verdadeira, era o Seu sopro que conferia a essência divina e era Ela quem pesava as almas, aferindo seu peso com a pena de avestruz. Se a balança se inclinasse pelo peso das más ações cometidas, a alma era entregue ao monstro Ammut, que a devorava. Se os pratos da balança permaneciam equilibrados, o deus Osíris permitia a passagem da alma para o mundo dos espíritos puros. Os critérios usados no julgamento das almas eram referentes aos comportamentos e às repercussões das ações cometidas na Terra, bem como à negligência no nível espiritual. Para os egípcios o egoísmo, a gula, a inveja, a cobiça, o roubo, a mentira, a traição ou o descaso espiritual eram infrações que turvavam a consciência e determinavam a trajetória da alma.
Se a transgressão fosse menor, desviando apenas levemente a balança de Maat, a alma precisava passar por retificações e purificações no mundo inferior, antes de voltar para uma nova encarnação. Nos casos graves, a alma era aniquilada, regredindo para o estado de caos.
O hieróglifo para a verdade era a própria pena de Maat e seu nome é a sílaba básica do nome “Mãe” nas línguas indo-europeias. Além de ser a juíza das almas, Maat era reverenciada como Metet, a Barca Matutina do Sol, a Mãe benevolente da luz, cujas leis governavam o céu, a Terra e o mundo subterrâneo.
Às mulheres modernas Maat ensina que ao falar a verdade adquire-se a habilidade de materializar as intenções que vem do coração. O poder mágico da vontade é alicerçado na verdade, tornando-se assim invulnerável aos ventos das mudanças. Somente as mentiras são construídas sobre a areia movediça das emoções.
E para todos nós, homens e mulheres, seria útil e necessário meditarmos sobre a “Confissão Negativa” que todos os egípcios deveriam recitar ao chegar na presença de Maat:
“Não fiz mal a ninguém. Não provoquei a dor alheia. Não fiz ninguém chorar. Não agi de forma violenta, não agredi nem humanos, nem animais. Não roubei. Não poluí a água, nem devastei a terra. Não fiz julgamentos apressados, nem fui insolente. Não provoquei brigas, nem incentivei ninguém a matar. Não dei falso testemunho, nem explorei os outros. Não enganei, nem prejudiquei. Não criei riqueza por meios ilícitos, nem apossei-me dos bens alheios. Não deixei ninguém passar fome, nem tirei o leite das crianças.”.
fonte do texto: http://www.teiadethea.org/?q=node/151
fonte da foto: hranajanto.com
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